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domingo, 31 de maio de 2015

Nada mudou. Só piorou… Até quando?



A não aprovação do fim das coligações e da cláusula de barreira é o epílogo trágico da reforma política de mentira protagonizada pela maioria organizada pelo PMDB na Câmara dos Deputados. Nunca houve interesse em mudar nada, apenas de constitucionalizar as doações das empresas privadas, o que foi alcançado de forma antiregimental e inconsticional e ainda custou a manutenção das coligações proporcionais e sem cláusula de barreira. Uma aberração.
O fim da reeleição, uma das poucas mudanças que deram certo no Brasil, apesar do vício de nascimento, com continuidade administrativa e maior governabilidade, serve apenas para impedir o que? Que um partido ou uma aliança de partidos governe o país por 12, 16 anos, o natural na maioria dos países parlamentaristas ou mesmo presidencialistas. O que conta é se o eleitor vota livremente e reelege seu prefeito, governador. A taxa de não reeleição é alta no Brasil, provando o caráter democrático do instituto da reeleição. No fundo criaram a reeleição para impedir em 1998 a vitória de Lula e agora acabam com a reeleição ainda com medo dele.
Ficou para votar a coincidência das eleições, uma questão de difícil solução por causa do mandato dos senadores. Vamos ficar com o fim da reeleição, o voto uninominal para a Câmara dos Deputados, as Assembleias e Câmaras Municipais, o financiamento das empresas agora para os partidos, a ser regulamentado. Ou seja, nada mudou. Só piorou… Até quando? Essa é a questão. O atual sistema eleitoral carece de legitimidade e não há controle das doações privadas. Cairá, mais cedo ou mais tarde, nas ruas. E só esperar para ver…
Nada mudou. Só piorou… Até quando?

Portal do FNDE - Estados e Distrito federal têm até 31 de maio para enviar dados sobre investimentos em educação

arta, 27 Maio 2015 10:36

Estados e Distrito federal têm até 31 de maio para enviar dados sobre investimentos em educação

Escrito por  Assessoria de Comunicação Social do FNDE
Estados e Distrito federal têm até 31 de maio para enviar dados sobre investimentos em educaçãoPedro Rappoport/FNDE
A poucos dias do fim do prazo para enviar informações sobre investimentos feitos em educação no ano passado, apenas três estados encaminharam seus dados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE): Pará, Rio de Janeiro e Sergipe. Todos os estados e o Distrito Federal têm até 31 de maio para enviar suas informações pelo Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope).
Quem não cumprir o prazo ou não conseguir comprovar que investiu 25% do orçamento em educação fica inadimplente no Serviço Auxiliar de Informações para Transferências Voluntárias (Cauc) do governo federal. Com isso, deixa de receber os recursos de transferências voluntárias da União e fica impossibilitado de firmar novos convênios com órgãos federais.
Para enviar as informações, basta baixar a versão 2014 do Siope, disponível no portal eletrônico do FNDE, preencher os dados e encaminhá-los pela internet.
O Siope coleta, processa e divulga informações referentes aos orçamentos de educação da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, com o objetivo de dar transparência aos investimentos em educação no país. Se o estado ou município não investir no mínimo 25% do seu orçamento total em manutenção e desenvolvimento do ensino, o FNDE envia, automaticamente, um comunicado aos tribunais de contas estaduais e ao Ministério Público informando o não cumprimento da norma.
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sábado, 30 de maio de 2015

a democracia do silêncio é indigesta para a arte







Não creio que o regime militar possa ter contribuído diretamente para qualificar a arte produzida em sua época. Acho que as manifestações estéticas perpetradas nesse período são fruto do movimento inercial das produções artísticas constituídas no período imediatamente anterior ao golpe civil militar. Inclusive as cabeças criativas que brilhariam no intervalo em que vigorou o regime, tiveram formação consolidada, em sua maior parte, na década de 50 e um bom número deles começou a produzir intensamente já nessa fase. É o caso da Bossa Nova, Atlântida, Vera Cruz e Cinema Novo, CPC, Brasília e Teatro de Arena. Enfim, foram elas que acabariam por reverberar sob a tirania toda a riqueza e o esplendor criativo forjado sob o ambiente democrático. É possível que as restrições e a censura forçassem maneirismos criativos que realçavam os produtos estéticos até valorizavam a obra de arte. Mas não foi isso, ao meu ver o fato propulsor da qualidade obtida pela arte produzida nos anos de autoritarismo, Pelo contrário, o regime contribuiu talvez para seu recuo, e abrindo espaço para mediocridade que se seguiu, Além disso, fatores outros devem ter contribuído para o presente marasmo, que pode até nem ser isso que esteja acontecendo. Não é impossível que novos paradigmas estejam se formando e os novos valores sejam e formas de expressão sejam ainda estranhos àqueles que formaram seu gosto em outro momento histórico.

