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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

PSDB mineiro acusa PSDB paulista de “armar” contra Aécio | Blog da Cidadania

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Três Irmãos de Sangue (Completo)

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#50anosdoGolpe - Documentário "Eu me lembro"

Volks em inferno astral: denunciada no Brasil por ligação com ditadura, flagrada nos EUA por fraude e com renúncia de presidente - BR2pontos

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Valter Pomar: "Bons modos nunca derrotaram fascistas" - Viomundo - O que você não vê na mídia

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Deputado acusa procurador da Lava Jato de atuar de forma parcial  - Portal Vermelho

23 de setembro de 2015 - 16h04 

Deputado acusa procurador da Lava Jato de atuar de forma parcial 

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) reagiu às declarações de um dos procuradores da Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima, afirmando que há uma estratégia em curso para criminalizar o PT e o ex-presidente Lula. 



Agência Câmara
O parlamentar diz que o posicionamento do procurador “se trata de atuação política por parte de um representante do Sistema de Justiça, em flagrante desrespeito aos princípios orientadores do Estado de Direito”  O parlamentar diz que o posicionamento do procurador “se trata de atuação política por parte de um representante do Sistema de Justiça, em flagrante desrespeito aos princípios orientadores do Estado de Direito”
Nesta terça-feira (22), o parlamentar enfatizou que o posicionamento do procurador “se trata de atuação política por parte de um representante do Sistema de Justiça, em flagrante desrespeito aos princípios orientadores do Estado de Direito”. O deputado observa que a mesma conduta foi adotada na semana passada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, durante o julgamento do fim das doações empresariais para campanhas eleitorais.

Na segunda-feira (21), em coletiva à imprensa, o procurador alegou que o objeto das investigações não é a Petrobras. Ele desconfia – já que afirmou não ter “provas concretas” – que se trata de “compra de apoio político-partidário pelo governo federal, por meio de propina, criada na Casa Civil durante o governo do ex-presidente Lula”.

“O processo penal serve para investigar condutas cometidas por indivíduos determinados. Mas o que o procurador revela que eles estão fazendo é usar um processo penal para criminalizar apenas um partido e a figura do ex-presidente Lula”, reagiu Pimenta.

Para o deputado, as declarações do procurador põem em xeque os rumos e os resultados da operação Lava Jato: de forma parcial, arbitrária, seletiva, ideológica e direcionada, a peça acusatória da investigação está se transformando numa ferramenta de disputa político-partidária.

“Caçada” ao PT

E lamenta que ao invés de se combater a corrupção de maneira “imparcial, sóbria e profunda” tenha se optado por fazer uma “caçada” ao PT. “Para criminalizar o PT, há quem aceite e faça vista grossa, infelizmente, a todo o tipo de corrupção que envolve outros atores e outros partidos políticos”.

Para o parlamentar, é inaceitável que representantes do Sistema Justiça sustentem que doações para o PT são oriundas de caixa 2 e para o PSDB, de Aécio Neves, são frutos de “generosidade”. “Então se há compra de votos é só em nível federal? É só o PT que está à frente da administração pública no Brasil? E onde o PSDB governa, lá não paira nenhuma desconfiança?”, questiona o parlamentar.

Pimenta lembra que as doações de empreiteiras para campanhas eleitorais não é uma peculiaridade do PT, e que entre as empresas investigadas na Lava Jato há construtoras que fizeram doações muito superiores ao candidato Aécio Neves e ao PSDB.




Fonte: PT na Câmara 

Deputado acusa procurador da Lava Jato de atuar de forma parcial  - Portal Vermelho

Espetacularização da Lava Jato eleva desemprego de engenheiros em 42% - Portal Vermelho

23 de setembro de 2015 - 18h37 

Espetacularização da Lava Jato eleva desemprego de engenheiros em 42%

Na condição de vítima, a Petrobras se tornou a principal prejudicada das investigações da Operação Lava Jato. Sob a fachada de combate à corrupção, as investigações se transformaram em instrumento de uma campanha de ataque à imagem e às atividades da estatal com o objetivo de promover um desmonte da principal empresa brasileira e uma das maiores do mundo na exploração de petróleo.



Juiz Sergio Moro comanda investigações da Lava JatoJuiz Sergio Moro comanda investigações da Lava Jato
A escancarada exploração política da Lava Jato não atende aos reais anseios da população de combate aos corruptos e corruptores, mas aos interesses da direita conservadora que mira seus ataques no modelo de partilha do pré-sal.

A solidez e força da Petrobras tem conseguido reduzir parte dos efeitos desse ataque. Mas os demais setores que atuam junto com a estatal estão mergulhados na retração.

Segundo a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros, a Fisenge, o desemprego no setor dobrou em 2015. De acordo com dados publicados na revista da entidade, Em Movimento, a partir de levantamento feito pela subseção do Dieese, em 2014 a engenharia perdeu 3 mil postos de trabalho. Em 2015, esse número saltou para 7,5 mil somente no primeiro semestre. Um aumento de 42%.

“A operação Lava Jato – que denuncia escândalos na Petrobras – está promovendo um movimento de ataque à nação brasileira. Isso porque em vez de apurar com rigor e responsabilizar as pessoas, a operação está tomando pulso em torno da destruição das empresas brasileiras, das riquezas nacionais e da soberania do país”, denuncia Clovis Francisco do Nascimento Filho, presidente da federação.

