DEFENDER A PETROBRÁS É DEFENDER O BRASIL
Há quase um ano o País acompanha uma operação policial
contra evasão de divisas que detectou evidências de
outros crimes, pelos quais são investigadas pessoas que
participaram da gestão da Petrobrás e de empresas
fornecedoras. A ação institucional contra a corrupção tem
firme apoio da sociedade, na expectativa de
esclarecimento cabal dos fatos e rigorosa punição dos
culpados.
É urgente denunciar, no entanto, que esta ação tem
servido a uma campanha visando à desmoralização da
Petrobrás, com reflexos diretos sobre o setor de Óleo e
Gás, responsável por investimentos e geração de empregos
em todo o País; campanha que já prejudicou a empresa e
o setor em escala muito superior à dos desvios
investigados.
A Petrobrás tem sido alvo de um bombardeio de notícias
sem adequada verificação, muitas vezes falsas, com
impacto sobre seus negócios, sua credibilidade e sua
cotação em bolsa. É um ataque sistemático que, ao invés
de esclarecer, lança indiscriminadamente a suspeita sobre
a empresa, seus contratos e seus 86 mil trabalhadores
dedicados e honestos.
Assistimos à repetição do pré-julgamento midiático que
dispensa a prova, suprime o contraditório, tortura a
jurisprudência e busca constranger os tribunais. Esse
método essencialmente antidemocrático ameaça, hoje, a
Petrobrás e suas fornecedoras, penalizadas na prática, 2
enquanto empresas produtivas, por desvios atribuídos a
pessoas físicas.
Ao mesmo tempo, o devido processo legal vem dando
lugar ao tráfico seletivo de denúncias, ofensivo à
consciência jurídica brasileira, num ambiente de
obscuridade processual que propicia a coação e até o
comércio de testemunhos com recompensa financeira. Na
aparente busca por eficácia, empregam-se métodos que
podem – isto, sim – levar à nulidade processual e ao
triunfo da impunidade.
E tudo isso ocorre em meio a tremendas oscilações no
mercado global de energia, num contexto geopolítico que
afeta as economias emergentes, o Brasil, o Pré-Sal e a
nossa Petrobrás.
Não vamos abrir mão de esclarecer todas as denúncias, de
exigir o julgamento e a punição dos responsáveis; mas não
temos o direito de ser ingênuos nessa hora: há poderosos
interesses contrariados pelo crescimento da Petrobrás,
ávidos por se apossar da empresa, de seu mercado, suas
encomendas e das imensas jazidas de petróleo e gás do
Brasil.
Historicamente, tais interesses encontram porta-vozes
influentes na mídia e nas instituições. A Petrobrás já
nasceu sob o ataque de “inimigos externos e predadores
internos”, como destacou a presidenta Dilma Rousseff.
Contra a criação da empresa, em 1953, chegaram a
afirmar que não havia petróleo no Brasil. São os mesmos
que sabotaram a Petrobrás para tentar privatizá-la, no
governo do PSDB, e que combateram a legislação do Pré-
Sal.3
Os objetivos desses setores são bem claros:
- Imobilizar a Petrobrás e depreciar a empresa para
facilitar sua captura por interesses privados, nacionais e
estrangeiros;
- Fragilizar o setor brasileiro de Óleo e Gás e a política
de conteúdo local; favorecendo fornecedores
estrangeiros;
- Revogar a nova Lei do Petróleo, o sistema de partilha e
a soberania brasileira sobre as imensas jazidas do Pré-
Sal.
Para alcançar seu intento, os predadores apresentam a
Petrobrás como uma empresa arruinada, o que está longe
da verdade, e escondem do público os êxitos operacionais.
Por isso é essencial divulgar o que de fato aconteceu na
Petrobrás em 2014:
- A produção de petróleo e gás alcançou a marca histórica
de 2,670 milhões de barris equivalentes/dia (no Brasil e
exterior);
- O Pré-Sal produziu em média 666 mil barris de petróleo/
dia;
- A produção de gás natural alcançou 84,5 milhões de
metros cúbicos/dia;
- A capacidade de processamento de óleo aumentou em
500 mil barris/dia, com a operação de quatro novas
unidades;
- A produção de etanol pela Petrobrás Biocombustíveis
cresceu 17%, para 1,3 bilhão de litros. 4
E, para coroar esses recordes, em setembro de 2014 a
Petrobrás tornou-se a maior produtora mundial de
petróleo entre as empresas de capital aberto, superando
a ExxonMobil (Esso).
