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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

E AGORA, QUE FAZER?

E AGORA, QUE FAZER?
A cada dia que passa complica-se a situação de nossa greve. Gostaríamos  de estar dizendo algo diferente. Seria ótimo se pudéssemos dizer que está de vento em popa, que tudo aponta para uma provável, quando não, para uma vitória certa. Até tentam nos obrigar a isso, ou seja, mentir para manter artificialmente a greve em sua forma clássica. Na verdade encontramo-nos diante de uma perigosa encruzilhada onde o quadro de indecisão que se instalou tende a nos empurrar para uma opção cega, ao sabor dos acontecimentos e da revolta sectária que se confunde com a simpatia pelo discurso revolucionário que pensam fazer alguns de nossos companheiros. Seria melhor dizer que se trata de um discurso  pseudo revolucionário. Assim o é porque proferido pela ultra esquerda que ao longo da história, e não apenas do movimento sindical, provou sua esterilidade.  É a idologia dos dogmáticos , que não conseguem ultrapassar os limites do pensaento manikqueísta e dualista. Não captam a variedade cromática do mundo porque só conseguem percebê-lo em  duas cores, inserido por demntro de um quadro conceitual de natureza morta e mortal pois  ao almejar o impossível, impede a categoria de vislumbrar e de se empenhar na construção do possível. 
A greve dos professores do ceará vive sua conjuntura mais complexa. Do lado do governo adotou-se o silêncio de quem espera ver o adversário se consumir no cansaço e na cizânia. A justiça, por sua vez forneceu a mais eloqüente prova de sua subserviência, declarando a greve ilegal com base em argumentos falhos e fracos que se impõem apenas por conta do poder discricionário que se concede a um desembargador,  que age muitas vezes de modo a beneficiar o mais poderoso. Do lado dos grevistas, a ação por vezes inconsciente e inconseqüente de quem, na prática, ajuda o governo no seu propósito de espremer  e asfixiar o sindicato.   
O sindicato cometeu graves equívocos. Não que tenha falhado ou faltado em suas obrigações para com o movimento grevista em si. Pelo contrário, encerradas as negociações de forma unilateral pelo governo, não hesitou em deflagrar a greve, garantindo-lhe toda a estrutura necessárria para que de fato acontecesse, muito embora a se basear no que dizem seus  raivosos opositores no  afã de difamar o sindicato, acusa-o cinicamente de ser contrário à greve, de estar sabotando a luta e de estar se eximindo de oferecer os recursos necessários para sua sustentação  financeira.acusações falsas baseadas em ilações, hipóteses e futricas temperadas com discursos de carregado de ideologismo vazio e chavões igualmente. Portanto não foi por aí que a APEOC  errou.   seu mais grave erro se deu justamentei pelo excesso. Excesso de confiança e de boa vontade. Confiança e boa vontade dedicadas a quem não merecia gozar de nenhum desses benefícios. A quem desde o início demonstrou desconfiança e má vontade com a linha de trabalho e de luta adotados pela entidade. Depreciaram e ainda depreciam os resultados das negociações e tentaram antecipar a deflagração da greve visando abortá-la em seu nascedouro. Paradoxalmente, depois de deflagrada a greve, foram alçados à sua direção através De um comando  que passou a ser composto em sua maioria pelos inimigos da APEOC na categoria. Fracassados em sua tentativa de abortá-la passaram a atuar no sentido de impedir qualquer possibilidade de resultado positivo com manobras que visam manter o movimento radicalizado e imune a qualquer brecha que permita a superação do impasse com o governo.  A  unidade que até recentemente representava para eles uma palavra maldita, pois não se podia se misturar aos “pelegos” da APEOC, agora é arrotada levianamente e manipulada para promover a “unidade”para derrotar.  É a unidade que o parasita promove para sugar a seiva de um organismo saudável até reduzi-lo à inanição.
 e podem ser adotadas legitimamente com o intuito de fazer vitorioso o movimento. Foi a APEOC quem reabilitou na categoria o conceito de negociação como um momento fundamental da luta,e até mesmo fazê-la reconhecer como próprio da rotina da atividade sindical. Antes disso, fizemos ver a imoportância da unidade nas lutas, numa época que se encerravam as assembléias do SINDIUTE, com uma proposta protocolar de desfiliação em massa da APEOC. Promovia-se um verdadeiro concurso entre as correntes ultra esquerdistas, para ver quem batia com mais força e gás no sindicato. Nos dias de hoje tentam se apresentar como os campeões da unidade repetindo à boca forra essa palavra, sem que expliquem qual o significado que ela tem para eles. Mas não precisam explicar nada pois a cada dia que passa fica mais claro que invocam a unidade para derrotar e não para aumentar as possibilidades de vitória. Isso porque a vitória dos professores do estado significaria um terrível contraste com  a derrota acachapante da greve dos professores do município de fortaleza conduzida por eles que agora infestam o verdadeiro Cavalo de Tróia que é esse comando.
 Hoje atacam a possibilidade de um recuo tático como uma heresia que sequer pode ser considerada e posta para discussão. Quem levantar essa possibilidade arrisca ser xingado, maltratado e atingido em sua honra e dignidade. A massa adota esse comportamento como algo natural e obrigatório, próprio de um senso comum enrijecido, que não permite  qualquer tipo de questionamento. Enfim, uma postura dogmática que serve de campo de cultura para o florescer das doutrinas de matiz protofascistas que, nessa fase  se confundem muitaas vezes com pretensos ativismos de esquerda. Ora, esse modo de ver e tratar as coisas é extremamente prejudicial ao andamento da luta, funcionando como um antolho que impede de se enxergar algo além daquilo que está imediatamente  a frente, se andando  sempre  em marcha de rebanho que caminha célere na direção do matadouro. Não considera cenários variáveis daquele que o antolho lhe permite ver, de tal maneira que não se ocupa a dar ouvidos a quem possa lhe sugerir caminhos diferentes. Os professores mais do ninguém sabem o quanto a ignorância é arrogante. E mais uma vez chamamos a atenção para o diferencial de nossa categoria em relação aos demais setores da classe trabalhadora, justamente por ter o saber e a cultura como a matéria prima de seu trabalho.Justamente por ser a categoria que deveria contar com ferramentas intelectuais que a imunizassem desse tipo rude e grosseiro de pensar e agir.
