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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

UM CHAMADO À RAZÃO


 UM CHAMADO À RAZÃO
QUE A APEOC RETOME IMEDIATAMENTE AS RÉDEAS DO MOVIMENTO
A categoria dos professores demonstra estar com forte espírito de luta e disposição para enfrentar o governo em defesa dos direitos ameaçados pela  famigerada  proposta de plano de carreira apresentada no apagar das luzes do processo de negociação.  É natural que alguns não admitam a possibilidade de retornar à sala de aula, sem que tenhamos obtido algo de “concreto”.   Só o fato de estarmos cobertos de razão e legitimidade nos proporciona autoridade moral  e energia combatente para não temermos a repressão e os ataques do governo contra a greve e seus ativistas. No entanto, contar com a coragem  é condição necessária mas não suficiente para o sucesso de uma  luta.  Nessa situação o dirigente sindical deve ter muita clareza e firmeza na posição que entende ser a mais adequada para a sua  condução. Afinal são os dirigentes do sindicato que responderão pelos resultados negativos e erros que venham a ser cometidos. Não é porque uma maioria se agarra obstinadamente a uma idéia ou concepção que, na perspectiva do sindicalista,  se mostra equivocada, vai se eximir de demonstrar a validade de suas teses. Muito pelo contrário, essa é a hora em que não deve se curvar nem mesmo diante da iminente derrota em uma votação.  O fato de uma idéia se mostrar simpática a uma determinada maioria não a torna necessariamente uma idéia correta.
 A APEOC construiu ao longo de mais de um ano um processo exemplar e combinado de luta e negociação, sendoi compreendida pelos professores que amargavam  ainda o confuso resultado da greve de 2009. Foram dias difíceis, submetidos ao fogo cerrado do discurso da “teoria da orfandade da categoria”. Insistiam em  acusar o sindicato pelo encerramento daquela greve, e que deveríamos ter enfrentado a rigorosa lei anti greve, que o  STF, em evidente extrapolação  de suas funções, impôs ao funcionalismo público.  Mostravam-nos como exemplo, a luta empreendida pelos  professores da UECE, enfrentando a decretação da ilegalidade de sua prolongada greve. Inútil argumentar  de que se tratava de  uma categoria que, apesar de professores também, constituem um universo menor e bem menos heterogêneo do que o nosso. Além disso, esqueciam ou desconheciam que a ameaça de punição sobre as organizações  que dirigiam a greve na universidade, tinham quase nenhum efeito, por se tratar de entidades que, embora contem  com reconhecimento político, não contam com o reconhecimento  jurídico, não se tendo portanto a quem  se aplicar as punições prescritas. O sindicato reconhecido oficialmente, não participara da greve.
  Sobre a súmula discricionária do STF, responsável pela decretação de ilegalidade contra quase todas as greves no último período,  temos claro que tem de ser objeto de intensa campanha por parte das entidades gerais pela sua eliminação. Não se pode aceitar a existência de uma legislação tão draconiana e criminalizadora de um direito democrático duramente conquistado no bojo da redemocratização do país.  Mas é a lei vigente e tem validade em todo o território nacional,  não podendo ser pautada por qualquer movimento paredista isolado em uma unidade da federação. Sua aplicação concede ao governo, amplos poderes para efeito de punição dos servidores em luta.

