Total de visualizações de página

terça-feira, 2 de junho de 2015

Um confronto no sertão brasileiro em pleno século XIX: 15 raras fotografias da Guerra de Canudos | História Ilustrada

Um confronto no sertão brasileiro em pleno século XIX: 15 raras fotografias da Guerra de Canudos

Guerra de CanudosMembros da Divisão de Artilharia Canet posando para foto na cidade de Monte Santo, base das operações do exército brasileiro na Guerra de Canudos. Na foto estão as temidas "matadeiras", apelido dado aos canhões Withworth 32, usados na última expedição militar enviada a Canudos, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).

O sertão nordestino possui uma paisagem muito particular e hostil. Desde os tempos do Império se discute formas de como solucionar a miséria daqueles que habitam a região, entretanto, até hoje muito pouco se fez por essas pessoas. Foi neste cenário de descaso que uma figura mística conseguiu reunir dezenas de milhares de seguidores e fundar no antigo povoado de Canudos o Arraial de Belo Monte. Lá, se desenvolveu um sistema autossuficiente baseado em cooperativismo. O sucesso de Belo Monte se tornou cada vez mais evidente quando seus habitantes passaram a ir a outras cidades vender excedentes de produção, tornando-se o centro econômico de parte do sertão baiano. Esse novo modelo acabou chamando atenção da elite local, que se via ameaçada pelas ondas de migração de sertanejos para o povoado do místico Antônio Conselheiro.

Diferentemente da usual política imperial, a recém nascida República estava trazendo ao país uma postura de Estado cada vez mais autoritária. Se antes os sertanejos estavam à própria sorte, agora eles também tinham impostos a pagar ao governo. Isso evidentemente incomodou Antônio Conselheiro, que se recusava a pagar tais tributos. Foi o que bastou para a imprensa convertê-lo em uma ameaça à República, Conselheiro passou a ser referido como um monarquista com apoio internacional para combater o novo modelo de governo. O primeiro ataque a Canudos aconteceu em Outubro de 1896, quando a cidade de Juazeiro pediu auxílio às forças nacionais para conter um suposto ataque dos conselheiristas. O confronto foi rápido e, entre baixas dos dois lados, resultou na retirada da expedição, que não esperava real resistência dos canudenses. 

Após esse primeiro contato a República passou a reconhecer Canudos como uma verdadeira ameaça monarquista, estando decidida a dissolução do povoado. Já para os seguidores de Antônio Conselheiro, a resistência era a única opção. Foram armadas táticas de guerrilha que deram conta de derrotar outras duas expedições enviadas. Em um dos confrontos, inclusive, foi morto o respeitado Coronel Antônio Moreira César, conhecido como "o corta-cabeças". A repercussão das derrotas foi tamanha que uma quarta expedição, muito bem armada e mais preparada, foi enviada. Canudos finalmente caiu em 5 de outubro de 1897, com um saldo de cerca de 25 mil vítimas em um ano de conflito, Belo Monte resistiu até o último homem, e o exército brasileiro saiu vitorioso de sua mais desonrosa campanha: com exceção de um pequeno grupo de mulheres de crianças, todos os prisioneiros foram degolados.

A saga do exército brasileiro na luta contra os pobres sertanejos de Antônio Conselheiro rendeu à literatura nacional uma obra prima. O livro de Euclides da Cunha, "Os Sertões", colocou em evidência a dor e a miséria do sertão, tendo tido repercussão mundial. Durante a última expedição enviada pelo exército, foi mandado um fotógrafo para registrar o combate, era o primeiro conflito interno no Brasil a ser fotografado. Por falta de tecnologia, essas imagens não chegaram a circular nos jornais da época, tendo ficado esquecidas por décadas. Recentemente o Instituto Moreira Salles restaurou o acervo de inestimável importância documental, permitindo uma observação mais detalhada da Guerra de Canudos. 
(clique nas imagens para ampliar)
Guerra de CanudosVista parcial de Canudos ao norte, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).

