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sexta-feira, 16 de abril de 2021

DEFENDER A GREVE CONTRA O GREVISMO

DEFENDER A GREVE CONTRA O GREVISMO


Foi enfim deflagrada a greve geral, interior e capital, para o gozo e regalo das oposições. Há anos que não marcam opção diferente no complexo teste de múltipla escolha que a luta sindical lhes submete. Os panfletos do corrente ano copiam os mesmos feitos há dez anos passados.  Os clichês parecem obedecer à mesma sequência. É tudo definitivo e imutável.
A realidade tem de se adequar ao dogma.  E se algo não encaixa, basta editar para ficar conforme o roteiro.
Mas ela é rebelde e teima em subverter as narrativas consolidadas, abrindo se em novas perspectivas que ampliam o horizonte de eventos possíveis e necessários para a categoria. O olhar sobre os fatos passados se Vê igualmente  enriquecido, despertando a percepção de aspectos desprezados nas versões mais apressadas.  olhando para trás, na compreensão enriquecida dos fatos passados, seja se projetando para frente, dendo   novos ângulos para  fabulosas, elas já, fruto de  que degeneram em clichês e  
A realidade, no entanto, teima em ser mais rica e dinâmica que as abstrações sem cor, cheiro e tato aprisionadas na moldura de uma natureza morta. Não buscamos a greve como objetivo estratégico como parece ser o caso das seitas de oposição. A greve será sempre um meio no contexto de uma luta puramente sindical como a que desenvolvemos agora. Os sectários almejam de muito a greve pela greve. Não buscam a satisfação das demandas, mas provocar o impasse. E ao que tudo indica, encontraram agora uma situação muito favorável para esse objetivo.

Desde a vitória obtida pela categoria em 2011, a oposiçaum  insiste em afirmar ter sido uma derrota, que temos obtido junto aos governos uma série de conquistas mediante o recurso da negociação.  É óbvio que estão longe de serem os resultados ideais que atendam às necessidades e expectativas da categoria.
Mas não são de modo algum as migalhas que a oposição, desdenhando, diz que são. Se compararmos com as campanhas salariais do restante do país, afora as questões mais peculiares a cada ente federativo, veremos que de modo geral, suas pautas ocupam o mesmo patamar das que são levadas adiante pela Apeoc. Só podemos concluir que no Brasil os profissionais da educação pública oficial orbitam em torno de demandas que obedecem mais ou menos aos mesmos padrões de medida. E se por acaso uma entidade e a categoria no âmbito de sua atuação conquistam o que se reivindicam ao governo, e nem precisa ser cem por cento da pauta, podemos dizer sem titubear que é vitorioso em sua tarefa.
Mesmo que em muitos estados e municípios, alguns bem mais ricos do que o nosso, e outros talvez, tanto quanto, mas quase nenhum mais pobre do que o Ceará, tenham sido protagonizadas  grandes e prolongadas greves de pautas equivalentes à daqui, seus resultados se mostraram bem aquém. Quase todas levaram os professores de volta para a sala de aula em situação pior do que quando saíram delas para se engajar na greve. Não arriscarei analisar as causas dessas derrotas. Um delas com certeza está na presença cada vez mais ostensiva de correntes políticas radicalizadas e sectárias conseguindo exercer grande influência no movimento sindical. Provavelmente em face da “dificuldade” política  que se criou para a CUT e seus ativistas com o PT ocupando o executivo federal e em muitas das outras esferas em aliança com outros partidos. Tornou se fácil imprimir à CUT e seus sindicalistas a marca  do governismo e do peleguismo. Ficaram muito a vontade para fustigar o cutismo , aproveitando se inclusive do rico suporte que a mídia  garante. Afinal, é o mesmo rival. No ceará, em vários momentos, chegou se ao ponto de se vaiar gratuitamente a dirigentes cutistas presentes nas assembleias da categoria para solidarizar se e mais do que isso, colaborar ativamente na luta. Por que, nem os que vaiam conseguem ao menos esboçar justificativa plausível, a não ser repetir mecanicamente o mantra governista pelego.
Mas o que interessa é que a maior parte das greves deflagradas no ano passado fracassaram ali onde o sindicato  Apeoc, negociando,  foi bem sucedido.
Isso quer dizer que as greves são inúteis, ultrapassadas ou ineficazes ou um método inferior em relação à negociação?
Absolutamente não! elas estão presentes no capitalismo desde os primeiros momentos da revolução industrial em sua forma mais organizada e sistemática. Enquanto perdurar a exploração do homem pelo homem elas acontecerão. .  
Isso quer dizer que a negociação é necessariamente melhor do que uma greve?  Em parte sim. É claro ser melhor se obter um resultado positivo pela via serena da negociação, do que pelos caminhos arriscados de uma greve.  Mas assim como por mais que se evite encontrar a  briga, a briga encontra a gente, deve se estar preparado para não se acovardar e fugir à ela quando se torna inevitável.
 Até porque, mesmo no contexto da greve, deve se buscar negociar com o governo.  Destruir o inimigo é a meta de uma guerra, não de uma greve. Com a greve procura se solução para um quadro mais injusto ou insatisfatório do que normalmente já é.  É uma reação a um abuso.
Se for covardia fugir à greve quando necessário e possível deflagra-la, é inconsequente ao extremo atirar a esmo com ela.  Marcando a mesma alternativa em qualquer situação, a oposição foge ao debate estratégico com o sindicato.  porque, na verdade não contam com nenhuma estratégia para a luta. A não ser denunciar e combater a governista e pelega Apeoc. Levam o tempo a zombar, ridicularizar, ameaçar e até agredir os dirigentes da entidade. É um jogo brutal de quem tem costas largas e aproveita a onda de criminalização dos sindicatos para passar com sua pranchinha bodyboard por cima da Apeoc também.  
Basta assistir a uma assembleia para se perceber o comportamento descomprometido de quem está se lixando para o bem estar da categoria. Para indispô-la com o sindicato, usam de todas as armas, a começar por exigirem obstinadamente pela realização de assembleias que procuram tumultuar e encerrar com o uso de farta truculência. Não permitindo a fala de quem pensa diferente, com o uso de vaias, gritos e gestos ameaçadores, impedem o aprofundamento das questões sindicais. 
A greve, convertida num fetiche, se torna a referência central e objetivo estratégico.  Corrompe se o seu caráter de meio para elege-la como fim em si....ela tem de acontecer a qualquer preço e não importa se as condições não sejam favoráveis, que sejam cobradas do sindicato e que se culpe a ele caso não aconteça.

