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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O REI ESTÁ NU

DE COMO CAIRAM AS VESTES IRREAIS DE CID GOMES E SE REVELOU O MONSTRO
Nosso governador é um rapaz bonitinho. Estatura elevada e pele alva, em um rosto delicado e de serena expressão, que emoldura  sorriso à Gioconda, mas de insustentável leveza. Ao se manifestar, usa de  gestual  elegante em harmonia com o conjunto da carcaça, que se apresenta impecavelmente vestida. A voz lânguida e melíflua é de tal modo  agradável aos ouvidos mais recalcitrantes, que parece  ter sido treinada para convencer pela sedução. É o típico filho- família, herdeiro de rudes e cruéis potentados que se impuseram  na terra indômita a ferro e fogo e, ao arrepio das leis e do Estado.  Passaram  a constituir uma casta prepotente e arrogante que têm o território do estado como o quintal, melhor dizendo, o curral de uma imensa fazenda imaginária,  cuidando de tratar a seus habitantes,  como gado que pode ser tangido e ferrado ao sabor de seus caprichos.
Desde há algum tempo o herdeiro bonitinho dos potentados vem cumprindo o papel de ator, ocultando-se por  trás da máscara de democrata e até, de socialista, palavra que  abriu-se em um leque tão amplo de significados, que tornou-se difícil saber o que realmente representa ser socialista na pós-modernidade. Aprofundando a farsa, forjou aliança com aqueles que historicamente empreenderam a tarefa da crítica e efetiva oposição às oligarquias dominantes.  Seus novos companheiros de viagem se revelam de tal modo subservientes que, mal se pode crer que sejam integrantes de partidos que desempenharam e ainda desempenham papel central nos maiores eventos políticos da vida nacional nos últimos 30 anos, se postando do lado esquerdo na estrada da história.   Desperdiçam seu patrimônio político, obtido à custa das lutas de gerações de trabalhadores, que se dedicaram a construí-lo e  torná-lo vitorioso. Bem sucedidos em seus objetivos mais curtos,  viraram atração para o oportunismo e o  carreirismo.
 E foi nessa frondosa sombra que o bonitinho das oligarquias procurou se abrigar.  Mas da mesma maneira como seus antepassados colonizadores brancos faziam com as populações indígenas, embelezaram os caciques e lentamente vão tratando de estiolar a tribo, até obter sua total extinção ou rendição inglória!
Na greve dos professores do Ceará, o bonitinho  revelou  ao mundo o quanto também é ordinário. Brincando com o futuro dos  professores e de milhares de alunos, fingia querer negociar enquanto através de manipulações jurídicas tratava de incendiar as assembléias da categoria a título de não  permitir a suspensão da greve que se já se prolonga por mais de dois meses. Desmascarado em sua trama perversa e pervertida, permitiu que o Cid real e essencial aflorasse à superfície, aparecendo a cara feia e sebenta do coronel sertanejo, rude e mal, ordenando o espancamento de professores e estudantes no interior da Assembléia Legislativa.  Vergonha para esse poder do estado que deveria se mostrar independente do executivo, mas agora sabemos não passar de um prolongamento do Palácio da Abolição. Este, os professores em revolta trataram de deixar em estado de ebulição quando foram lá e deram a resposta cívica e cidadã ao plenipotenciário.  Os tempos mudaram, mas nada parece ter mudado na cabeça de nossas elites que ainda pensam em deixar a educação relegada à ribalta, tratada com restos e sobejos. As novas gerações, entretanto estão a mostrar que não se conformam com esse tratamento, exigindo a justa parte da riqueza que nos é devida e por séculos nos foi sonegada.
Que o governador recubra a carcaça com a roupa que quiser e engane a quem se permite se enganar com beleza aparente, mas deixe a brincadeira para os momentos em que se deve brincar e com coisas que realmente podem ser objeto de brincadeiras.  A educação e os educadores exigem o devido respeito e que não se repita nas terras do Ceará o vergonhoso episódio que nodoou  em caráter definitivo a sua história.

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