Van Hattem é vaiado e chamado de fascista por estudantes ao defender Escola Sem Partido na AL
Luís Eduardo Gomes
Durante audiência pública que tratou das ocupações nas escolas públicas do Estado, realizada na manhã desta terça-feira (31) no Plenarinho da Assembleia Legislativa, o deputado Marcel Van Hattem (PP) tentou defender o seu projeto de lei (PL 190/2015) que prevê a instituição do Programa Escola Sem Partido no sistema estadual de ensino. No entanto, foi muito vaiado e interrompido em diversas oportunidades pelos estudantes presentes na audiência, que chegaram a virar de costas durante a fala do deputado.
No início da audiência, que tinha como foco principal as obras nas escolas, representantes do movimento estudantil listaram como uma das pautas nas ocupações a exigência de retirada do PL 190 de tramitação da AL. Van Hattem, que não estava na audiência, decidiu então comparecer ao Plenarinho para fazer a defesa do projeto.
No entanto, quando começava a tentar explicar o que queria dizer com doutrinação, foi vaiado e chamado de fascista por estudantes e professores. Quando pediu respeito como deputado, foi criticado por não ter dado bom dia aos presentes, o que fez logo em seguida. Ele também foi alvo de protesto por ter chamado os estudantes de “massa de manobra”.
Ele ainda tentou argumentar que conhecia a realidade das escolas públicas, por ter estudado no Ensino Fundamental e no 1º ano do Ensino Médio em um colégio estadual de Dois Irmãos, sua cidade natal, e que seu projeto, na verdade, visava justamente defender a pluralidade das ideias, mas foi interrompido diversas vezes. Ao fim, pediu apenas que os presentes “lessem o projeto”, sendo vaiado novamente.
Van Hattem se retirou da audiência logo após sua fala, mas voltou a ser criticado em manifestações posteriores de estudantes, professores e também de deputados. Stela Farias (PT), que relata o PL na Comissão de Constituição e Justiça da AL antecipou que irá emitir parecer contrário ao projeto, que, segundo ele, busca “amordaçar a educação pública”. “Usam a desculpa ideologia para justificar, de forma autoritária, a introdução de sua ideologia”, disse.
Edegar Pretto foi ainda mais veemente. “Escola sem partido quer dizer escola de imbecis que não discute de onde viemos e para onde queremos ir”, afirmou.
Tags: Assembleia Legislativa, audiência pública, Escolas Públicas, Marcel van Hattem, movimento estudantil, ocupações
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