“Obras paralisadas em todo o território nacional promovem demissões em massa, estagnação da economia e interrupção de projetos e serviços. Reivindicamos a apuração e a responsabilização dos casos de corrupção, mas não permitiremos que estes fatos abram uma avenida de oportunidades para uma política entreguista e de destruição da engenharia nacional”, enfatizou.

Ainda de acordo com a entidade, a Lava Jato já afetou 30 grandes obras em todo o país, além de grandes projetos da Petrobras, como o complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A Fisenge denuncia que empresas estrangeiras estão assumindo obras públicas, agravando a situação econômica das empresas nacionais.

Diante desse cenário devastador, a federação defende que implantação de uma lei de leniência, que assegure a punição dos gestores e, ao mesmo tempo, a manutenção das atividades das empresas.

“A estagnação das empresas está causando um enorme prejuízo às famílias brasileiras. Não é possível permitir fretamento de navios e construção por empresas estrangeiras quando o Brasil tem total capacidade técnica e competitividade”, Joacir Pedro, diretor da Federação Única dos Petroleiros.



Do Portal Vermelho, Dayane Santos com informações da Fisenge

Espetacularização da Lava Jato eleva desemprego de engenheiros em 42% - Portal Vermelho

DECISÃO DO STF ACABOU COM A FESTINHA PARTICULAR DE MORO

DECISÃO DO STF ACABOU COM A FESTINHA PARTICULAR DE MORO

OS SUPER PODERES DO JUIZ

Relatos de delatores que isentam Vaccari de crime foram desconsiderados', diz D'Urso

Advogado de defesa afirma que condenação de ex-tesoureiro do PT sem provas foi um "grave equívoco" e promete recorrer

Segundo o advogado Luiz Flávio D’Urso, incumbido da defesa de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT , vários trechos dos depoimentos dos delatores Alberto Youssef, Pedro Barusco e Augusto Mendonça trouxeram elementos que isentam de crime o acusado mas foram desconsiderados na sentença de condenação.

"Não foi considerado, por exemplo, que o Alberto Youssef disse que nunca esteve com o senhor Vaccari. Jamais. Pedro Barusco diz expressamente, tanto na sua delação quanto no seu depoimento na CPI: 'o senhor Vaccari nunca me pediu nada.'", relata o advogado, em entrevista a Marilú Cabanãs, da Rádio Brasil Atual. Já Augusto de Mendonça, quando perguntado se Vacari sabia da origem do dinheiro das doações, também negou taxativamente.

"Quando se tem uma sentença condenatória, com base em três delações, delações estas que têm esses elementos que afastam o Vaccari de qualquer conduta criminal, evidente que nós estamos diante de um grave equívoco, um grave erro", ressalta D'Urso, que vai recorrer da decisão.

O advogado lembra que a lei brasileira não prevê condenação com base, exclusivamente, em delações premiadas. Tem que ter provas. E não há nenhuma, tanto na sentença como no processo criminal, movido pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Vaccari. "Não se encontra um resquício de prova, em toda essa sentença, que possa justificar uma condenação, a qualquer título, por qualquer crime, ao senhor Vaccari", afirma D'Urso.

Ele explica, ainda, que a prova testemunhal, em condições normais, trazidas por alguém que vai ao processo sem interesse no resultado, já não é confiável, e é conhecida, no meio jurídico, como "a prostituta das provas", pois "passa pelos crivos de interpretação, de um e de outro, e pode não ser fidedigna". Mais frágil ainda é a delação premiada, "uma versão trazida por alguém que é acusado e tem interesse no processo, e negocia, com o estado, sobre o que vai dizer para obter benefícios, diminuir sua pena ou até conseguir o perdão judicial", detalha o advogado.

"A delação é feita, existem vazamentos do conteúdo da delação, que deveria ser sigiloso. Os vazamentos vão para a imprensa, para os jornais, e aquilo passa a ser verdade absoluta para a opinião pública. Embora isso aconteça, o que é lamentável, nunca pode ser interpretado dessa maneira pelas autoridades judiciais."

Segundo D'Urso, o que a lei estabelece é que a versão trazida pelo delator deve ser apenas o caminho para que os órgãos oficiais do estado busquem por provas. "No processo do Vaccari, o que nós assistimos foi o inverso. Nenhuma prova existia, durante a investigação."

"O que se verifica em tudo isso é que se quer, se pretende, se insiste, é criminalizar essa conduta do tesoureiro do PT, quando, na verdade, é absolutamente legal. É a mesma conduta que todos os tesoureiros de todos os partidos realizam", conclui D'Urso.



UMA REFLEXÃO DE ANTONIO LISBOA

Gosto de tudo que nos confronta. Que nos faz ir além de nós mesmos. Gosto do que faz pensar, do que nos ensina, que nos leva para um outro lugar. A troca de visões entre diferentes pontos de vista é o que nos desembaça os óculos e nos faz ver o mundo. Por isso, nunca penso em termos de "concordo" ou "discordo", pois tendo a concordar com quase tudo. Quando se entende a "verdade" de um fato como a síntese do conjunto diverso de pontos de vista possíveis, os opostos não se anulam, ao contrário, se fortalecem e complementam. Quando se vive em busca de "concordar" com o que já se sabe, não se aprende nada, tudo que encontramos são apenas reflexos de nós mesmos no espelho. O aprendizado só é possível na confrontação, no choque, no encontro com o inesperado. Aprender é se transformar, se surpreender, se redescobrir no outro. Quando protegemos nossas crenças em si mesmas, o que nos resta é o doce prazer da ilusão. Quando as confrontamos com o olhar do outro, aí surgem as verdades, que já não são mais só "nossas".
                                                                                                                                     Antonio Lisboa.