O crescente sucesso operacional da Petrobrás traduz a
realidade de uma empresa capaz de enfrentar e superar
seus problemas, e que continua sendo motivo de orgulho
dos brasileiros.
Os inimigos da Petrobrás também omitem o fato que está
na raiz da atual vulnerabilidade da empresa à especulação
de mercado: a venda, a preço vil, de 108 milhões de ações
da estatal na Bolsa de Nova Iorque, em agosto de 2000,
pelo governo do PSDB.
Aquela operação de lesa-pátria reduziu de 62% para 32% a
participação da União no capital social da Petrobrás e
submeteu a empresa aos interesses de investidores
estrangeiros sem compromisso com os objetivos nacionais.
Mais grave ainda: abriu mão da soberania nacional sobre
nossa empresa estratégica, que ficou subordinada a
agências reguladoras estrangeiras.
Os últimos 12 anos foram de recuperação e fortalecimento
da empresa. O País voltou a investir em pesquisa e a
construir gasodutos e refinarias. Alcançamos a
autossuficiência, descobrimos e exploramos o Pré-Sal,
recuperamos para 49% o controle público sobre o capital
social da Petrobrás.
O valor de mercado da Petrobrás, que era de 15 bilhões de
dólares em 2002, é hoje de 110 bilhões de dólares, apesar 5
dos ataques especulativos. É a maior empresa da América
Latina.
A participação do setor de Óleo e Gás no PIB do País, que
era de apenas 2% em 2000, hoje é de 13%. A indústria
naval brasileira, que havia sido sucateada, emprega hoje
80 mil trabalhadores. Além dos trabalhadores da
Petrobrás, o setor de Óleo e Gás emprega mais de 1
milhão de pessoas no Brasil.
É nos laboratórios da Petrobrás que se produz nosso mais
avançado conhecimento científico e tecnológico. Os
royalties do petróleo e o Fundo Social do Pré-Sal
proporcionam aumento significativo do investimento em
Educação e Saúde. Este é o papel insubstituível de uma
empresa estratégica para o País.
Por tudo isso, o esclarecimento dos fatos interessa, mais
do que a ninguém, aos trabalhadores da Petrobrás e à
população brasileira, especialmente à parcela que vem
conquistando uma vida mais digna.
Os que sempre tentaram alienar o maior patrimônio
nacional não têm autoridade política, administrativa,
ética ou moral para falar em nome da Petrobrás.
Cabe ao governo rechaçar com firmeza as investidas
políticas e midiáticas desses setores, para preservar uma
empresa e um setor que tanto contribuíram para a atração
de investimentos e a geração de empregos nos últimos
anos.
A direção da Petrobrás não pode, nesse grave momento,
vacilar diante de pressões indevidas, sujeitar-se à lógica
dos interesses privados nem agir como refém de uma 6
auditoria que representa objetivos conflitantes com os da
empresa e do País.
A investigação, o julgamento e a punição de corruptos e
corruptores, doa a quem doer, não pode significar a
paralisia da Petrobrás e do setor mais dinâmico da
economia brasileira.
É o povo brasileiro, mais uma vez, que defenderá a
empresa construída por gerações, que tem a alma do
Brasil e simboliza nossa capacidade de construir um
projeto autônomo de Nação.
Pela investigação transparente dos fatos, no Estado de
Direito, sem dar trégua à impunidade;
Pela garantia do acesso aos dados e esclarecimentos da
Petrobrás nos meios de comunicação, isentos de
manipulações;
Pela garantia do sistema de partilha, do Fundo Social e
do papel estratégico da Petrobrás na exploração do Pré-
Sal;
Pela preservação do setor nacional de Óleo e Gás e da
Engenharia brasileira.
Defender a Petrobrás é defender o Brasil – nosso
passado de lutas, nosso presente e nosso futuro.
ASSINATURA DE MANIFESTO
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