    a democracia do silêncio é indigesta para a arte

    O Top 10 do bestiário neoconservador para o século XXI ~ Cinema Secreto: Cinegnose

    O Top 10 do bestiário neoconservador para o século XXI



    Explosão populacional, antropologia criminal do século XIX, o hype dos assexuados, fantasmas vermelhos soviéticos e a fantástica revelação de que a Terra é plana e que há uma conspiração para esconder de todos essa verdade extraordinária. Prepare-se! O futuro poderá ser construído a partir de ideias que supostamente teriam sido superadas pelo progresso científico, processo civilizatório ou simplesmente pelas transformações políticas e sociais das últimas décadas. Ideias conservadoras que no passado foram criadas para deter mudanças ou revoluções, hoje são resgatadas pela mentalidade neoconservadora sob uma nova roupagem high tech, nova nomenclatura e o charme das teorias conspiratórias. O “Cinegnose” fez uma lista dos 10 principais renascimentos de ideias antigas e até sinistras que parecem encontrar o fértil terreno no radicalismo e fundamentalismo atuais.


    10. Neomalthusianos, Second Life e suicídio



                       Para os neoconservadores o grande responsável pelos problemas humanos é o próprio homem. Mais precisamente, homens pobres que insistem em se reproduzir. No passado, quando o pensador inglês Thomas Malthus (1766-1834) argumentou que a quantidade de habitantes no mundo é desproporcional à quantidade de alimentos e recursos naturais, o problema demográfico restringia-se a uma questão econômica.

    No campo econômico o malthusianismo seria facilmente desconstruído pela evidência das contradições das leis de mercado e distribuição desigual da riqueza – o problema não é de produção mas de distribuição desigual pelo mercado.

    Agora os neomalthusianos associam a questão à qualidade de vida e ecologia – ter muitos filhos não é autossustentável: destrói mananciais, seca represas, produz lixo...

    Por isso os neomalthusianos se modernizam e se aliam a soluções high techs e fundamentalismos religiosos bizarros. Por exemplo, o cientista chefe da NASA, Dennis Bushnell, propõe despachar os seres humanos (ou pelo menos suas consciências) para redes eletrônicas conectadas às neuronais. Para ele, a única solução para alterações climáticas e limitação dos recursos naturais é eliminar a ação danosa humana, mandando suas consciências para um mundo virtual. 

    Viveríamos uma espécie de Second Life, mantendo inerte nossos corpos – sobre isso clique aqui.

    Fundada em Massachusetts, a Church of Euthanasia afirma: “Salve o planeta, mate-se”. Para a igreja, suicídio, aborto, canibalismo e sodomia seriam formas legítimas de evitar a procriação humana, considerada um parasitismo no planeta Terra.

    9. Genes e Seleção natural: de volta à selva



    Desde a derrota dos nazistas e de toda a sua ideologia da raça pura e eugenia na II Guerra Mundial, o paradigma dos determinismo biológicos (raça, sangue, hereditariedade, darwinismo social etc.) caiu em desgraça. Principalmente porque o desenvolvimento das Ciências Sociais, Psicanálise e Linguística demonstraram que a sociedade é uma instituição simbólica e o homem um ser antes de tudo cultural.

    Freud encontrara uma dimensão entre as funções corporais e a alma: o psiquismo; e a Linguística de Saussure a Roland Barthes descobrira que as instituições sociais são entidades semiológicas.