Os 11 princípios do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels - Carta Maior

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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

MST denuncia e repudia ato agressivo e constrangedor contra Stedile - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

MST denuncia e repudia ato agressivo e constrangedor contra Stedile

Em nota, o Movimento diz que este episódio reflete o crescimento do ódio propagado pela elite brasileira e pelos meio de comunicação da burguesia.
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Da Página do MST

A Direção Nacional do MST vem a público denunciar e repudiar o ato agressivo e constrangedor que o membro da coordenação nacional do MST, João Pedro Stedile, sofreu no aeroporto de Fortaleza na noite desta terça-feira (22).

Para o MST, este episódio não é um fato isolado, mas um reflexo do atual momento político pelo qual passa o país, em que se vê crescer a cada dia o ódio contra os movimentos populares, migrantes e a população negra e pobre, como os recentes acontecimentos no Rio de Janeiro em que a juventude das favelas está sendo impedida, com risco de sofrer agressão, de ir às praias da zona sul da capital fluminense.

Estes atos de violência e ódio propagado intensamente nas redes sociais, e que reverbera cada vez mais nas ruas, é mais uma demonstração da violência dos setores da elite brasileira dispostos a promover uma onda de violência e ódio contra os setores populares.

Clique aqui e confira a nota de solidariedade de diversos movimentos populares.

Porém, num outro recente episódio de ódio contra Stedile, quando circulou nas redes sociais um cartaz em que oferecia uma recompensa por ele “vivo ou morto”, já alertávamos que a dimensão destes acontecimentos advém, sobretudo, de uma mídia partidarizada, manipuladora e que distorce e esconde informações, ao mesmo tempo em que promove o ódio e o preconceito contra os que pensam diferente.

São estes meios de comunicação a serviço de uma direita raivosa e fascista os responsáveis por formarem estas mentalidades criminosas e odiosas que alimentam as ruas e as redes sociais com os valores mais anti-sociais e desumanos que possa existir.

Entretanto, estas atitudes não serão capazes de nos tirar da luta por Reforma Agrária e pelos direitos sociais historicamente negados ao povo brasileiro. Não aceitaremos que nenhum militante dos movimentos populares sofra qualquer tipo de agressão ou insulto por defender e lutar por justiça social. Nos comprometemos a permanecer em luta nas ruas pela defesa da democracia, dos direitos civis, da classe trabalhadora e o respeito aos valores humanitários.

“Ousar lutar, ousar vencer!”
Lutar, Construir Reforma Agrária Popular!
 
Direção Nacional do MST
São Paulo, 23 de setembro de 2015.

MST denuncia e repudia ato agressivo e constrangedor contra Stedile - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Em Brasília, educadores da Reforma Agrária marcham por uma educação pública e de qualidade - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Em Brasília, educadores da Reforma Agrária marcham por uma educação pública e de qualidade

O ato iniciou com uma intervenção em frente ao Ministério da Educação (MEC) para denunciar o fechamento das escolas do campo e a mercantilização da educação pública no país.
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Foto: Biby Rojas Flores

Da Página do MST 

A marcha realizada pelos 1500 participantes do 2° Encontro Nacional dos Educadores da Reforma Agrária (Enera), pela Esplanada dos Ministérios em Brasília (DF), nesta quarta-feira (23), iniciou com uma intervenção em frente ao Ministério da Educação (MEC) para denunciar o fechamento das escolas do campo e a mercantilização da educação pública no país.

Para Divina Lopes, do setor de educação do Movimento, vivemos num período de crise em que o capital precisa pensar novas formas de se reproduzir e uma dessas frentes é o avanço cada vez maior sobre a educação.

“É inadmissível que no último período 37 mil escolas tenham sido fechadas no campo. Não podemos aceitar que no Brasil ainda existam mais de 13 milhões de analfabetos. O avanço do agronegócio e da lógica mercantil dos empresários da educação tem que ser barrado. E hoje, o 2° Enera se coloca em luta com um ato de denúncia, mas também, marchamos em defesa de uma educação pública e de qualidade para todos os brasileiros”, afirma.
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Foto: Mídia Ninja

Segundo dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), nos últimos 15 anos, mais de 37 mil unidades educacionais foram fechados no meio rural. Isso significa uma média de oito escolas rurais fechadas por dia em todo país. 

Somente entre entre 2002-2010, as matrículas na rede pública diminuíram 12,5% enquanto na rede privada, no mesmo período, aumentaram 5,2%. Nos últimos dez anos as instituições privadas abocanharam 4,4 milhões de alunos no período com a ajuda de dinheiro público, enquanto as instituições públicas receberam quase três vezes menos alunos: 1,5 milhão.

Seguindo a caminhada os educadores e educadoras pararam em frete ao Ministério da Justiça para mostrar repúdio ao projeto de Lei 2016/15, que restringe o direito à livre manifestação, podendo enquadrar militantes como terroristas.

