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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Frente de Esquerda pressionará governo e Congresso contra retrocessos nos direitos trabalhistas - Sul 21

 1/abr/2015, 15h35min

Frente de Esquerda pressionará governo e Congresso contra retrocessos nos direitos trabalhistas

Guazzelli:
Guazzelli: “As novas gerações precisam compreender o que significou estes 21 anos de ditadura”
Da Redação 
Em plenária convocada pela Coordenação dos Movimentos Sociais do Rio Grande do Sul (CMS), nesta quarta-feira (01), os trabalhadores uniram-se em defesa da democracia e de seus direitos adquiridos. Entre eles, a política de valorização do salário mínimo nacional, que aumentou 72% nos governos Lula e Dilma. No entanto, o encontro na Igreja Pompeia, em Porto Alegre, também definiu uma postura crítica aos projetos que ferem direitos da classe trabalhadora e avançam no Congresso Nacional. No dia 07 de abril acontecerá um grande ato nacional contra a aprovação do PL 4330/04, que flexibiliza o processo de terceirizações e, no dia 1º de maio, o Dia do Trabalho será marcado por manifestações pedindo recuo do governo nas MPs 664 e665.
“As empresas ganham dinheiro em qualquer regime, os trabalhadores só avançam em regimes democráticos. Por isso estamos mobilizando um conjunto de atos organizados por entidades sociais e populares para reagir às ameaças em curso no país”, explica o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Claudir Nespolo.
O PL 4.330 prevê a terceirização em todas as atividades do serviço público, uma ameaça à qualidade dos serviços e carreiras trabalhistas, consideram os sindicatos. A votação está prevista para a próxima terça-feira (07) e ao menos sete ônibus sairão de Porto Alegre rumo à Brasília. A mobilização nacional visa pressionar o Congresso a recuar do texto.
“O nosso Congresso é constituído pelo agronegócio e o empresariado. Eles têm lado e interesses que não são os mesmos que a classe trabalhadora. Os movimentos para aprovação de pautas não serão para nos dar voz. Caberá a presidenta vetar ou não estas propostas e à nós, sindicais e movimentos, chamar a sociedade para focar no alvo certo desta batalha política: o Congresso Nacional”, disse a secretária de Mulheres da CUT, Isis Marques.
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Dia 1º de maio terá ato contra ajuste fiscal de Dilma
No dia 01 de maio, data histórica da classe trabalhadora, um ato está marcado para as 14 horas, no Gasômetro. A pauta será mais ampla e incluirá a defesa da democracia e de projetos de desenvolvimento pautados por inclusão social. “Não queremos ajustes fiscais que não fortalecem a expansão da economia e geram desemprego, como é o caso das Medidas Provisórias 664 e 665”, salienta o presidente da CUT-RS.
As MPs 664 e 665 que tornam mais rigoroso o acesso da população a uma série de benefícios previdenciários, entre eles o seguro-desemprego e a pensão por morte, foi cobrada do secretário geral da Presidência da República, Miguel Rossetto. Em conversa do ministro com a CMS, na última segunda-feira (30), Rossetto não entrou no mérito das MPs nem do PL 4.330.
“Não vamos pra rua agora, assim como não fomos nos dias 12 e 13 de março, contra ou a favor governo. Vamos pra defender políticas e conquistas que consideramos importantes e aprovamos e para cobrar medidas restritivas aos trabalhadores quando elas são postas”, defendeu Claudir Nespolo.
Frente de Esquerda para defender e pressionar o governo
Na avaliação do presidente do PT gaúcho,  Ary Vanazzi, o governo e o partido são vítimas das usas virtudes e erros nos últimos anos. “O governo tem que mudar esta política economia e incluir no pacote de ajustes fiscais o tema das grandes fortunas, a taxação do sistema financeiro. A conta não é para ser paga pelos trabalhadores, mas por aqueles que mais lucraram neste período de governo”, disse.
Vanazzi defende que a luta pelas pautas dos trabalhadores deve levar em conta o momento político do país. “É preciso fortalecer uma frente de esquerda ampla que defenda os avanços dos governos do PT, mas que exija que o governo vá mais para esquerda e não para direita“, disse.
A vereadora do PCdoB, Jussara Cony concorda com a unidade no campo da esquerda, mas acredita que os principais problemas do país ultrapassam os governos do PT no Brasil. “Estamos em uma encruzilhada histórica que acontece em um momento de crise mundial do sistema capitalista. Aos países que alimentam este sistema interessa a derrota dos governos progressistas da América Latina, que devem perder sua soberania e enfraquecer os Brics”, acredita.
Em defesa da democracia e contra o ‘golpe’
A plenária da Coordenação dos Movimentos Sociais do RS aprovou nota de repúdio a aprovação da admissibilidade da PEC 171/93 que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. “São propostas como estas que alimentam uma perspectiva de renovação de um quadro autoritário no país. Mesmo que não tenhamos um novo golpe armado, abre caminho para o golpe judicial e outros golpes que trazem as mesmas conseqüências lamentáveis daquele período”, defende o ex-coordenador da Comissão Estadual da Verdade, Carlos Frederico Guazzelli.
Guazzelli foi convidado a falar sobre o período da ditadura militar aos movimentos para ampliar a base de sustentação dos movimentos que lutam pela democracia hoje. “As questões da memória, justiça e verdade são importantes para pautar a organização social que se levanta contra as forças conservadoras que pedem a barbaridade do retorno da ditadura militar. As novas gerações precisam compreender o que significou estes 21 anos de ditadura, os crimes de lesa-humanidade ocorridos, as demissões, exílios, perseguições para que entendam que esta história não pode ser repetida”, disse.
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