A categoria, ficou em compasso de espera, aguardando com ansiosa paciência os resultados da negociação. O sindicato por sua vez, tinha plena consciência que em momento devido se  chegaria  ao nível do esgotamento dessas expectativas. Ao mesmo tempo  os nossos opositores promoviam eficiente campanha  de desqualificação de nosso trabalho, lavrando  as sementes da desconfiança entre os professores. Hoje, a categoria reconhece o quanto foi importante aquele procedimento. Além dos resultados concretos obtidos, conseguimos fazer com que o tema do PCCS fosse enfocado em seu  momento mais  extremo, poupando-nos de estar lutando por coisas menores. Funcionou inclusive como elemento legitimador da presente greve, demonstrando que não recorremos a ela por intransigência. Mas não podemos esquecer-nos de toda a onda de críticas dirigidas contra o sindicato  que acabaram por provocar os desagradáveis acontecimentos de nossas primeiras assembléias. Chegaram condenando peremptoriamente todo  o esforço empreendido, desqualificando-o como enrolação e perda de tempo, além de esforço estéril  que não  apresentara  resultados concretos. Se por concreto só conhecem paralelepípedos , esses aparecem apenas nos enfrentamentos de rua. A greve sempre esteve presente no horizonte de toda a estratégia montada pelo sindicato.  Os mesmos companheiros que condenavam as negociações tentaram forçar sua deflagração um contexto que faria com que nascesse na ilegalidade. Ouseja, tivéssemos seguido sua orientação, hoje nem essa greve estava acontecendo. Sem dizer que já estávamos às vésperas das férias. Não se tratava de desinformação, mas de pura má fé. Em sua maioria são organizados em correntes e pequeno partidos presentes no ponto extremo a esquerda do espectro político. Estão na base mas não têm o direito de se autoproclamar como os legítimos  representantes da base ou se apresentarem como  seus porta vozes. Por inúmeras vezes foram desmentidos nessa pretensão.  Juntaram-se ao sindicato após a deflagração da greve, participando do esforço de construção do movimento paredista, uma vez que, ao menos nessa circunstância, unifica-se o discurso e a prática. Receberam do sindicato  todo apoio e atenção . Atenção bastante exagerada, diga-se, com exposição privilegiada em seu site, muitas vezes em detrimento de diretores da APEOC  críticos do modo de fazer política dos companheiros.
Na verdade, não merecem confiança alguma.  Historicamente, já demonstramos isso, promovem campanha sistemática de desmoralização do sindicato e até mesmo da luta sindical tentando convencer que é uma instituição desnecessária. Anacrônicos e semi analfabetos políticos funcionais que são, mal sabem que essa postura há muito foi derrotada pela história.  Os trabalhadores em sua luta secular contra a exploração do sistema capitalista forjam ferra mentas cada vez mais complexas  e aprimoradas para enfrentar as variadas facetas que assume o decadente sistema produtor de mercadorias em sua permanente ofensiva sobre o nível de vida dos trabalhadores. Na luta pela sobrevivência da classe podemos até  criar novas e mais eficazes instituições para levar adiante a luta, mas certamente não se deseja retroagir a formas mais primitivas de organização ou talvez nenhuma, como pregam os mais exaltados espontaneistas.
São justamente esses companheiros e companheiras que já demonstraram por inúmeras vezes  a mais absoluta intransigência e má vontade com  o sindicato que acabaram se alojando no Comando da Greve. Isso é muito preocupante pois de certa forma explica a postura cada vez mais titubeante que passou a caracterizar  a condução da greve pelo sindicato. Negam qualquer possibilidade de retomada de negociações com o governo, e acorrentam o sindicato numa estratégia de ofensiva permanente, sem possibilidade de qualquer recuo tático que permita vislumbrarmos a superação do impasse que se instalou. A APEOC tem de ser muito clara em sua comunicação com a base e denunciar a atitude intransigente desses companheiros. Estão condicionando o sindicato a assumir posições afinadas com a suas, caso contrário, ameaçam explicita e implicitamente recorrer ao denuncismo e  agitação contrária à entidade. Infelizmente, devido às vacilações de alguns companheiros, ocuparam a direção da greve e tentam impor