Os Sem Terra também chamaram atenção para os massacres dos povos indígenas no Brasil. Segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), entre os anos de 2003 e 2014, 390 indígenas foram assassinados no Mato Grosso do Sul, um total que representa 52% dos casos registrados em todo o país.

Atiliana Brunetto, dirigente assentada do MST e indígena, chamou atenção para essas mortes e exigiu a aceleração no processo de demarcação dos territórios.

“O Estado brasileiro está matando o nosso povo indígena. Todas as famílias indígenas são desrespeitadas quando o governo resolve paralisar as demarcações das terras. Nós, educadores, lutamos por vida, terra e também pelos povos indígenas. A questão indígena não é apenas mais um caso da política ou jurídico, ela é um caso de vidas humanas. Isso fez com que nós, população indígena, fossemos para fora do país pedir proteção", salienta.

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Foto: Mídia Ninja

Brunetto refere-se a 30ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que aconteceu em Genebra, na Suíça no último dia (20), em que o líder dos Guarani-Kaiowá Eliseu Lopes denunciou o acirramento dos conflitos indígenas no país. 

“Hoje estamos decididos a lutar até a morte se assim preciso for. Como indígena e Sem Terra, acredito que o papel da classe trabalhadora é defender nossas terras, lutar pela natureza, pelo nosso povo. Temos que nos unir para garantir que os nossos direitos enquanto cidadãos sejam respeitados por esse Congresso que não nos representa”, enfatiza. 

Os Sem Terra terminaram a marcha ocupando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para denunciar o agronegócio e seu modelo de inserção na sociedade e nas escolas públicas com projetos como Agrinho, programa tem como objetivo a formação de professores e dos alunos para a utilização do uso de agrotóxicos, tratando o tema como fator necessário para a expansão da economia agrária no país.

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Foto: Mídia Ninja

A Ministra Kátia Abreu, uma das principais representantes do agronegócio no governo federal também foi criticada no ato.

Durante a ação, a polícia militar do Distrito Federal jogou spray de pimenta para impedir a entrada dos manifestantes no prédio, que tiveram que recuar para que não desencadeasse um conflito. 
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Foto: Luana Mara

Para Alexandre Conceição, da coordenação nacional do Movimento, a mobilização é importante para chamar a atenção do Congresso e da sociedade para a onda de retrocessos em todas as áreas impostas pelo Capital.

“Viemos até Brasília para fazer uma reflexão sobre a educação e a privatização da educação, mas principalmente, fazer uma denúncia contra a lei do terrorismo e o massacre dos povos indígenas, uma denúncia contra a ministra Kátia Abreu, que representa um modelo de desenvolvimento destruidor para o campo e a partir disso, somar os esforços do campo e da cidade para fazermos uma verdadeira transformação para a sociedade”, finaliza Conceição. 

Em Brasília, educadores da Reforma Agrária marcham por uma educação pública e de qualidade - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Após marcha, educadores ocupam Ministério da Agricultura em Brasília - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Após marcha, educadores ocupam Ministério da Agricultura em Brasília

A ação foi para denunciar o uso abusivo de agrotóxicos utilizado pelo agronegócio e o fechamento de escolas no campo.
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Da Página do MST

Os cerca de 1.500 educadores que marchavam pela Esplanada dos Ministérios na manhã desta quarta-feira (23), em Brasília, ocuparam o Ministério da Agricultura para denunciar o uso abusivo de agrotóxicos pelo agronegócio e a destruição ambiental e social que este modelo provoca no campo brasileiro.

Segundo dados da Anvisa, 64% dos alimentos estão contaminados por agrotóxicos. Já o Ministério da Saúde registrou 34.147 notificações de intoxicação por agrotóxico entre 2007 e 2014 (MS/DataSUS).

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Durante a ação, a polícia militar do Distrito Federal jogou spray de pimenta para impedir a entrada dos manifestantes no prédio, que tiveram que recuar para que não desencadeasse um conflito. 

Os participantes também denunciaram o fechamento das escolas do campo e criticaram a Ministra Kátia Abreu, uma das principais representantes do agronegócio no governo federal.

Os educadores e educadoras do 2° ENERA lutam pelo fortalecimento do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, e exigem a construção de 300 novas escolas em áreas da Reforma Agrária, além de mais 100 Centros de Educação Infantil e a garantia de mais 30 Institutos Federais dentro de áreas de assentamentos.

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O ato faz parte do 2° Encontro Nacional de Educadores e Educadoras da Reforma Agrária (ENERA), em que milhares de educadores e educadoras debatem o atual cenário da educação brasileira e o forte processo de mercantilização da educação pública. O 2° Enera está sendo realizado na cidade de Luziânia (GO).


Após marcha, educadores ocupam Ministério da Agricultura em Brasília - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

O direito e a mentira na crise europeia - Carta Maior

O direito e a mentira na crise europeia - Carta Maior

Diversas organizações se solidarizam com Stedile após sofrer insultos em Fortaleza - Carta Maior

23/09/2015 - Copyleft

Diversas organizações se solidarizam com Stedile após sofrer insultos em Fortaleza

Diversas categorias escreveram uma nota em solidariedade ao João Pedro Stedile, depois que ele foi insultado no Aeroporto de Fortaleza.


MST

MST
Diversas categorias da classe trabalhadora escreveram uma nota em solidariedade ao João Pedro Stedile e ao MST, após o membro da coordenação nacional do MST ter sido insultado por um grupo de pessoas no aeroporto de Fortaleza, na noite desta terça-feira (22).

