ROBERTO REQUIÃO (*)
O Brasil perdeu neste domingo, dia dois, um de seus gigantes. Um homem que qualquer nação do mundo, qualquer povo, qualquer governo, qualquer universidade ou centro de pesquisas orgulhar-se-ia de tê-lo como seu filho, seu professor, seu cientista. No entanto, sob quase completo silêncio morreu Bautista Vidal. Do governo, de sua Casa Civil, que tantos lamentos manifesta com o passamento de brasileiros cuja trajetória não constitui propriamente um exemplo de vida, não ouvimos qualquer palavra, qualquer homenagem, nenhum reconhecimento.
...
Poucos brasileiros amaram a sua terra com tanto ardor, com tanta paixão quanto Bautista Vidal.
Tive o privilégio de ser seu amigo. Impressionava-me o seu entusiasmo pelo Brasil, por nossas infinitas potencialidades tropicais, por nossas energias ilimitadamente renováveis contrapondo-se à ditadura do petróleo. Quando começava a falar sobre isso Bautista iluminava-se, transfigurava-se, parecia levitar.
Normalmente, superficialmente, quando se faz referência a Bautista Vidal, em especial nossa inefável mídia, tende-se a resumir sua biografia à criação do Pró-Álcool, o que não é pouco. Mas o Pró-Álcool é resultado do pensamento de Bautista sobre energia e desenvolvimento.
E esse pensamento, essa formulação genial abrange todos os aspectos da vida nacional, não se restringe a um programa específico. É um programa para o Brasil Nação.
No entanto, nas referências a Bautista Vidal que os nossos dependentistas faziam, e fizeram agora por ocasião de sua morte, o pensador, o formulador desaparece, não existe. Talvez seja por isso que o governo federal silenciou diante da morte de Bautista. Nacionalista, antiprivatista, de uma brasilidade extremada, Bautista deve ser uma lembrança incômoda, embaraçosa e importuna a um governo que promove o maior programa de privatização e desnacionalização da história do Brasil.
De qualquer forma, faço aqui justiça: o Jornal Nacional, da Globo, noticiou a morte de Bautista. A TV Brasil, do governo federal, não.
(*) Pronunciamento feito na terça-feira (4) no plenário do Senado pelo peemedebista paranaense.
O Brasil perdeu neste domingo, dia dois, um de seus gigantes. Um homem que qualquer nação do mundo, qualquer povo, qualquer governo, qualquer universidade ou centro de pesquisas orgulhar-se-ia de tê-lo como seu filho, seu professor, seu cientista. No entanto, sob quase completo silêncio morreu Bautista Vidal. Do governo, de sua Casa Civil, que tantos lamentos manifesta com o passamento de brasileiros cuja trajetória não constitui propriamente um exemplo de vida, não ouvimos qualquer palavra, qualquer homenagem, nenhum reconhecimento.
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Poucos brasileiros amaram a sua terra com tanto ardor, com tanta paixão quanto Bautista Vidal.
Tive o privilégio de ser seu amigo. Impressionava-me o seu entusiasmo pelo Brasil, por nossas infinitas potencialidades tropicais, por nossas energias ilimitadamente renováveis contrapondo-se à ditadura do petróleo. Quando começava a falar sobre isso Bautista iluminava-se, transfigurava-se, parecia levitar.
Normalmente, superficialmente, quando se faz referência a Bautista Vidal, em especial nossa inefável mídia, tende-se a resumir sua biografia à criação do Pró-Álcool, o que não é pouco. Mas o Pró-Álcool é resultado do pensamento de Bautista sobre energia e desenvolvimento.
E esse pensamento, essa formulação genial abrange todos os aspectos da vida nacional, não se restringe a um programa específico. É um programa para o Brasil Nação.
No entanto, nas referências a Bautista Vidal que os nossos dependentistas faziam, e fizeram agora por ocasião de sua morte, o pensador, o formulador desaparece, não existe. Talvez seja por isso que o governo federal silenciou diante da morte de Bautista. Nacionalista, antiprivatista, de uma brasilidade extremada, Bautista deve ser uma lembrança incômoda, embaraçosa e importuna a um governo que promove o maior programa de privatização e desnacionalização da história do Brasil.
De qualquer forma, faço aqui justiça: o Jornal Nacional, da Globo, noticiou a morte de Bautista. A TV Brasil, do governo federal, não.
(*) Pronunciamento feito na terça-feira (4) no plenário do Senado pelo peemedebista paranaense.
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