Total de visualizações de página

terça-feira, 9 de agosto de 2016

PROFESSORES DO CEARÁ, A GREVE POR ENCERRAR

A greve dos professores  nasceu  impetuosa, cresceu a ponto de ter sido a maior, estendeu se pelo tempo, perdendo impulso até estagnar. E como água parada não move moinho, só serve de shopping para  mosquitos e demais agentes infecciosos.
 Sem uma deliberação democrática e responsável em assembleia, a categoria  fica a mercê da sorte, do arbítrio do governo e do judiciário.
Camilo Santana ameaça agora com nova investida judicial, depois de antes ter desistido dessa via, preferindo apostar no cansaço... Negociou, negociou, sem chegar ao ponto  que queriam os professores.  Na verdade, já nem se sabe mais qual é.
Por acaso, seria  o reajuste? Mas a essa  altura alguém ainda conta com isso?  Os que retornaram para sala de aula sem deliberação de assembleia o fizeram em troca de... Nada.  Provavelmente, entre eles, se encontre muitos dos que diziam só retornar em troca de tudo. E foi por tudo que diluíram o item relativo aos ganhos remuneratório em meio à uma miscelânea de propostas,  para as quais o governo acabou dando resposta  sem com isso lograr que a categoria recuasse da greve.
 Só na fase mais  recente, os ganhos retornaram como  eixo central da greve.  E mesmo assim, amarrada  pela insistência sectária em não abrir mão do percentual de  12,67%.
 O mesmo sectarismo nas assembleias impediu à categoria debater alternativas que possibilitassem a superação do impasse no instante em que a greve ainda apresentava elevado grau de adesão. Com o esgotamento da greve,os professores decidiram a revelia da assembleia  com a maioria retornando às escolas mal iniciado o mês.
Sendo pouco provável que o governo retire a proposta, embora não seja esta, aquilo que se almejava,é forçoso reconhecer que não se está em posição de fazer escolhas.  E não exatamente porque o governo tenha “derrotado” os professores. Basta considerar  o contexto de crise em que o país vive, que os gestores  facilmente  convertem num forte argumento para justificarem sua posição, assim como ,  a sequencia de greves que se desenrolam desde o ano passado, sendo algumas delas nos estados mais ricos da federação,  por pouco não dá pra dizer que foi uma vitória. Sai da greve  com ganho remuneratório extensivo aos aposentados e com outros compromissos ma pauta, , em situação melhor do que quando entrou, em que Camilo acenava com  zero por cento.  
Caolho em terra de cego é Rei.
Entretanto, existe quem não tenha nenhum interesse nesse resultado... E  em resultado algum, a bem da verdade. Sua vitória é a própria greve, encerrá-la, em qualquer circunstância, significa a maior das derrotas, sendo tratado como ato de traição. Procuram chutar pra frente qualquer possibilidade de solução e, mesmo que se chegue a um bom resultado, vai desdenhá-lo e contrapô-lo ao que seria um resultado “ideal”. Sentindo a aproximação de um acordo, tratam de fazer um puxadiinho na pauta, acrescentando propostas que via de regra, estão  para além da capacidade da luta de apenas uma categoria, em uma determinada ocasião,  resolver. Um eficiente trabalho de propaganda junto à base permite convencê-la de ser algo factível naquela conjuntura. O que nem sempre é verdade. Exigir numa greve  a solução definitiva para as deficiências do ISSEC ou a universalização do vale refeição, por exemplo. Embora sejam demandas legítimas, presentes normalmente nas pautas e perfeitamente passíveis de serem obtidas em certa altura das lutas. É, no entanto, sabotar o esforço de uma greve condicionar seu encerramento à  aceitação de proposta dessa envergadura. São conquistas que exigem maior acúmulo para serem obtidas. Mas estão muito longe de serem impossíveis.
É a hora do proselitismo político ideológico, cuja legitimidade e o direito de exercê-lo sem entraves e impedimentos são inquestionáveis. Pena que a horda oposicionista não prime por garantir o mesmo aos demais.  Quando se trata de ano eleitoral então, como é o caso, aumenta exponencialmente o enxame em busca de um palanque 0800, bancado pelo chapéu da Apeoc, melhor dizendo, dos associados. 
Esses segmentos buscam a todo custo  submeta o movimento à sua agenda político ideológico eleitoral, o que distorcendo e empurrando para resultados desagradáveis. .

Embora não seja a proposta ideal, nem satisfatória,  mesmo assim, não se sai da greve com perda e nem do mesmo jeito que se entrou. Não se conquistou como se queria, mas andou longe de uma derrota.  Talvez  certo déficit  na relação custo/benefício. Mas zero por cento,  como foi o caso do Rio de Janeiro, após  5 meses de greve, no Ceará, não foi.
 .  


Nenhum comentário :

Postar um comentário