Ao anunciar o cancelamento da reunião, o presidente da Comissão Especial da PEC 215, deputado federal Afonso Florence (Partido dos Trabalhadores – PT – Bahia) declarou que "essa PEC não é aprovada pela maioria do povo brasileiro, não convém aos povos indígenas e, durante a minha presidência, não será aprovada no final do ano atropelando o regimento”.
Quem fala assim, não é gago! Diz o ditado, mas os gagos têm palavra, ou não, como qualquer um que não seja. Mas o fato é que cabe aos movimentos sociais reagirem a esse golpe que querem aplicar na Constituição sobre os povos indígenas. Essa legislatura é tida como menos conservadora do que a que virá. Sabem que não ganham agora, principalmente devido à reação do Presidente da Comissão, um deputado petista, que comprometeu se em não permitir a votação da PEC até o final do ano. Desconheço se essa já era sua posição ou adotou por conta do movimento indígena pouco importa. Certamente um outro de qualquer partido vinculado ou com vínculos com o agro negócio teria feito votar e dar encaminhamento o mais rápido possível para fechar a questão... depois comiam a bronca.
O que houve foi um adiamento do confronto. O que está posto em jogo é inegociável. O que os índios têm a perder é tudo que têm de mais precioso além de suas vidas; essas, por sua vez, dependem disso que tentam lhes afanar.
O agronegócio precisa conhecer limites. Já obtiveram grandes vantagens na reforma do código florestal e agora tentam avançar sobre os direitos dos povos indígenas. Dada sua importância econômica, isso é inegável ainda, chantageiam o Estado, dominando o legislativo, ao lado de outros segmentos até mais conservadores e abertamente reacionários do que normalmente costumam ser. Acuam o executivo, ficando o judiciário num campo intermediário, entre uma situação e outra.
Diante da repressão sofrida pelos representantes indígenas, não dá para deixar de comparar com a baderna promovida recentemente à turba de jagunços levada pela oposição ao Congresso Nacional para tentar impedir por todos os meios a votação do orçamento da União. O bando de "limpinhos & cheirosos", reaças e coxinhas, entraram, fizeram toda a sujeira que quiseram, foram respaldados pelos parlamentares oposicionistas e ainda tentaram passar por vítimas na mídia..
Essa é uma lei absurda a qual os movimentos sociais não ´podem deixar que seja aprovada, custe o que custar..
Adital - Retrocesso: lideranças indígenas continuam presas por tentarem entrar na Câmara dos Deputados
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