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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A POLARIZAÇÃO QUE VISA BANIR O SINDICATO!

Conforme se aproximam as horas decisivas da assembléia dos professores, os acontecimentos vão tomando uma dinãmica acelerada, fazendo aflorar contradições que se aguçam mais ainda, devido principalmente à intervenção de novos atores no processo. Agora o governo do estado achou de interferir diretamente na decisão a set tomada pela categoria. Articula por todo o estado o transporte de professores desfavoráveis à deflagração de uma nova greve. Com isso, mais uma vez procura colocar o sindicato numa saia justa, por ser justamente a tese que defende junto à categoria. Dá munição aos que protocolarmente denunciam o sindicato como "pelego" e "governista". Muito conveniente para ambos, governo e oposição à APEOC,uma vez que têm convergido no esforço de descredenciar e desmoralizar a entidade.Também não seremos paranóicos a ponto de  afirmar que haja algum acordo explícito entre o governo e esses setores da categoria visando esse objetivo. Assim estariamos a ver chifre em cabeça de cavalo como é comum os companheiros fazerem quando se referem à entidade, insinuando encontros nas cladas da noite como afirmaram por diversas vezes. Insinuações que nunca se comprovam, mas acabam manchando irreparavelmente a reputação da entidade e de seus diretores.
O governo já ensaiara isso em diversos momentos ao longo da greve.
Diferentemente das oposições, que procuraram direcionar a greve para objetivos políticos, depreciando a luta pelo PCCS como algo reduzido e limitado ao "economicismo", procuramos apostar em uma saída negociada.  Não vislumbramos na atual conjuntura outra maneira de se sair da greve de forma, se não completamente satisfatória, ao menos de uma maneira que caracterize a implantação de marcos que venham a nos proporcionar avanços futuros.  Em diversas ocasiões o governo acenava com gestos de abertura para o diálogo e ao mesmo tempo tomava medidas que geravam revolta e induzia a categoria a se manter em greve. De modo que ao apostarmos na negociação, acabávamos passando a imagem de que nos rebaixávamos ao ponto de os fundos das calças aparecerem, como se diz popularmente. Na mesa de negociação representantes do governo e por vezes, o próprio governador  chegaram a apelar para manobras pequenas e mesquinhas, encetando conversas e propostas pessoais para nossos dirigentes, visando dar a entender que tínhamos alguma relação venal com eles. Não logrou êxito, pois até mesmo os companheiros e companheiras representantes do comando presentes naquela mesa, em um rasgo de lucidez perceberam a artimanha e não fizeram repercutir nenhuma onda de denuncias, conforme pretendia o governo. Mesmo assim manteve-se na ofensiva no plano midiático, conseguindo avançar em seu esforço de desgastar a imagem da greve e dos grevistas até que deu o tiro de canhão no próprio  pé, com a bárbara e desproporcional ´repressão aos professores na assembléia legislativa.
Recuamos da greve de forma temporária em momento posterior e, dadas as circunstâncias, o governo se viu obrigado a fazer efetivamente a negociação, apresentando ao final dela uma contraproposta bem melhor em relação a todas as que foram apresentadas até então, passível de ser considerada seriamente como motivo para o encerramento dessa greve, mas não da luta.
Os companheiros das oposições, com algumas excesões , procuraram a todo o momento colocar impedimentos no sentido de se obter qualquer êxito nos diversos momentos de negociação. Nessa última fase, nosso colega, Prof. Amsterdam, militante da Corrente Proletaria na Educação(POR), um dos grupos de oposição mais virulentos em sua campanha permanente de difamação do sindicato, chegou a romper com o processo de negociação levantando-se espetacularmente da mesa da reunião. Não sendo acompanhado pelos demais, retornou a ela apenas para almoçar, apesar de ser o sindicato, em sua concepção, aquele que busca angariar  migalhas!
De nossa parte entendemos que a luta  desenvolvida por todos nós, transcende os limites do economicismo, repercutindo polticamente sim, mas em um sentido mais profundo. Não é a pequena política dos partidos e do jogo eleitoral, mas a grande política que implica em mudanças na cultura e nas visões de mundo de uma sociedade. Em nosso caso, uma sociedade que sempre encarou a educação como algo secundário, privativa dos privilegiados, cabendo ao povo conformar-se com arremedos e arranjos, que comportavam em seu bojo a figura do esquálido professor e da inocente "professorinha", dígnos dos discursos demagógicos de políticos e comentários carregados de pesar e piedade sobre sua condição. Qual professor(a) não ouviu o clássico "vc deveria ser o profissional mais bem pago", ou não chegou a ver  aqueles adesivos em carros, caídos em desuso ultimamente, que diziam "hei de vencer, mesmo sendo professor" denunciando a baixa auto estima que enfermizava a categoria!?
