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sexta-feira, 24 de junho de 2016

UNIDADE PARA ATRASAR?

A UNIDADE EXIGE BOA VONTADE E BOA FÉ.

O sindicato Apeoc tem procurado conduzir o movimento grevista que a categoria leva adiante da forma mais democrática e participativa possível.
A greve já conta com 2 meses de duração, sendo que parte desse tempo estagnada num impasse que até então vinha se mostrando monolítico. Ao que parece, mais recentemente  abriram se algumas frestas que podem alargar se no sentido de uma solução.

Novo mesmo nessa greve, não são as ocupações, caricaturas das que ocorreram previamente em outros lugares, mas sim,  os “convergentes”.  Uma franja de ativistas que demarcou posição com a oposição sectária, há muito hegemônica nesse polo. Não se sabe se terá permanência ou não passará de uma contingência da greve. Em todo caso, um fenômeno progressivo, na medida em que a base começa a por em questão e a peitar quem se autoproclama como sendo sua genuína porta voz. 
Fruto da necessidade de se exercitar a sensatez num momento em que a sandice arrisca generalizar, com o tudo ou nada que ao nada costuma levar. Reforça a tese, segundo a qual o impasse não interessa à categoria.  Um estado de coisas que tende a se agravar na medida em que se aproximam as férias de julho.
Entendeu se corretamente que é chegada a hora de se estabelecer uma trégua entre as diferentes posições políticas existentes no interior da classe. De modo que todos possam se somar num só esforço para a construção de uma contra proposta que propicie a retomada do processo de negociação com o governo.
A ideia da contra proposta veio a ser cogitada na última assembleia, mas não foi possível debate-la  em razão da resistência de grupos irredutíveis na defesa da manutenção do índice do reajuste linear, 12,67%. Apenas mais uma demonstração de autoritarismo de quem não admite debater nada que não seja em concordância com suas expectativas.   
O incidente não foi motivo, no entanto, para demover os defensores da contra proposta de se esforçarem por sua concretização. Movidos por esse espírito, concordaram em trabalhar junto com o sindicato, que por seu lado, não ofereceu qualquer resistência, muito pelo contrário. A APEOC avaliou a iniciativa como positiva e buscou propiciar o ambiente adequado para a execução desse trabalho.
Foi realizada uma reunião ampliada da executiva, contando com a presença de professores e professoras da base que apresentaram suas sugestões, com transmissão em tempo real pela internet. O que não faltou foi transparência. 
A ninguém foi exigido atestado ideológico, nem foi imposto qualquer constrangimento.
Causou surpresa a circulação nos zonais e redes sociais de notícias que davam conta de articulações feitas por alguns gestores, e ao que parece, com a colaboração de membros da oposição,  junto à Seduc, visando à reabertura da mesa de negociação.  Além do fato de serem tratativas feitas à revelia da entidade, um áudio feito por uma professora da oposição dizia da intenção de manter o sindicato excluído do processo. No outro dia, na data agendada,  quase na hora de sua realização, só então o “convite” oficial chegaria à sede do sindicato.  
O que custava aos gestores articulados nessa ação fazer a mesma coisa em comum acordo com o sindicato? A Apeoc inclusive participa de um fórum com gestores das escolas justamente para facilitar a interlocução com esse seguimento e nenhum dos que participam parece ter tido  conhecimento ou foi consultado sobre a iniciativa. Aprofundando mais ainda a suspeição, “coincidentemente”, o  grupo é composto, ao menos em parte, por alguns diretores identificados com a oposição. Embora isso jamais fosse impedimento para se trabalhar em prol da categoria.  Só que não foi o caso.

E não era só no andar de cima que forçavam a porta.
Nos zonais a oposição em nome da “unidade”, potencializava a divisão, buscando esvaziar o ato do dia 23, fruto de deliberação na assembleia, dando ênfase ao ato do Fuaspec, a se realizar no dia 24, seguindo orientação da Rede de Zonais.
Há muito que agitam a bandeira de unificação da luta dos professores com a dos demais servidores, através do Fuaspec. Mas afora os docentes da UECE, qual outra categoria entre os servidores públicos esta efetivamente em greve? .
Se  unificar a greve dos professores com os demais servidores fosse algo  significativo nessas circunstâncias, sem  dúvida que a APEOC não deveria hesitar em fazê-lo. Afinal, a unidade é a condição da vitória.  Um princípio a ser observado em primeiro lugar, mas se deve adotar critérios para isso, mantendo se atentos para não se cair em arapuca.
O mais provável é que surtisse efeito  contrário ao desejado. Mais desentendimento, além do que a oposição já estimula, em lugar do fortalecimento da greve. Não só em razão de divergências políticas e, principalmente, metodológicas,  que porventura exista entre a direção da Apeoc e outras direções presentes no Fuaspec. É mais determinante o fato de ser reduzido o poder de mobilização da maioria das entidades que integram esse Fórum, uma vez que suas bases estão compostas pelo trabalho terceirizado. Uma ameaça que agora se abate sobre a educação em escala nacional. 
De tal sorte que o resultado desse pacto se limitaria à introdução de direções político sindicais na condução da greve dos professores sem que suas categorias somassem com ela.
Em panela que muitos mexem...
Sem falar que mais uma vez, a oposição zomba da assembleia, desvirtuando suas deliberações. Como pode cobrar coerência dos colegas que retornam para a sala de aula sem esperar uma decisão coletiva da categoria, rotulando de “fura greves”, se esbanja tanto mau exemplo?

De qualquer maneira a categoria esta dando demonstração de amadurecimento e discernimento na identificação de lideranças que se propõem sinceramente a encontrar uma saída coletiva, democraticamente debatida e deliberada com a clareza crítica de quem sabe o que quer. 


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