Em sua ótica, a negociação é um obstáculo. Tratada como negociata faz se em torno dela uma cortina de fumaça de modo a fazer crer que na existência de uma instância oculta onde a verdadeira “negociação” acontece. Temer propõe retirar 25% das verbas da Educação e trará mais arrocho aos professores, alerta especialista

23/04/2016 08:59

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Da Redação
A pedagoga e especialista em recursos da educação Sarah B Albuquerque alerta que uma das medidas anunciadas por Michel Temer (PMDB) afetará de forma muito negativa os já baixos salários dos professores. Temer, mesmo antes de assumir a presidência, já declarou abertamente no documento "Uma Ponte para o Futuro" que "é necessário em primeiro lugar acabar com as vinculações constitucionais estabelecidas, como no caso dos gastos com Saúde e com Educação". (Acesse o documento completo no final da matéria).
Ora, a Constituição Federal de 1988, observa a Dra. Sarah, diz no seu artigo 212 que: A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino
E, lembra também a pedagoga: O § 2º desse artigo 212 diz que Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.
Veja o que diz o artigo 213:  Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei.
É isto mesmo que você está pensando, alerta a Dra. Sarah: As escolas públicas, caso Tema assuma a presidência, vão perder no mínimo 25% dos seus recursos. E por quê? Temer e o PMDB alegam em seu documento oficial que isto aliviará o orçamento público e, assim, sobrará mais dinheiro para honrar acordos com especuladores do sistema financeiro, que eles chamam de investidores.
Uma das primeiras e mais imediatas consequências disso é que os salários dos professores ficarão muito mais arrochados, adverte a especialista. "Prefeitos e governadores passarão a ter a nova desculpa de que, com menos recursos, a prioridade será no máximo manter pequenos reparos nas escolas e os reajustes salariais que fiquem para muito mais depois", diz.
Os sindicatos do magistério precisam se preparar. Muito mais sacrifícios serão exigidos dos educadores de todo o país.
Acesse o documento Uma Ponte para o Futuro
 Fazê-la é cometer  ato de traição à causa do grevismo em sua guerra santa contra o sindicato e o seu “desvio sindicalista”.