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sábado, 30 de maio de 2015

a democracia do silêncio é indigesta para a arte







Não creio que o regime militar possa ter contribuído diretamente para qualificar a arte produzida em sua época. Acho que as manifestações estéticas perpetradas nesse período são fruto do movimento inercial das produções artísticas constituídas no período imediatamente anterior ao golpe civil militar. Inclusive as cabeças criativas que brilhariam no intervalo em que vigorou o regime, tiveram formação consolidada, em sua maior parte, na década de 50 e um bom número deles começou a produzir intensamente já nessa fase. É o caso da Bossa Nova, Atlântida, Vera Cruz e Cinema Novo, CPC, Brasília e Teatro de Arena. Enfim, foram elas que acabariam por reverberar sob a tirania toda a riqueza e o esplendor criativo forjado sob o ambiente democrático. É possível que as restrições e a censura forçassem maneirismos criativos que realçavam os produtos estéticos até valorizavam a obra de arte. Mas não foi isso, ao meu ver o fato propulsor da qualidade obtida pela arte produzida nos anos de autoritarismo, Pelo contrário, o regime contribuiu talvez para seu recuo, e abrindo espaço para mediocridade que se seguiu, Além disso, fatores outros devem ter contribuído para o presente marasmo, que pode até nem ser isso que esteja acontecendo. Não é impossível que novos paradigmas estejam se formando e os novos valores sejam e formas de expressão sejam ainda estranhos àqueles que formaram seu gosto em outro momento histórico.

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