Confira:

NOTA DE SOLIDARIEDADE AO COMPANHEIRO JOÃO PEDRO STÉDILE E AO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA – MST.

O conjunto de movimentos sindicais, populares, pastorais sociais, parlamentares progressistas e intelectuais comprometidos com a luta do povo brasileiro, vem por meio desta nota prestar solidariedade ao companheiro João Pedro Stédile, histórico militante das lutas sociais do Brasil e da América Latina.

Na noite do dia 22 de setembro, uma claque com aproximadamente 30 reacionários bradando gritos de ódio e diversos xingamentos atacou e agrediu o companheiro Stédile, que acabava de chegar no Aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza – Ceará, convidado por diversas entidades para participar de um Congresso Sindical e de uma atividade sobre Reforma Política e combate à Corrupção. 

A ação comandada pelo empresário do ramo imobiliário Paulo Angelim, militante do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB, revela o que há de mais conservador e retrógrado na sociedade brasileira: um ódio de classe, antigo e anacrônico, muito semelhante ao do fascismo.

Não à toa, o grupo de reacionários que realizou esta ação é o mesmo bando que tem impulsionado manifestações golpistas em Fortaleza no intuito de interromper o mandato da presidenta Dilma Rousseff, desrespeitando o voto popular e rompendo com a legalidade democrática no país.

Estes reacionários utilizam-se dos símbolos nacionais e se dizem patriotas, mas são favoráveis a venda dos nossos recursos naturais às empresas estrangeiras, como no caso da Petrobrás. Se dizem contra a corrupção mas são assíduos defensores do financiamento empresarial de campanhas eleitorais e ainda hoje lastimam a decisão do STF. 

Temos convicção de que a agressão sofrida pelo companheiro Stédile, não se limita a um ataque individual, ou somente ao MST. Esta agressão só pode ser compreendida como parte de uma ofensiva conservadora da direita na sociedade que busca criminalizar e intimidar todos/as aqueles/as que lutam por um Brasil justo e soberano. 

Neste sentido, prestamos solidariedade ao companheiro e nos comprometemos a cerrar fileiras na defesa da democracia, da justiça social e da participação popular nos rumos da nação.

Fortaleza, 23 de setembro de 2015.
Centra Única dos Trabalhadores - CUT
Central dos Trabalhadores do Brasil - CTB
União Nacional dos Estudantes – UNE
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - UBES
Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB
Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP
Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares 
Marcha Mundial das Mulheres – MMM
União Brasileira das Mulheres - UBM
Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos – MOTU
Levante Popular da Juventude
União da Juventude Socialista - UJS
Rua – Juventude Anticapitalista
Coletivo O Estopim
Movimento Kizomba
Partido Comunista do Brasil - PCdoB
Partido dos Trabalhadores - PT
Partido Socialismo e Liberdade
Consulta Popular
Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos em Luta pela Paz – CEBRAPAZ
Fora do Eixo
Mídia Ninja
Movimento Democracia Participativa
Agência de Informações Frei Tito para América Latina – ADITAL.
Sindicato APEOC 
Sindicato dos Metalúrgicos do Estado do Ceará – SINDMETAL
Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Ceará – SINTSEF-CE
Sindicato dos Empregados no Comércio de Fortaleza Diretório Central dos Estudantes – UECE
Diretório Central dos Estudantes - UNIFOR
Deputado Federal José Guimarães
Deputado Estadual Elmano Freitas
Deputado Estadual Moisés Bráz
Deputada Estadual Rachel Marques
Deputado Estadual Renato Roseno
Vereador João Alfredo
Vereador Jovanil
Vereador Ronivaldo Maia
Justiça Global


Créditos da foto: MST
Diversas organizações se solidarizam com Stedile após sofrer insultos em Fortaleza - Carta Maior

MENSALÃO - A demissão de José Dirceu

Logo após ser alvo de acusação da parte de Roberto CafaJefferson, Dirceu demitiu-se do cargo de chefe da Casa Civil. Por que Cunha não fez o mesmo em relação à presidência da Câmara? E pior, por que ninguém na mídia golpista cobrou isso dele?

MENSALÃO - A demissão de José Dirceu

O Ser Humano e a Absorção de Conhecimentos | Blog MundoPM

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A banalização do mal na "Lava Jato" da periferia - Canal Ciências Criminais - Promovendo o SaberCanal Ciências Criminais – Promovendo o Saber

