‘Não ao Golpe’ reúne artistas, jovens e ativistas políticos em defesa da democracia
Da Redação
Um movimento independente de jovens, artistas e intelectuais defensores da democracia realizou nesta quarta-feira, 1º de abril, um ato para marcar os 51 anos do Golpe Militar no Brasil. A intervenção ocorreu na Esquina Democrática, tradicional trecho de lutas sociais e populares da Rua dos Andradas, em Porto Alegre. “Contra golpe político ou militar” foi a motivação da chamada ‘descomemoração’ do aniversário do regime militar.
A mobilização surgiu pela internet, por iniciativa do Movimento Não ao Golpe, diante da necessidade de um contraponto aos grupos que pedem desde as manifestações do 15 de março a intervenção militar ou o retorno da ditadura no Brasil.
“O esquecimento foi estrategicamente plantado na nossa sociedade. É triste vermos pessoas muito jovens pedindo a volta da ditadura hoje. Isso só mostra o quanto desconhecemos a nossa história. Qualquer pessoa que sabe o que este período significou não iria pedir isto de volta”, diz a representante do grupo teatral ‘Oi Nois Aqui Traveiz’, Tânia Farias.
“A pior das democracias ainda será melhor que a ditadura”
A época da censura e da perseguição de artistas, músicos e outros considerados subversivos por hábitos proibidos pelo regime militar deve ser lembrada, segundo Tânia, para que nunca mais aconteça. “As ditaduras de qualquer nação queimaram livros. Isto é simbólico do que foi o período de trevas. Precisamos de luzes, historicizar, compreender. Justificar a volta da ditadura em cima dos erros da esquerda atual é um equívoco. A pior das democracias será sempre melhor do que as ditaduras”, argumenta.
A defesa do governo democrático eleito em outubro passado está sendo ameaçada por setores conservadores e uma oposição oportunista, avalia o cineasta Guilherme Castro. “Temos um movimento forte contra a democracia. Um movimento golpista contra as eleições que quer um terceiro turno e tem apoio dos bombardeios midiáticos de um falso combate a corrupção. Culpar um único partido ou governo por atos irregulares que acontecem deste o período de exceção é manipulação”, diz Castro que também é professor no curso de Comunicação da Ulbra.
Os agentes da cultura gaúcha também se reuniram ao final da noite desta quarta-feira (01), para debater a conjuntura do país. “Alguns jovens duvidam que tenha tido tortura e ditadura. É algo distante da realidade deles. Mas esta história está sendo contada de outra forma, não podemos marcar bobeira e deixar isto acontecer de novo. Estamos precisando nos mobilizar”, disse a atriz Arlete Cunha.
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