Defendemos um  recuo tático isso não é estranho a ninguém mais. No desenrolar de um confronto essa possibilidade não pode ser de maneira alguma desconsiderada, tanto na luta sindical, como em diversas outras esferas da vida social. Na guerra, no esporte, e até mesmo no embate cotidiano pela sobrevivência e conquista de seu espaço na vida em sociedade qualquer indivíduo é forçado a promover algum movimento de recuo diante de uma dificuldade que se revele de difícil superação. Ter coragem e estar e estar com a razão é condição necessária, mas nem sempre suficiente para se obter êxito imediato em um enfrentamento. Quando este se revela longo e cheio de percalços então, deve se levar em conta mais ainda o recuo tático como alternativa necessária em alguns momentos do embate.
Em nosso caso, vários fatores se impõem no sentido de fazer com que trilhemos  esse caminho. Sem dúvida que o mais forte nesse momento  é a questão jurídica. Vivemos num Estado de Direito pelo qual lutamos e que se encontra assentado sobre bases sólida, não havendo nada na realidade que indique uma crise do Estado burguês no Brasil, de modo a nos permitir assumir atitude aberta de desobediência civil diante de uma decisão judicial. Podemos e devemos questionar a legitimidade da lei antigreve, mas seria no mínimo presunçoso de nossa parte pensar que nessas condições iremos dobrar, agora não apenas o Governo estdual, mas o próprio arcabouço jurífdico nacional. Dura Lex, Sed Lex, a lei é dura,  mas é a lei! Quem pensa assim certamente não conta com o pleno funcionamento das faculdades mentais.
O fato da greve já estar sofrendo fissuras que só têm se alargado e que, ao que tudo indica,  tendem a se alargar mais ainda. Lamentavelmente muitos professores e professoras não tiveram paciência para aguardar a decisão da assembléia, no sentido de um retorno organizado às aulas.      não contamos com essa cultura, e infelizmente, as práticas intimidatórias e gangsteristas que voltam a ser adotadas nas assembléias não permite que ninguém se sinta a vontade para expor honestamente seu ponto de vista, sob pena  de ser trucidado. No  interior onde o professor sente mais de perto a pressão dos alunos e  pais, dos diretores e da CREDE, por conta principalmente, da proximidade física e das relações primárias entre as pessoas nessas áreas, fica mais suscetível ao retorno.  Nos centros urbanos maiores e na  capital ainda há forte resistência, mas não podemos  prever até quando.  Muitos colegas diante desse informação, procuram afirmar a resistência como algo positivo apostando em algum fato novo que possa reanimar a greve. Nesse caso, fica-se ao sabor do acaso e das contingências. A resistência seria positiva, se está se resistindo em função de algo certo de acontecer em determinado instante e que depende da permanência do movimento de pé até àquele instante. Ou então é o caso de quem não tem absoluitamente outra alternativa afora aquela. Aqui já se pode perceber uma contradição nos defensores da continuidade ostensiva da greve: se é admissível que parte da categoria permaneça em greve, a título de isso representar um ato de resistência  por que não poderia demonstrar essa resistência com a manutenção do estado de greve, que deve se seguir ao recuo tático definido pelos professores em assembléia?   Alem disso, arrazoemos  quando uma parte decide se manter em greve enquanto outros já decidiram retornar às escolas, teremos apenas uma parte atuando. Ao passo que, decidindo-se pelo recuo para o estado de greve, que é na verdade a proposta,teremos o conjunto homogêneo da categoria nessa posição. Mantendo-se as aulas em horário reduzido, teremos o tempo necessário para ciscutirmos entre nós as variadas táticas que poderão ser utilizadas para o fortalecinento do movimento, e mais, reatar  o diálogo com os alunos e pais, até porque quando recuamos o fazemos também em função deles, pois havendo a possibilidade de renegociação, estaremos evitando que se perca mais dias letivos desnecessariamente.
É fundamental que os companheiros mais radicalizados e empolgados com a continuidade ostensiva da greve , percebam que sem a participação dos colegas que já retornaram e de outros que, apesar  de votarem pela continuidade, já planejam seu retorno, continuarão em um movimento que já se apresenta numa curva declinante , contribuindo para que ao seu final  encontre-se  apenas a dispersão.  Sabemos , porque já conhecemos o procedimento. acaba-se com a torreunindo-se com seus grupos de escola, decidindo a boca miúda, receoso do julgamento dos militantes e dos demais companheiros ainda embriagados com seu canto estridente  de sereia  em forma de discursos coléricos , falseados e apenas disfarçados de revolucionários. Retornando junto com os companheiros já  hesitantes, mas não derrotados, poderão reanimá-los para a continuação da luta nas formas que ela assumir daí pra frente.
É possível que a essa altura, no estado em que se encontra o movimento, dificilmente se consiga encaminhnar uma manobra como essa


Mas não deixa de ser uma reação justificável diante da realidade do que se tornaram as assembléias mais recentemente
O que mais podem  querer do sindicato?
  

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