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segunda-feira, 18 de abril de 2016

SOBRE UM TAL DE "IMPEACHMENT" E O FATO DE SERMOS "PROFESSORES".. .Professor Arnaldo César A Oliveira

Acompanhei, em 1992, todas as falas (ufa...) daqueles q votaram pelo "impedimento" do então Presidente Fernando Collor de Mello (mesmo este tendo renunciado ao cargo bem no finalzinho de dezembro desse ano).

Quase um quarto de século após essa "novidade" de impeachment (até aquele ano, o termo era, mesmo para alguém razoavelmente informado, uma grande novidade; inclusive, salvo engano, foi o primeiro a ocorrer na América Latina), resolvi acompanhar de novo todas as falas dos deputados (na sessão "histórica" - ocorrida num domingo (17/04/2016), com a presença de 98% dos deputados federais (511), q se desenvolveu, de maneira ininterrupta, por mais de seis horas, acabando mais ou menos meia-noite).

Fiquei impressionado!

Não há praticamente nenhuma diferença entre o conteúdo das "falas" de 1992 e as de 2016 - mesmo entre elas existindo um hiato temporal de quase 25 anos!

A partir de tal observação (constatação?), acorreram-me duas ideias - uma, a de q (possivelmente) falhei como professor; a outra, a de que há um longo caminho (ou de q não haverá desemprego para nós).

Explico.

Nos últimos 20 anos tenho sido professor, inclusive de "EJA" (e de PROJOVEM); e, mais atualmente, de produção escrita (redação) com foco no ENEM.

Queiramos ou não os deputados federais q votaram pelo impeachment (mais do q os 342 necessários...) foram votados/ eleitos "democraticamente" por uma representativa massa de eleitores que, é possível supor, passaram ou pelos bancos da escola "regular" (a escola q aí está), ou por um "EJA" ou que, se não passaram por nenhuma categoria formal de instrução, certamente convivem diretamente (conversam, interagem, discutem) com adolescentes os "assuntos da atualidade" q "passam na TV".

Em outras palavras: Parece (parece?) que, como professores, apesar do empenho na pesquisa e seleção em torno dos materiais a serem efetivamente usados em sala de aula ("criativos, "envolventes", "modernos"), a "formação" q ocorre (ocorre?) na escola, aquela do "cidadão crítico e responsável", "informado e engajado", "protagonista de sua história", ou não ocorre ou se ocorre é... falha, bem falha.

A votação do impedimento - da maneira como se deu: antes, durante, e depois - me serve para tal reflexão.

Por outro lado, para não me sentir tão incompetente (ou culpado), vem, quase q de imediato, uma "saída", talvez cínica, ou mesmo sarcástica: a de que há, de fato, um longo caminho (ainda) a ser percorrido por nós professores em torno da formação dos alunos (estejam estes em q modalidade de ensino estiverem).

Ou seja: os deputados q votaram pelo início do processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, e q foram "escutados" pelo Brasil, via TV, ontem (17/04/2016), foram, antes, votados por nossos ex-alunos... "formados" por nós, "professores".

A pergunta q deixo para análise, e q finaliza o texto é: q "formação" foi essa, hein, gente?

Abraços, Arnaldo.

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