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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

ATENTADO E PROVOCAÇÃO


Não vejo muito sentido em algumas reações ao atentado que vitimou os chargistas do Charlie Hebdo, um jornal de nome muito estranho. Alguns deles  inclusive  são verdadeiras celebridades no universo dos  caricaturistas.
Franceses protestam,  americanos protestam e o mundo inteiro protesta. Contra quem ou o que!?  Com certo sentido, contra o Estado francês, relapso na proteção  dos jornalistas que já haviam sido ameaçados por diversas vezes.  A sede do jornal já fora alvo de um atentado a bomba.  O pasquim francês costumava fazer críticas ácidas a diversos seguimentos sociais da França e internacionais;  desde alguns anos  resolveram cutucar os fanáticos extremistas muçulmanos.
Protestam contra  o terrorismo?  É parecido com “chover no molhado”. Contra o que dizem ser, um atentado contra a liberdade de imprensa e à liberdade em geral? Afora o comportamento idiota de um grupo, ou sabe se lá o que seja, em que isso pode significar riscos à liberdade dos franceses? 
Liberdade por liberdade, a França protagonizou um verdadeiro atentado contra a liberdade de seus cidadãos muçulmanos, cerca de 10% da população, ao proibir o uso da burca e de véus que acobertassem o rosto das mulheres daquela religião. Seria justa se a lei protegesse a mulher que se visse obrigada pelo  marido, família e comunidade a usa-las.  Não foi o caso, apesar de se utilizarem argumentos dessa natureza.
Os muçulmanos são hoje o alvo preferencial dos setores da direita radical em ascensão na Europa.  A islamofobia tem se propagado de forma endêmica por toda a Europa e, no caso francês, assume proporções dramáticas por contar com o maior contingente de maometanos entre os países da Europa Ocidental.
O atentado ocorreu concomitantemente ao lançamento de uma nova edição da em que satirizava se o chefe do Califado Islâmico, o ISIS, grupo ou ajuntamento de grupos fundamentalistas islâmicos em expansão no Oriente Médio. Sobre ele paira a suspeita de ser patrocinado  pela direita norte americana, Arábia Saudita e até por Israel. Esses setores têm tradição em ferir na carne para gerar revolta entre seus cidadãos e assim angariar apoios da população para suas campanhas de ocasião. Sem falar que o ISIS tem sido capaz de arregimentar um número elevado de jovens islâmicos europeus em suas fileiras.
Portanto, é possível que o Hebdo tenha caído bem no meio de uma teia de interesses que confluem no sentido de fazer girar os ânimos europeus para a direita que já sente nas narinas ofegantes a fragrância do poder. .



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