Guerra de CanudosOficiais do 28º Batalhão de Infantaria, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).

Guerra de CanudosMembros do 39º Batalhão de Infantaria em ação, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).

Guerra de CanudosPrisão de jagunços conselheiristas, essa cena evidentemente se trata de uma simulação, e demonstra que a fotografia no século XIX buscava se assemelhar com o trabalho das pinturas, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).

Guerra de CanudosMembros do 12º Batalhão de Infantaria na trincheira, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).

Guerra de CanudosVista parcial de Canudos ao sul. Segundo o registro oficial do exército, foram contados 5200 casebres no arraial de Antônio Conselheiro, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).

Guerra de CanudosMembros do 40º Batalhão de Infantaria na trincheira,1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).

Guerra de CanudosCadáveres nas ruínas de Canudos, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).

Guerra de CanudosJagunço posa para foto junto a uma típica moradia dos seguidores de Conselheiro no Arraial de Belo Monte, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).

Guerra de CanudosNesta foto é possível constatar a dimensão da destruição causada pelo conflito, trata-se das ruínas da mais nova igreja de Belo Monte, a Igreja do Bom Jesus, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).




Guerra de CanudosVista parcial de Canudos ao norte, desta vez enquanto a cidade de Antônio Conselheiro, já derrotada, era incendiada, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).

Guerra de CanudosMulheres e crianças canudenses prisioneiras, este foi um dos poucos grupos de prisioneiros (apenas algumas centenas de uma população de mais de 5 mil habitações) que não foi morto pelo exército, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).
 Guerra de CanudosJagunço conselheirista prisioneiro ao lado de alguns membros do exército, ele seria degolado logo em seguida, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).
 Guerra de Canudos
Corpo morto do místico Antônio Conselheiro. Ele morreu supostamente vítima de uma disenteria antes mesmo do fim do combate em Belo Monte. Seu corpo já estava sepultado e foi exumado pelo exército, que o fotografou e cortou sua cabeça, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).

Bônus: uma análise das fotografias de Canudos pela Professora Walnice Nogueira Galvão, especialista na obra de Euclides da Cunha.

Fontes:
CUNHA, Euclides. Os Sertões - Campanha de Canudos. 1ª edição: Rio de Janeiro, Laemmert, 1902.
http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/edicoes/45/artigo240086-1.asp
http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=13812&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia
http://www.blogdoims.com.br/ims/divisoes-do-sertao-conversa-com-walnice-nogueira-galvao/
http://fotografia.ims.com.br/Sites/index.jspx

Bruno Henrique Brito Lopes 
Graduando em História pela Universidade Católica de Pernambuco. 
Um confronto no sertão brasileiro em pleno século XIX: 15 raras fotografias da Guerra de Canudos | História Ilustrada

Estatuto do Desarmamento salvou 160 mil vidas, diz Mapa da Violência 2015 — INESC

Estatuto do Desarmamento salvou 160 mil vidas, diz Mapa da Violência 2015

  
Publicado em 14/05/2015 11:05
Lei que pode ser derrubada pela Câmara dos Deputados poupou a vida de 113.071 jovens
Reportagem publicada no El País.
Enquanto na Câmara dos Deputados parlamentares ligados à bancada da bala discutem um projeto de lei que pretende acabar com o Estatuto do Desarmamento, o Mapa da Violência 2015 defende a importância da lei na redução das mortes com arma de fogo. De acordo com o relatório, que será divulgado nesta quinta-feira, o Estatuto foi responsável por poupar 160.036 vidas desde sua sanção pelo presidente Lula, em 2003 - o equivalente à população de uma cidade de médio porte como Nilópolis, no Rio de Janeiro, ou Itapecerica da Serra, em São Paulo. Desde total de pessoas salvas, o estudo indica que 113.071 foram jovens na faixa etária entre 15 e 29 anos.

