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terça-feira, 9 de agosto de 2011

APONTAMENTOS SOBRE A GREVE DOS PROFESSORES DO CEARÁ

DA GREVE  DOS PROFESSORES DO CEARÁ

Após longo e extenuante processo de negociação entre governo e professores, representados pelo sindicato APEOC, a categoria lamentavelmente se viu frustrada em suas expectativas. Esperávamos do governador um pouco mais de bom senso e seriedade no trato com os principais responsáveis pela formação intelectual dos filhos da classe trabalhadora. Com a proposta apresentada ao sindicato na última reunião com o governo, demonstra seu descompromisso com a educação do povo e fidelidade aos princípios neoliberais  que orientaram as políticas públicas em  educação por toda uma tenebrosa época, quando inclusive, o irmão do  atual governador dirigiu os rumos do estado em aliança com o tassismo.  Em estrita observância daqueles princípios, extinguiu de uma só tacada, a licença prêmio e qüinqüênios dos professores. O irmão agora completa o serviço, se escondendo  por detrás de alianças com setores da esquerda e mesmo se agregando em partidos desse cada vez mais “amplo” espectro político. Ao mesmo tempo em que herda do primeiro Ferreira Gomes o ranço  neoliberal, rasga sua realização mais positiva em favor dos professores à época de seu governo: o plano de carreira.
 Tínhamos alguma esperança de que a via da negociação desse cabo de todos os nossos impasses com o governo. Infelizmente não foi possível. Não foi porque ele , o governador , não quis que fosse. Mas era possível. Se não foi,  repute-se ao governo a responsabilidade por essa impossibilidade. Mas se a negociação não resolveu tudo o queríamos, deu-nos oportunidade de solucionar algumas questões menores,  limpando o terreno  da presença de elementos secundários   que poderiam  condicionar a condução de nosso movimento  com um programa rebaixado,  colocando  no centro de nossas reivindicações uma série de itens que  poderiam  perfeitamente já estar superados. Sua permanência poderia fornecer ao governo  uma reserva a ser convenientemente utilizada como objeto de barganha frente a uma greve da categoria. Agora toda nossa atenção e energia estão concentradas em torno de nosso plano de carreira, ferido mortalmente pelo governo Cid  Ferreira  Gomes.  Essa é a nossa bandeira nessa nova fase da luta por um salário justo, por melhores condições de trabalho e pela aplicação integral do PSPN.
Em sua provocação em forma de proposta,  o governo transformou o piso em teto, na medida em que ao valorizar os vencimentos dos profissionais em início de carreira, o fez à custa do rebaixamento dos salários dos  veteranos. Fecha as portas para a qualificação do professorado que é punido por ousar fazer um mestrado e ou doutorado. Sobre a destinação de ujm terço da carga horária dos professores para  planejamento, um dos objetos da ADIN que subscreveu, sequer faz menção.
Então a negociação não foi em  vão e cumpriu importante papel nesse processo.  Trata-se agora de encarar esse novo momento sem ufanismos  e bravatas. Mais do que nunca precisaremos saber  exercitar  nossa revolta e indignação sem que as paixões ofusquem nossa capacidade de análise de cada cada momento e de cada passo que deveremos dar daqui pra frente.
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Apelamos para o senso de discernimento da categoria, no sentido de que não se deixem levar pela demagogia e pregação divisionista de quem precisa levar os professores do estado ao mesmo fundo de poço para onde levaram os do município de Fortaleza. Queremos a unidade de todos nessa empreitada mas não carregaremos em nossas costas escorpiões cuja natureza  os leva a ferroar até mesmo àqueles que se propõem a carregá-los.
 Não existem fórmulas incontestáveis que garatam nossa vitória. Muito pelo contrário, o que temos primeiramente que fazer é justamente  identificar as dificuldades e obstáculos do terreno de modo a termos uma visão mais clara do que está ao nosso alcance reailizar. O  que podemos garantir é o empreendimentro dessa luta, como já estamos fazendo em diferentes momentos que exigiram igualmente  diferentes modalidades de ação.  
Portanto, unidade é a condição primeira para chegarmos à vitória. Não queremos calar as críticas ao sindicato. Mas existem as críticas dos que desejam ver a categoria vitoriosa e percebendo falhas e limitações sugerem orientações diversificadas de comos e conduzir a luta. Existem também, as “críticas” de quem obedece a um programa sistemático de descrédito e destruição do sindicato. Não podemos confundir esses dois segmentos. Diante da grita inexplicável de quem vive do etermno denuncismo do sindicato, proclamamos a necessidade da unidade para o enfrentamento desse  governo que desrespeita os direitos dos educadores e dos filhos do povo a ter uma educação pública de qualidade. Uma  greve de uma categoria da dimensão da nossa exige muito esforço e serenidade para que não tomemos iniciativas a partir de posições açodadas e irracionais. A paixão deve sim, explodir na rua. Em nossos momentos de  organização o cálculo deve prevalecer, despindo-nos  de preconceitos e “principismos” estéreis!
Ousar lutar, ousar vencer é o lema que nos empurra nessa guerra!

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