o mesmo roteiro das que já foram derrotadas recentemente. Para isso contam com a ajuda do governador que tem nos provocado e para nossa maior indignação, fez acompanhar a aceitação dos pontos apresentados a ele pelo sindicato para retomada das conversações, com a ilegalidade da greve. O objetivo de Cid Gomes é claro: quer nos desestabilizar , despertar  ódio e revolta de modo a ficarmos cegos de raiva e comecemos ,  semelhantemente ao que aconteceu em Fortaleza,  a nos esbarrarmos e literalmente, nos atropelarmos no meio da rua. Já se percebe  certa confusão em nossas fileiras, com escolas ameaçando o retorno às aulas  enquanto outras só muito recentemente aderiram ao movimento.  Não se trata de encerrar a greve ou fazê-la acontecer artificialmente sem perspectiva de chegar a um termo positivo para a categoria. Recuar sim, cuidarmos de nossas feridas, conversar com os colegas que já se apresentam vacilantes zelando pelo estado de ânimo e pela elevação do moral da categoria. Enfim, devemos nos manter  em Estado de Greve. Retomar o diálogo com pais e alunos no ambiente das escolas e comunidades fazendo-lhes ver que não temos interesse em comprometer o ano letivo. Se tivermos alguma chance de sentar agora com o governo, quando ainda não se apresentam fissuras significativas em nosso movimento, devemos aproveitá-la. Mas isso apenas se  retirar o processo de ilegalidade da greve e em troca responsavelmente nos comprometermos com o recuo. Não é covardia. É Inteligência estratégica que devemos colocar a nosso serviço.
Os grupos de oposição ao sindicato assumiram o controle de boa parte dos zonais de Fortaleza e assim foram jogados para dentro do comando. A APEOC não poderá continuar dirigindo a greve junto com um comando constituído em sua maioria por seus inimigos na classe. Falam em unidade mas o que promovem é uma verdadeira chantagem. Além disso, o comando na forma como está organizado representa apenas a capital, não contando com representações do interior, prejudicando a visão do todo. Propomos para a superação dessas deficiências algumas medidas, a saber:
1 que a APEOC promova novas eleições nos zonais e proponha candidaturas de companheiros que apóiam ou ao menos expressem posturas mais neutras em relação ao sindicato. Greves assumem as características de guerras e seus combatentes têm que apresentar coesão e disciplina, se quiser derrotar o inimigo. Um exército que vive se enfrentando entre si não vence em lugar nenhum.
2 ampliar o comando  com representantes do interior, que deverão, se preciso, ficar alojados no sindicato, acompanhando daqui e em sintonia com as bases em sua cidade. Portanto não precisa que necessariamente sejam os companheiros que dirigem a luta diretamente em seu município.
A categoria confiou no sindicato e mesmo que tenha  vacilado em conduzi-la  em alguns momentos cruciais da luta não pode abdicar de seu papel dirigente agora. Precisa também confiar na categoria e em seu poder de discernimento. Muitas vezes ela demonstrou isso vindo em seu apoio quando seus barulhentos opositores tentavam acuá-lo. Esse é um desses momentos e  só quem pode ajudá-lo é ela mesmo.
Finalmente é preciso que reflitamos sobre os rumos que estamos tomando. Repetindo as etapas previsíveis de todas as greves que realizamos  damos ao governador a chance de articular seus golpes, uma vez que sabe perfeitamente quais são nossos próximos passos. Pelo que se vê, ao provocar a categoria que lhe responde com mais raiva e radicalização sectária, promove nossa deslegitimação junto à opinião pública e pode nos desgastar para  alunos e seus pais. Já demonstramos que ousamos lutar e que não tememos nem nos deixamos enganar por ele e  mesmo assim queremos negociar para que não fiquemos empatados ou sem rumo  em direção a lugar nenhum .  
A partida não terminou e se o governador quer jogar, vamos jogar. A bola tá rolando e é importante que nossos atacantes estejam atentos para a conclusão da jogada. Ousamos lutar,  porém, já soa a hora de ousarmos vencer.









Um comentário :

  1. RETOMAR AS RÉDEAS SIGNIFICA DESLIGAR OS MALFAZEJOS CONLUTAS E SINDIDUTE (INEXISTENTE).UM MAU ELEMENTO ESTRAGA UMA SOCIEDADE. É TEMPO DE SEPARAR O JOIO DO TRIGO.JNR - jn000101@uol.com.br

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