Entre 1993 e 2003 os homicídios com arma de fogo cresceram 7,8% ao ano, até atingir 36.115 mortes. Seguindo esta progressão, deveríamos ter registrado em 2012 – último ano com dados do Ministério da Saúde disponíveis – 71.118 vítimas fatais de disparos. “Mas foram registradas 40.077 mortes. Só nesse ano foram poupadas 31.041 vidas”, diz o relatório, que conclui destacando a importância do “caráter preventivo das políticas de controle das armas de fogo no enfrentamento dos homicídios juvenis”.
Mas segundo o Mapa, o Estatuto sozinho não basta para combater as mortes no país – que ocupa a 11ª posição no ranking dos mais violentos do mundo. “Falta ainda uma série de reformas necessárias, como a reforma do código penal, das instituições policiais e do sistema prisional”, diz o relatório. O texto aponta ainda que o “enfrentamento à impunidade” e às “transgressões institucionais de diversos organismos encarregados de fazer cumprir as leis” também são fundamentais para a redução da violência. De cada treze pessoas mortas por dia em São Paulo no ano de 2014, duas foram vítimas da polícia.

“Quando houve campanha de desarmamento para valer, em 2004 e 2005, as estatísticas começaram a baixar”, explica Julio Jacobo, coordenador do estudo. De acordo com ele, nestes dois anos “foram recolhidas mais de 500.000 armas, e o impacto no número de mortes foi enorme". Nos anos seguintes, segundo ele, não houve mais mobilização nacional e incentivo à campanha de recolhimento de armas – apenas 200.000 foram entregues em 2006 e 2007 -, e o resultado foi um pequeno crescimento no número de homicídios. Estima-se que o país tenha 16 milhões de armas em circulação.
Jacobo afirma que a maioria dos homicídios do país são motivados por brigas entre vizinhos, parentes, acidentes de trânsito, ou seja, motivos fúteis, crime cultural”. Mortes provocadas por criminosos "na maioria das unidades da federação são a minoria". Segundo o professor, a “cultura da violência somada às armas de fogo é uma mistura explosiva”.

“Com exceção do Estatuto do Desarmamento temos poucas políticas nacionais de segurança pública”, diz Ignácio Cano, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência. De acordo com ele, o Estatuto “cumpre um papel importante sinalizando que as armas de fogo são um vetor da violência”. O professor ressalta ainda que este tipo de armamento “multiplica os efeitos letais dos conflitos”. “Existe um consenso praticamente universal na comunidade acadêmica com relação a isso. As exceções são trabalhos esporádicos financiados por empresas de armas”, diz.

Nas mãos de seus inimigos

A comissão especial que analisará um projeto que acaba com a lei que acaba com o Estatuto é comandada por deputados da frente parlamentar pela Segurança Pública, grupo formado por ex-policiais, delegados e deputados financiados por empresas de armas e munições. Desde a aprovação do Estatuto, em 2003, dezenas de projetos de lei que buscavam flexibilizá-lo já foram formulados, mas nenhum avançou. Agora, com uma composição mais conservadora no Congresso, isso pode mudar.

Na comissão, apenas a bancada do PT e do PC do B são contrárias ao projeto do deputado Peninha. Ivan Valente (PSOL-SP) também se posicionou contrário à lei, mas ele é membro suplente. Caso seja aprovado, o PL 3722/2012 irá para o plenário da Câmara, onde será votado em dois turnos.

Membro declarado da bancada da bala, o relator Laudívio Carvalho (PMDB-MG) assumiu um discurso moderado, e afirmou que “é preciso ouvir todos os segmentos sociais, e a minha posição só será conhecida no relatório final”. Sua indicação para a relatoria foi criticada por organizações da sociedade civil, uma vez que ele estaria alinhado com os interesses dos fabricantes de armas. "Existem muitas informações que precisam ser analisadas. Já pedi dados para a Rota [Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, frequentemente envolvida em casos de violação dos Direitos Humanos]”, disse o deputado, que ficou famoso por apresentar um programa de televisão sensacionalista sobre crime e violência.