A BANALIZAÇÃO DO MAL NA “LAVA JATO” DA PERIFERIA

por Ruchester Marreiros Barbosa - 22/09/2015
  • Por Ruchester Marreiros Barbosa
    A banalização da vida humana está proporcionalmente relacionada à banalização do mal (ARENDT, 1999, 31).
    No artigo da coluna da semana passada escrevi sobre a política totalitária da lei seca. O quanto agentes da lei seca estão despreparados para agirem na função do poder de polícia fiscalizador.
    Agem impulsionados pela histeria punitivista, que assola o senso comum a despeito de falsas estatísticas, fomentadas pelo desserviço prestado pelos oligopólios midiáticos formados por grupos econômicos que detém o monopólio da informação.
    A experiência diária que a população tem das mentiras e desinformações propaladas pela imprensa descompromissada e sem ética contamina as pessoas de tal maneira, que esta coluna, destinada a informar os acontecimentos fáticos, que resultam em análises jurídicas com profícuos propósitos humanistas, acabaram por desaguar na vala comum das críticas fundadas no senso comum.
    Não que artigos jurídicos não estejam isentos de críticas. Pelo contrário! Todo escritor tem como sua maior expectativa o retorno crítico de seus textos, e o rebate sadio, que somente a dialética é capaz de proporcionar.
    Onde quero chegar?
    No artigo da terça passada li um comentário que me pareceu reflexo desta desconfiança, que por um lado foi bom. Mostra o senso crítico dos leitores, mas ao mesmo tempo demonstra uma negação à existência de excessos advindo do Estado.
    Por isso, a banalização do mal. O conformismo de que nada irá mudar, a ponto de criminalizar o articulista por sabotar os fatos, sob a alegação de que uma filmagem em um prédio não poderia ter captado a imagem da vítima da violência estatal saindo de um lado da rua para o outro, que portanto, não passava de uma informação manipulada e falsa.
    Como disse alhures, as críticas nos impulsionam, e foi por perceber que o conformismo com a criminalização secundária (ZAFFARONI; BATISTA; ALAGIA e SLOKAR, 2003, p. 43) e a inclusão do meu texto numa lista de estigma (ZAFFARONI;PIERANGELI, 2011, p.73), como método de desqualificação do debatedor, em forma de estratégia de fuga ao debate, estimulou ainda mais o prosseguimento de artigos baseados em fatos reais.
    Vejo com esta análise, que algumas pessoas, incluindo-se todos os agentes do sistema penal, uma cabal mentalidade fulcrada no senso comum de marginalizar a polícia judiciária e estigmatizá-la como órgão estritamente repressor, fomentando uma sociedade de medo, discurso fundado numa política populista penal midiática (GOMES; ALMEIDA, 2013, p. 98) uma espécie de imposição de respeito pela força como legitimante do poder e não pelo saber.
    Fiquei impulsionado a escrever sobre um outro caso baseado em fatos verídicos, mas desta vez, da violência do poder legislativo.
    Trata-se de um caso envolvendo situação muito comum, que ocorre tanto no Rio de Janeiro como em grandes metrópoles do Brasil, onde todos nós (eu e você, leitor) tropeçamos na miséria pelas esquinas das ruas.
    Questão tormentosa para os delegados de polícia, que estão no “front” da persecução penal, e que muitas das vezes perdem a oportunidade de agirem de forma garantista ou com coragem jurídica, não por apego ao positivismo, mas por estar encurralado pela violenta, estigmatizante e seletista legislação infraconstitucional, que traz uma lógica de presunção de culpa, de direito penal do autor e de encarceramento provisório irracional.
    Um sistema que utiliza o operador como uma máquina de prender, com poucas previsões objetivas de liberdade, mas ampla subjetividade para a realização da prisão, tanto pelo delegado, quanto pelo juiz.
    Para piorar, mesmo diante de normas jurídicas que deixam clara a função do delegado como intérprete da norma, como a lei 12.830/13, ainda encontramos juízes e promotores que teimam em se substituir no papel do delegado, querendo criar a figura de um carcereiro no lugar de um intérprete, subvertendo a divisão de funções do poder, com profícuo propósito de perpetuar a lógica autoritária do sistema.
    Nem o Judiciário ou o Ministério Público não admitem ser “a boca que pronuncia as palavras da lei;” ou “seres inanimados que não podem moderar nem sua força, nem seu rigor.” (Monstesquieu, 1996, p. 175), mas insistem em pregar esses dogmas ultrapassados e suas ideologias em forma de messianismo político de que não os únicos detentores do poder de interpretação das normas, já alertado por alertado por Tzvetan (Todorov, 2012, p. 18), onde o esse sintoma se deixa mostrar visível quando órgãos “escapam assim a qualquer tentativa de limitação e erigindo-se em único e absoluto, eles transformam-se em ameaças: populismo, ultraliberalismo, messianismo, enfim, esses inimigos íntimos da democracia”.
    Na minha experiência forense, venho percebendo em alguns dos membros daqueles poderes a admissão de que já estamos no século XXI e que humanismo é um dever do intérprete da norma, inclusive do Delegado, e não um toque de midas ou pedra filosofal (MARQUEZ, 2010, p.8) da vaidade, pertencente à somente uma casta do sistema penal.
    Desta forma, a função do delegado é de ser um multiplicador do sistema de proteção aos direitos humanos e de efetivador da Constituição, realizando verdadeira contenção do poder punitivo do Estado-legislador.
    Encontro em CANOTILHO (2000, p. 329), em suas lições, total identidade da função desempenhada pelo do Delegado no Estado Democrático de Direito com uma função contra majoritária:
    “A maioria não pode dispor de toda a ‘legalidade’, ou seja, não lhe está facultado, pelo simples facto de ser maioria, tornar disponível o que é indisponível, como acontece, por ex., com direitos, liberdades e garantias e, em geral, com toda a disciplina constitucionalmente fixada (o princípio da constitucionalidade sobrepõe-se ao princípio maioritário).”
    O delegado que se coloca submisso à lógica autoritária de uma política criminal irracional punitivista com medo dos messiânicos de plantão (rectius, de expediente), ainda não se emancipou na qualidade de um sujeito humano do sistema penal. Ainda é engrenagem manipulável do legislador. Apenas um acumulador de leis. Mais uma “boca da lei”. O que representa um equívoco, uma inutilidade ao cargo.
    Nos perfeitos ensinamentos do professor Leonardo Marcondes, “Delegados na contramão do espetáculo são garantia da liberdade.”
    Certa vez me deparei, assim que entrou em vigor a lei 12.403/11, com a apresentação pela polícia militar de um preso (audiência de custódia?), sob suspeita de furto de pedaços de metal que estavam no interior de um terreno abandonado, pertencente a uma lava jato desativada.
    A polícia militar teria sido acionada pela proprietária do estabelecimento, que morava perto. Esta, por sua vez, foi provocada por pessoas que trabalhavam no posto da gasolina em frente à sociedade empresária desativada.
    Era um terreno com parte dele construído. Um pequeno prédio de 2 andares, visivelmente fechado, com portas e janelas cinzas, como a cor das paredes, acinzentadas pelo tempo e pelas fuligens e poeira lançada pelos movimentos dos veículos que trafegavam na movimentada rua do bairro da Tijuca.
    José das Couves, nome fictício, de 48 anos de idade, tinha pulado o muro do terreno para pegar metais que estavam no chão e os colocado em seu carrinho, conhecido como “burro sem rabo”, com rodas murchas e gastas pelo uso.
