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Para Vannuchi, episódio da Reuters revela jornalismo partidário

Analista comenta entrevista publicada por agência de notícias em que foi publicado, por engano, comentário interno da edição favorável ao ex-presidente FHC
por Redação RBA publicado 25/03/2015 14:32, última modificação 25/03/2015 14:39
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FERNANDO FRAZÃO/ AGÊNCIA BRASIL
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FHC atacou Lula em entrevista sobre a Petrobras, mas delator lembra que corrupção começou em 1997
São Paulo – Em comentário na Rádio Brasil Atual hoje (25), o analista político Paulo Vannuchi disse que o "erro" da agência Reuters,que na segunda-feira (23) publicou entrevista com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com comentário interno da redação, mostra o abandono do bom e correto jornalismo. Para ele, a imparcialidade política da mídia nacional ficou muito clara nesse episódio.
“As rádios, televisões e jornais recebem toneladas de notícia dessas agências que abastecem o jornalismo mundial e isso uniformiza um pensamento, pois raramente uma informação vem neutra, já que sempre há algum viés, mais descarado, como no Brasil, ou mais suave, igual ao modelo europeu”, diz Vannuchi.
O analista lembra que a entrevista era mais uma das formas de FHC atacar o ex-presidente Lula, agora citando as denúncias de corrupção da Petrobras. “Era mais uma vez que ele batia em Lula, dizendo que a maior responsabilidade é dele, e não da presidenta Dilma." Na matéria, o redator lembra que o delator premiado, Pedro Barusco, declarou que a corrupção começou em 1997, em pleno governo FHC.
Logo após essaa declaração, aparece uma frase entre parênteses: “Podemos tirar, se achar melhor”. O comentarista destaca que o texto foi colocado como um recado do jornalista ao editor, referindo-se que seria negativo ao tucano. “Isso prova a transformação do jornalismo num órgão político e partidário, porque contamina até as agências internacionais”, ressalta.
Vannuchi diz que já suspeitava dessas ações em ano eleitoral, quando jornais internacionais, como The New York Times, faziam matérias ditadas pelo partido tucano, sem levar os dois lados da informação para o leitor.
“Fica o nosso registro para acompanharmos, com bastante atenção, a partir desta prova cabal e documental, de que no jornalismo brasileiro, inclusive por meio das agências internacionais, revela-se o tipo de engajamento político e abandono do bom e correto jornalismo, praticado no Brasil”, afirma.
Ouça a análise completa para a Rádio Brasil Atual
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