    Mas a descoberta do DNA nos anos 1950 marcaram a transição para a genética molecular: o DNA como parte de cromossomos que contém os genes. O que faltava para Mendel (o pai da moderna genética, 1822-1884), Galton (o inventor da Eugenia, 1822-1911) e todos os geneticistas nazis fora descoberto: um código que poderia explicar o comportamento humano, o passado e o futuro. E, mais importante, poderia ser manipulado.

    Tudo já está escrito na natureza: o gene hetero, o gene gay, genes defeituosos que produziriam do câncer à esquizofrenia etc. O que fizeram o Darwinismo social (a seleção natural das selvas trazida para a sociedade) e a Eugenia, retornam disfarçadas em uma roupagem high tech.

    Por exemplo, para Steve Rud (O Gay e a Biologia) o gay é uma invenção da natureza para acelerar ou desacelerar o crescimento populacional. Com a atual “ameaça de superpopulação” o instinto genético de sobrevivência inibiria a heterossexualidade.

    Os neomalthusianos do item anterior passam a ter um surpreendente grande aliado na genética molecular. Se tudo é seleção natural e instinto de sobrevivência da espécie, temos uma perigosa matriz de raciocínio que poderá ser extrapolada para qualquer área da sociedade... genes e instintos são mais poderosos do que o livre arbítrio.

    8. A gloriosa volta de Lombroso


    Quem assistiu ao filme Minority Report – A Nova Lei (2002) ficou impressionado com uma polícia do futuro capaz de prender criminosos antes que eles pudessem cometer o delito: a Divisão Pré-Crime da Polícia de Washington DC, com ajuda dos pré-cogs (espécie de videntes), antecipava os crimes e gravavam premonições nos computadores, como provas para a prisão do futuro criminoso.

    Pois no século XIX, Cesare Lombroso (médico e criminalista italiano, 1835-1909), acreditava que isso seria possível, mas não com ajuda de videntes mas com a ciência de Darwin – criar a identidade do criminoso através de aspectos físicos: formação craniana, mandíbula, forma de andar, cor, raça etc. Se o crime é uma patologia, deveria haver um tratamento preventivo pelo enquadramento dos criminosos potenciais.

    Com a evolução das Ciências Sociais e Antropologia, esses estudos foram rebatidos no Direito e Criminologia como racistas e preconceituosos: os aspectos físicos foram substituídos pelos sociais no estudo da criminalidade.

    Mas os neoconservadores são capazes de ressuscitar Lombroso e torna-lo relevante para o século XXI. Em sites jurídicos brasileiros como o “Universo Jurídico”, textos como “Onda de Crimes Ressuscita Lombroso para o Direito Penal” de um jurista descreve como “Lombroso retorna com vigor” graças à “escalada de corrupção, violência e criminalidade que varre o País”.

    Cuidado! A Divisão Pré-Crime pode estar de olho em você!

    7. Assexuados, Românticos, Hetero-românticos


    Esqueça a Revolução sexual trazida pela pílula anticoncepcional nos anos 1960, o esforço das pesquisas de Freud a Wilhelm Reich para desvendar os mecanismos repressivos da sociedade contra o sexo e o prazer, a luta das feminista pelo amor livre, Simone De Beauvoir e o ativismo de Bete Friedan.

    De repente a mídia transforma em um hype a curiosidade pelos assexuados: jovens que não sentem atração sexual. O sociólogo Mark Carrigan, por exemplo, fala em assexuados românticos e não românticos – em alguns casos haveria atração, mas não íntima fisicamente. Apenas para “dividir coisas”. São os “hetero-românticos” – sobre isso clique aqui.

    Ao mesmo tempo, com o retorno dos fundamentalismo religiosos (na política com o terrorismo internacional e na cultura como resposta ao relativismo dos valores) , virgindade ou “guardar o coração” passa a ser considerada “uma benção”.

    Agora procuram não mais se basear em noções como pecado, castigo ou culpa, mas em pesquisas supostamente científicas (sempre as “pesquisas”, capazes de justificar até impeachments contra presidentes eleitos) como a Family Psychology de que pessoas que esperam para fazer sexo depois do casamento são “mais satisfeitos”.

