PIB foi fraco, mas menos negativo

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Neila Fonteneleneilafontenele@opovo.com.br

Desde meados do ano passado, especialistas alertavam que a economia em 2014 e 2015 andaria para trás. O anuncio de um PIB de 0,1%, mesmo sendo o menor desde 2009, não significa um número tão ruim, quando se esperava uma retração na economia.

A questão maior está na junção de um PIB fraco com uma inflação de 6,41%, o que confirma um quadro de “estagflação” (economia estagnada com aumento de preços). Como já era alertado desde o ano passado, o cenário é de cautela, mas a inflação também não superou a meta estabelecida pelo Banco Central.

Ou seja: muitos dos números previstos eram piores do que os calculados pelo IBGE. Vários oráculos da economia estimavam uma verdadeira catástrofe nos indicadores. Até o momento, o que está sendo comprovado é uma paralisia com pressão nos preços. Em resumo: os números estão bem aquém do que o País precisa para manter a geração de emprego, mas poderia ser bem pior.

Em um País com dimensões continentais como o Brasil, também vale ressaltar que a economia não se desenvolve de forma homogênea. É inegável que há um impacto negativo em que todos os estados são prejudicados com esse cenário de paralisia, mas existem nichos de mercado e crescimentos variáveis em setores e regiões diferentes.

Por essa razão, o pior inimigo da economia pode ser o pessimismo ou o otimismo exagerados. Este é um momento em que cada um deve fazer a avaliação dos seus indicadores para traçar cenários mais próximos à realidade.

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