    Após caminhar puxando seu veículo de trabalho, teve sua trajetória interrompida pelos agentes da polícia militar, em cumprimento do fiel dever de atender o comando da lei.
    A polícia militar ao me apresentar o fato informou ainda que a proprietária estava a caminho da delegacia. Perguntei ao preso o motivo da subtração. Ele respondeu que o local estava abandonado e os metais jogados no chão. Expliquei que não precisava responder minhas perguntas acaso fosse lhe ser desfavorável.
    Dirigi-me ao local do crime. Sim. Pasmem! Local de crime não é somente de homicídio. Queria entender o porquê da necessidade de um homem de 48 anos de idade pular um muro.
    A verdade estava na minha cara e ainda não tinha visto.
    Queria entender um ser humano e não etiquetá-lo como normalmente se faz com “catadores” e demais classes.
    Chegando ao local, o inspetor que me acompanhava tirou fotos do local sob diversos ângulos e de fato o prédio, com as aparências já mencionadas, possuía diversos outros metais mais pesados em um terreno com uma vegetação típica de que não era cuidado há tempos, com tamanhos variados e com altura razoável, que já escondia os demais objetos espalhados pelo chão, denotando estado de abandono. Não havia cobertura, e portanto, estavam entregues ao tempo.
    Retornei à delegacia e, como de costume, o conduzido havia sido colocado em uma sala de custódia, que mais parece uma pequena cela, na qual o preso fica aguardando, acaso for mantida a decisão de prisão do auto de prisão em flagrante, ser transferido para o sistema de custódia da secretaria de administração penitenciária.
    Quando entrei na sala estava se alimentando de um resto de comida que um preso transferido pela manhã havia deixado. Acabara de entender a necessidade de um homem de 48 anos pular o muro para pegar metal para vender.
    Mandei recolherem aquela comida e tirei do meu bolso dinheiro para que fosse comprado comida descente para se alimentar, pois o Estado não custeava, naquela época, suporte financeiro para compra de alimento para custodiados provisórios nas delegacias “legais” do Rio de Janeiro.
    Era aproximadamente 15h da tarde. Havia dito que teria saído bem cedo de casa para buscar papel e metal para vender para ongs de reciclagem e no ferro velho.
    Tinha deixado a filha de 5 na escola e estaria responsável de buscá-la às 17h, pois trabalhava catando papel e metal na rua, enquanto sua companheira, de enfermeira em um hospital público. Tinha residência fixa, mas não havia ninguém que pudesse buscar sua filha, nem comunicar a mãe dela. Acaso ela fosse comunicada, teria que sair correndo para busca-la e voltar para o trabalho, com a filha, pois estava em escala de plantão.
    José das Couves estava preocupado com o avançar da hora e, sempre falando com animo calmo e refletido, me perguntou se ele conseguiria buscar a “pequena”. Disse ainda que não tinha nenhum dinheiro, pois estava a caminho para realizar as vendas dos objetos “achados” na rua.
    Fiquei por alguns segundos mudo. Sem reação. Pedi para esperar.
    Prosseguindo no procedimento flagrancial, que estava em andamento, chegou a proprietária do imóvel. Passei para ela a situação da pessoa que estava presa, e em solidariedade, vi seu olhar de compaixão, disse que de fato o local está desativado e que os metais no chão não possuíam valor e se dispôs a doar os mesmos para José das Couves.
    Diante desta atitude humana pensei: A doutrina esmagadoramente majoritária, inclusive de quem se diz “garantista” havia interpretado que o delegado só poderia conceder liberdade provisória mediante fiança. Ou seja, quando fosse o caso de preso pobre, somente o juiz, por força do art. 350 do CPP, que vem entre parênteses no art. 321,§º1, I do mesmo diploma, poderia analisar sua pobreza e, assim, conceder a liberdade, claro, analisando os demais requisitos ensejadores da desnecessidade de uma manutenção cautelar.
    Pensei novamente: Todo mundo pode ser humano, como foi a vítima, menos o Delegado? O judiciário, que está longe de tudo, não viu com seus próprios olhos os fatos, não viu com seus próprios olhos a miséria e o desespero de alguém comendo sobra de comida, pode analisar pobreza, menos eu? Serei obrigado a manter esta pessoa presa? Ser boca da lei?
    José das Couves era primário, de bons antecedentes e tinha residência fixa. Seu pecado era apenas ser pobre.
    Analisando a o art. 325, §1 do CPP, o delegado pode aumentar absurdamente o valor da fiança e pode reduzi-la até 2/3 do salário mínimo. Pode realizar análise da situação econômica do preso para fazê-lo pagar por eventual prejuízo a vítima. Em outras palavras, pode pagar pela sua liberdade, mas o pobre, por não poder garantir eventual indenização a vítima por sua condição, deverá ficar preso?
    É nítida a ideia da vingança pública e revanchismo do sistema, pois a situação da liberdade não está condicionada a requisitos outros, neste caso, senão à manutenção, por mais tempo no cárcere, pelo simples fato da condição social do preso.
    Pensei comigo: Vão me desculpar a doutrina de cultos juristas, mas foda-se a banalização do mal. Foda-se o controle ideológico que a mídia realizará acaso fique sabendo. Foda-se o messianismo político, realizado por aqueles que se intitulam os paladinos da justiça e da moralidade sem limites. Foda-se a polarização da direita e da esquerda.
    Estamos falando aqui de um direito fundamental da liberdade como regra, diante da total irracionalidade de uma interpretação jurídica que nada mais, nada mesmos, visa repetir cultura autoritária e a seletividade punitiva com a criminalização por entiquetamento das escolas criminológicas que adotam o discurso do leabeling approuch.
    Terminei a lavratura do auto de prisão em flagrante e concedi liberdade provisória sem fiança por dispensa em razão da pobreza e vinculada conforme artigos 327 e 328 do Código de Processo Penal. Parte desta decisão você pode conferir no artigo quem protege o direito à liberdade dos pobres na delegacia, publicado nesta coluna.
    Por curiosidade, e em razão do adiantar da hora, levei José das Couves até o colégio, com uma viatura descaracterizada, desembarcou um pouco antes e fiquei esperando buscar sua filha. Presenciei um abraço forte dela no pai. Uma felicidade que batia muito mais forte em mim, por ter podido agir com justiça. Virei o rosto para o lado oposto do policial que conduzia a viatura, para não deixar transparecer o quanto aquela cena havia forçado a queda livre de uma lágrima. Descobri que o maior bem que havia realizado foi à uma criança de 5 anos de idade. “A verdade é que o germe do bem em qualquer um de nós, não só nos delinquentes, está aprisionado.” (CARNELUTTI, 2002, p. 25)
    O caso foi distribuído para a 20ª Vara Criminal da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, tendo sido tombado pelo número 0256584-81.2012.8.19.0001. Após, aproximadamente, 45 dias de distribuído foi requerido o arquivamento pelo Ministério Público e acolhido pelo Juiz, com fundamento no princípio da insignificância.
    Fiquei imensamente feliz porque encontrei, neste caso, humanidade no Ministério Público e no Judiciário. Vi uma luz no fim do túnel. Vi agentes que atuam em um sistema criminal autoritário em coro, gritando um foda-se à seletividade e um viva ao princípio da intervenção mínima. Pena que são poucos. Já dizia Einstein: “Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.”