    6. Militares, salvem-nos!


    Com a suposta “escalada de corrupção, violência e criminalidade que varre o País” que justifica a volta gloriosa de Lombroso no item 8, muitos começam a clamar por um retorno “constitucional” dos militares ao poder no Brasil. Se no passado tudo foi feito através de um golpe trágico e supostamente necessário já que os comunistas “ameaçavam” o País, agora tudo será “constitucional” e fundamentado nas “pesquisas” (sempre as pesquisas!) de insatisfação popular contra a presidenta Dilma.

    Para além da evidente falta de lógica da proposta (é constitucional substituir o sufrágio universal por pesquisas por amostragem?) a proposta reflete a mentalidade esquizoide do neoconservadorismo: em um governo de exceção sem partidos, sindicatos ou Congresso, haveriam pesquisas ou manifestações de rua como aquelas que pedem um golpe militar?

    O mais curioso é que jovens bem abonados (“coxinhas”) que apreciam drogas e baladas contraditoriamente apoiam ardorosamente um golpe militar. Se soubessem o que foi a ditadura militar  nos anos 1970, saberiam que por suas práticas, por assim dizer “notívagas”, seriam enquadradas como suspeitas de “práticas comunistas”.

    5. Matem crianças, prendam adolescentes!


    Segundo o historiador francês Philippe Ariès no livro clássico História Social da Infância e da Família, nos séculos XVI e XVII a infância era ignorada. Crianças eram tratadas com liberdades grosseiras e brincadeiras indecentes. Não havia sentimento de respeito e nem se acreditava na inocência delas. Vestiam-se como fossem pequenos adultos eram qualificados como enfants – aqueles que não sabem falar.

    O avanço civilizatório das Ciências Sociais, Psicologia e Pedagogia faria ver nelas uma fase da vida diversa do adulto que deveria ser cercada de cuidados e atenção garantir o futuro delas  e da própria sociedade.

    A redução da maioridade penal para os 16 anos quer tornar o adolescente um criminoso qualquer. Mas pela fúria punitiva dos neoconservadores e protofascistas, o correto para muitos seria a punição se estender à própria infância, como demonstram as reações à morte do menino Eduardo, baleado por fuzil da polícia no Morro do Alemão (RJ): fotos nas redes sociais de crianças exploradas pelo tráfico, portando armas de forma desafiadora – a polícia “faria um favor” em eliminar esses “futuros traficantes”, dizem postagens mais exaltadas nas redes sociais.

    Parece ser esse o “espírito da lei” por trás da redução da maioridade penal: o retorno ao Código Hamurabi. No fundo, esse item conecta-se ao item 8 da gloriosa volta de Lombroso – poderíamos antever nas características físicas da criança seus futuros crimes?

    4. A ressurreição de Pavlov e Skinner e o mar revolto da Terceirização


    Com exceção das experiência com ratinhos em laboratórios, o comportamentalismo (a crença de que o comportamento humano pode ser condicionado de forma instintiva, assim como os animais) de Pavlov (1849-1936) e Skinner (1904-1990) tinha sido soterrado pelo humanismo da pedagogia piagetiana e pelos estudos do inconsciente e psiquismo da Psicanálise: o homem não é o simples resultado mecânico dos estímulos do meio – ele possui uma vida psíquica interior própria com impulsos, desejos e fantasias.

    Por isso, desde as Escola de Relações Humanas, passando pela Teoria do Capital Humano e da Gestão do Conhecimento até chegar aos taoísmos da gestão e os paradigmas holísticos, todas acreditavam que capital e produtividade não eram apenas o suficiente para a criação de valor na empresa: era necessário o “capital do conhecimento” e a “iniciativa individual”.

    A globalização e os tempos bicudos pós-crise das bolhas da Internet em 2000 e do mercado imobiliário em 2008 e o derretimento da Zona do Euro mandaram às favas esse viés humanista. Voltamos à natureza selvagem do capital com a terceirização e a irresponsabilidade social com o fim dos direitos trabalhistas.

    E o “capital humano”? Vire-se com a psicologia motivacional, literatura de autoajuda e Programação Neurolinguística (PNL). Todos com um quê dos velhos Pavlov e Skinner, só que dessa vez com um novo vocabulário: reprogramação mental, força da mente, foco em objetivos e assim por diante.