Nunca comungamos com a prática que procura dirigir nossa luta no sentido apenas de derrotar um governo ou desgastá-lo politicamente perante a opinião pública, embora isso possa acontecer, mas como resultado natural e espontâneo, frequentemente fruto da combinação com outros fatores. Se agíssemos assim estaríamos extrapolando o nosso papel sindical para adotar objetivos que cabem aos partidos políticos almejar.  É estranho que agrupamentos que dizem ser a política incapaz de resolver os problemas da humanidade ou mesmo, inúteis diante da tarefa de transformação do mundo, apelarem para essa estratégia que envolve a política em sua acepção mais rasteira e pobre. Fazem política de má qualidade se escondendo por trás do discurso anti-político.
Um sindicato comporta entre seus associados trabalhadores que são militantes, filiados ou apenas simpatizantes das diversas alternativas político-partidárias existentes na sociedade. Além dos que não querem e nem se interessam por ela Não nos cabe promover  nenhuma filtragem ideológica  para efeito de nossas ações, assim como devemos  garantir que sejam respeitados em sua liberdade de escolha e de exercer seus direitos sindicais. Os próprios  membros da diretoria da APEOC integram diversos partidos políticos, assim como alguns preferem não participar de nenhum deles. Se temos petistas, temos também pedetistas, por sinal o partido que conta com o único deputado estadual que faz oposição sistemática ao governo Cid Gomes, apesar de seu partido compor a base de apoio a ele. Contamos ainda com colegas de outras centrais sindicais ou de movimentos que se propõem a ser ou compor numa central mas mantendo sua autonomia, como é o caso da central CTB,  e da Intersindical; também militantes do PC do B e PCB. Aqui nos juntamos em uma tarefa comum, apesar de nossas dferenças, que se resume em fazer avançar as conquistas para a educação e para os educadores.
 É possível que o governo conte com seus apoiadores dentro da categoria,  o que pode justificar  seu ingresso  espontâneo em um ônibus fretado  para transportà-los até a assembléia. Se for o caso de alguém estar sendo coagido, cabe denuncia para que se tome as medidas cabíveis.  Diante do precedente que cria, seria interessante que o governo garantisse  sempre o deslocamento de todos os que pretendem participar das assembléias, independente da opção que pretendem fazer nela. Na forma dirigida como está fazendo, entendemos ser uma interferência indevida e maliciosa em nosso movimento. Malicioso porque tende a colocar no mesmo plano aqueles que fazem a opção contrária à deflagração da greve de forma consciente e independente de qualquer  orientação  governamental. Com essa iniciativa parece pretender gerar uma polarização radical entre os que são favoráveis e os que são contrários à greve, deixando no centro do fogo cruzado, o sindicato e os professores que não se colocam em nenhum desses polos.
As oposições já se colocaram pela greve desde o período da negociação. Aliás, desde o início do movimento e nos momentos subsequentes, mantiveram-se firmes na oposição a qualquer negociação.  Ainda na sua fase inicial , procuraram desprezar as restrições legais que nos são impostas pela famigerada lei de greve, tentando deflagar a greve em momento impropício, que resultaria apenas em não fazê-la acontecer, pois já nasceria ferida de morte pela decretação de sua ilegalidade ainda em seu berço. Em face da inexorável necessidade de se promover negociações, mudaram sua tática e procuraram compor as comissões de negociação, fazendo o possível para diminuir o peso do sindicato em suas composições, sendo que, alguns mais radicais, chegavam a propor a nossa exclusão. Estariam a vontade não apenas para contrariar mas sabotar qualquer esforço de negociação. Paradoxalmente, por dentro do  próprio processo de negociação.
Ilusão achar que podemos convencê-los de que uma nova greve agora, porá em risco as conquistas alcançadas, além de abrir o flanco para o governo,  promovendo agora novo bombardeio midiático em seu favor,distribuir um farto elenco de punições  por sobre a categoria!  Quando dizemos isso as oposições certamente nos acusarão de estarmos promovendo terrorismo e confusão. Mas sabemos muito bem quem promove o terrorismo na categoria e a confusão em nossas assembléias. A não ser os cegos que não estão subtraídos do sentido da visão, não percebem, porque não querem perceber isso. Esperamos ao menos contar com uma postura desarmada e aberta dos e das colegas que não se submetem a esse jogo que visa sobretudo promover o descrédito e a aniquilação do Sindicato APEOC.
Nesse sentido repudiamos a interferência indevida do governo em nosso movimento, assim como as difamações de quem tenta nos associar a essa iniciativa!Que venham todos à assembléia e tomemos a melhor decisão para que alcancemos uma grande vitória!

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