    REFERÊNCIAS
    ARENDT, Hannah; Eichmman em Jerusalém: Um relato sobre a banalidade do mal. Tradução: José Rubens Siqueira. São Paulo, Companhia das Letras, 1999.
    CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7. ed. Coimbra: Almedina.
    CARNELUTTI, Francesco. As misérias do processo penal. 2ªed. Traduzido por José Antônio Cardinalli. Campinas: Bookseller.
    GOMES, Luiz Flávio ; ALMEIDA, Débora de Souza de; Coordenação: BIANCHINI, Alice; MARQUES, Ivan Luís e GOMES, Luiz Flávio. Populismo penal midiático: caso mensalão, mídia disruptiva e direito penal crítico. 2ª reimpr. Saraiva, São Paulo: 2013.
    MARQUEZ, Gabriel Garcia. Cem anos de solidão. Tradução de ELIANE ZAGURY. 48. ed. Rio de Janeiro, Record.
    MONTESQUIEU, O Espírito das Leis, apresentação, Renato Janine Ribeiro, trad. Cristina Muracho, 2ª ed., 2ª tir. 2000, São Paulo: Martins Fontes, Livro décimo primeiro, capítulo IV, 1996,  p. 175
    TZVETAN, Todorov. Os inimigos íntimos da democracia, trad. Joana Angelica d’Avila Melo, São Paulo: Companhia das Letras.
    ZAFFARONI, E. Raúl; BATISTA, Nilo; ALAGIA, Alejandro e SLOKAR, Alejandro. Direito penal brasileiro: teoria geral do direito penal v.1. Rio de Janeiro, Revan, 2003, p.43.
    ZAFFARONI, Eugenio Raul; PIERANGELI, José Henrique. Manual de Direito Penal Brasileiro, 9. ed, São Paulo, Revista dos Tribunais, 2011, v.1: parte geral.
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    A banalização do mal na "Lava Jato" da periferia - Canal Ciências Criminais - Promovendo o SaberCanal Ciências Criminais – Promovendo o Saber