    No mar revolto da mão-de-obra autônoma e sem direitos, só restará se agarrar a essas boias furadas motivacionais. Afinal, olhe sempre para o lado brilhante da vida, quer dizer, no “reforço positivo” dos ossinhos que o treinador dá ao cachorro obediente.

    3. O fantasma imortal do marxismo soviético



    Há mais de um século os comunistas assombram o mundo ocidental, desde que o governos dos EUA enquadraram Hollywood com o Código Hays em 1930 com regras restritivas aos conteúdos dos filmes, com medo de que comunistas estivessem infiltrados na indústria cinematográfica com a sinistra intenção de envenenar os corações e mentes americanas.

    Não adiantou a Queda do Muro, a Perestroika de Gorbachev, a União Soviética ser desmantelada e a máfia russa dominar o Estado outrora comunista. O fantasma vermelho continua assombrando a mente neoconservadora – talvez porque na sua falta de identidade social ou nacional, necessite de algum tipo de inimigo externo para manter o ego unificado.

    Pois agora o “marxismo soviético” (Isso mesmo! Alguns mais exaltados em manifestações de rua falam dele...) se transformou em bolivarianismo: União Soviética, Simón Bolívar, ouro de Cuba de outro high lander (Fidel Castro) alimentando o PT, o fantasma também imortal de Hugo Chaves... Será que os Iluminatis também são soviéticos?

    2. “Cada Gota Conta”


    Esse é o lema de campanhas educativas para que cada cidadão faça a “sua parte” e economize água. Por trás desse slogan esconde-se o estranho retorno da filosofia positivista de Auguste Comte (1798-1857) do século XIX. Para o positivismo a sociedade funcionaria por meio de um mecanismo newtoniano: causa e efeito e eventos que se acumulam (1+1+1...) até formar um Todo.

    Através do estudo de cada parte chegaríamos ao Todo por adição. Desde Hegel (“A verdade é o Todo”) até chegar à fenomenologia e a psicologia Gestalt descobriu-se que, na verdade, o Todo não é a soma das partes. Confirmado pela Teoria do Caos na Física, constatou-se que a dinâmica é complexa, caótica, com saltos qualitativos (a velha dialética de Hegel) e atratores estranhos semelhante à mecânica dos fluidos.

    Isso significa que as mudanças sociais não ocorrem com ações aditivas, mas por quebras de ordens e paradigmas.

    Mas a má consciência neoconservadora, culpada por se sentir alienada, esconde-se nas pequenas ações que supostamente transformariam o mundo. “Cada um faz a sua parte”, é o mantra neoconservador da ideologia da sustentabilidade: se cada um reciclar seu lixo, economizar água e energia, plantar uma árvore etc., o mundo magicamente se transformará.

    Entre o indivíduo e o Todo não haveriam estruturas, ordens ou paradigmas que resistem e se defendem para não serem quebradas. Para o neoconservador, a sociedade é a mera soma de indivíduos isolados.

    1. O mundo é plano!!!


    E agora a cereja do bolo, a chave de ouro de todo esse revival de ideias conservadoras que acreditávamos superadas: a incrível revelação de que na verdade a Terra é plana. Os membros da Sociedade Internacional Terra Plana de Pesquisas (IFERS) localizada em Dove (Reino Unido), liderado pelo carismático pintor hiperrrealista e fotógrafo canadense Matt Boylan, na verdade ressuscitam as ideias de uma Zetetic Society fundada em 1883 na Inglaterra (que por sua vez se fundamentava em concepções esotéricas antiquíssimas) que propunha o “método científico Zetético” e uma “astronomia Zetética” .

    Certamente é a mãe de todas as teorias das conspirações. Essencialmente é assim: a Terra é um disco coberto por uma cúpula e rodeado por uma parede de gelo que mantem os oceanos cerrados. O Sol e a Lua são apenas estrelas errantes. O programa espacial é uma farsa e não existem satélites. Os testes nucleares em grande altitude que EUA e URSS fizeram no final da década de 1950 foram tentativas de fazer furos na cúpula, mas não obtiveram sucesso. A gravidade zero não existe – tudo o que vimos foram simulações em aviões a grande altitude.

    Esqueça Ptolomeu na Antiguidade, a circunavegação de Fernão de Magalhães em 1552 ou as soluções de Newton e Einstein para o conceito de gravidade. Por alguma intenção conspiratória sinistra, os poderes mundiais querem esconder de todos a verdade.

    Segundo informações, o movimento cresce arrebanhando por ano 200 novas almas – a maioria britânicos e norte-americanos.

    Certamente é uma ideia exótica e bizarra depois de séculos de progresso científico, assim como a Igreja da Euthanásia do item 10. Mas esse top 10 do bestiário neoconservador é preocupante por ser um evidente sintoma de que há algo de errado na Cultura nesse início de novo século.

               Lembre-se que os Nazis na II Guerra Mundial acreditavam na convicção esotérica de que a Terra era oca, de onde saiam discos voadores e os deuses da Hyperborea... – sobre isso leia o livro O Despertar dos Mágicos dos historiadores franceses Louis Pawells e Jacques Bergier.


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    Consultas e diálogos com lideranças do movimento sindical, nos fazem acreditar que as eleições do SINTEPP, previstas para esta semana, deverão entrar para a história deste importante sindicato, como a de menor participação de sua base: os educadores paraenses. 

    A possível ausência destes eleitores perante às urnas é nítida nas campanhas das quatro (04) chapas que disputam este pleito, marcado por atropelos entre os concorrentes e um prejuízo enorme nos contra-cheques dos professores grevistas, descontados pelos dias de paralisação. 


    Há quem diga que por conta da inabilidade política, tanto de representantes do governo, quanto dos líderes sindicais, esta é outra greve que frusta os sonhos de uma educação já degradante, onde os maiores prejudicados nesta guerra entre sindicato e governo são os 700 mil estudantes da rede pública e os milhares de educadores e educadoras. 

    Com diversas derrotas nos tribunais paraenses, o sindicato pode entrar em uma crise financeira semelhante ou pior do que a que atravessa os seus associados, se nesta terça-feira (25), o julgamento dos recursos contras os descontos dos dias parados forem rejeitados pelo Tribunal de Justiça do Estado, que já havia dado ganho de causa para o governo e autorizado o desconto.


    Para piorar, as multas processuais por desobediência às decisões judiciais podem recair sobre a futura gestão, que provavelmente se manterá nas mãos de grupelhos ligados majoritamente ao PSOL, que há décadas hegemonizam e controlam o SINTEPP.

    O descrédito de certas lideranças do movimento sindical é um sintoma do quanto o discurso precisa se ajustar à prática e o sindicato precisa deixar de ser pautado como instrumento partidário e mero trampolim eleitoral. Muitos educadores reclamam dos recursos de comunicação e das peças publicitárias que o sindicato utiliza, dizendo que são amadoras e que estranham que o maior sindicato do Estado do Pará e um dos que mais arrecadam com a contribuição sindical dos seus associados, não possa investir em uma comunicação profissional, o que se torna vital para a "guerra" que trava com o governo. (Veja a última convocatória para a categoria aqui).


    De fato, raramente o SINTEPP utiliza-se dos veículos de comunicação de massa como outdoors, anúncios publicitários nas emissoras de rádios e TVs e até mesmo com suas ações panfletárias nas redes sociais, são limitadas e quase inócuas, atingindo um percentual muito pequeno de sua própria base. "É preciso se comunicar com a sociedade como um todo e de forma eficiente", declara uma fonte do blog que prefere não ser identificada.


    Talvez por isso, o governo tenha conseguido convencer muitos trabalhadores a voltarem às salas de aula e abandonarem a greve, sem falar da sociedade que acaba sendo levada a acreditar que a SEDUC e Simão Jatene estão fazendo sua parte e que o sindicato é que é intransigente e se nega a negociar dentro da racionalidade. Para isso, Orly Bezerra, marqueteiro do PSBD é um verdadeiro ilusionista.

    Não que seja ilegal, mas as causas da classe trabalhadora não podem ser subjugadas pelos interesses de grupelhos que só vivem disso (militância partidária e sindical), enquanto uma categoria inteira agoniza com perdas salariais, péssimas condições de trabalho e uma representação política que não faz jus aos anseios e necessidades de defesa dos direitos dos trabalhadores da educação pública do Estado do Pará.



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