O presidente da comissão, Marcos Montes (PSD-MG), que teve campanhas eleitorais financiadas por empresas de armamentos, aposta na mudança do Estatuto. "95% dos integrantes da comissão querem reestudar a lei, compartilho a opinião de que é preciso adequá-la", afirma. O parlamentar diz ainda que a ampliação do porte de arma “não seria um retrocesso”, uma vez que representa “a vontade da população”. O deputado se refere ao referendo sobre a proibição da comercialização de armas no país, realizado em 2005. À época, a maioria dos brasileiros se manifestou contrariamente ao veto. No entanto, uma pesquisa do instituto Datafolha realizada em setembro do ano passado mostrou que 62% dos entrevistados acreditam que a posse de armas deveria ser proibida. O parlamentar disse desconhecer o levantamento.
Estatuto do Desarmamento salvou 160 mil vidas, diz Mapa da Violência 2015 — INESC

Programa Braços Abertos: “Antes dele, 9 em cada 10 viciados desistiam.” | bloglimpinhoecheiroso

Programa Braços Abertos: “Antes dele, 9 em cada 10 viciados desistiam.”



Haddad_Bracos_Abertos02
Dartiu Xavier, coordenador do programa, rebate matéria da Folha de S.Paulo que gerou polêmica nas redes sociais ao dar conotação negativa à iniciativa. Para Xavier, também professor da Unifesp, trata-se de uma proposta que busca atingir a causa do problema.
Guilherme Franco, via SpressoSP em 25/5/2015
Desde a metade da década de 1990, vários prefeitos de São Paulo, bem como os governadores do estado, têm procurado acabar com a Cracolândia. No entanto, as ações muitas vezes se resumiram a operações policiais.
Há um ano, a equipe do prefeito Fernando Haddad (PT) colocava em prática uma ação na Cracolândia que acendeu o sinal vermelho de críticos Brasil afora. O programa “Braços Abertos” busca a redução de danos, em que o dependente é incentivado a diminuir gradativamente o consumo da droga, sem internação e com oferta de emprego e renda. A proposta vai na contramão da utilizada pelo governo do estado, que prega o tratamento compulsório, permitindo às autoridades ordenar a internação daqueles considerados em “estágio avançado de dependência”.
Na semana passada, a manchete de que “4 em cada 10 desistem de ação anticrack de Haddad”, segundo a Folha de S.Paulo, deu o que falar nas redes sociais. É preciso valorizar, no entanto, que das 798 pessoas que aderiram ao programa, iniciado há um ano e quatro meses, aproximadamente 60% delas continuam o tratamento. “Antes dele, nove em cada dez viciados desistiam. O programa tem muitas coisas a serem melhoradas, mas alguma coisa mudou, e para o bem. Está é uma forma menos intolerante de lidar com a população”, opina Dartiu Xavier, professor da Unifesp e coordenador de treinamento de agentes da ação da prefeitura. Confira a entrevista.
SPressoSP – Primeiramente, como você avalia o programa “Braços Abertos”?
Dartiu Xavier –
 É a única proposta que tem alguma fundamentação. É uma mudança de paradigma. Em situações de tanta vulnerabilidade social, favorece-se o uso das drogas. A proposta do “Braços Abertos” busca atingir a causa do problema, não uma consequência, um desdobramento, como no caso do uso da droga. Esse tipo de tratamento já foi testado em vários países de ponta e é o único que funciona.
Em alguns estudos, eles dividiram a população em dois grupos. No primeiro, a abstinência era pré-requisito, ou seja, sele eles tivessem alguma recaída com a droga, perderiam alguns privilégios. Já o outro grupo era incentivado a diminuir gradativamente o consumo da droga. Depois de três anos o resultado mostrou que o trabalho tratou mais com o segundo grupo do que com o primeiro, comprovando que a droga não é a causa, e sim a consequência.
SPressoSP – Há um preconceito da mídia tradicional e de uma parcela conservadora da sociedade com esse tipo de tratamento?
Dartiu Xavier –
 A nossa sociedade é bastante reacionária e parte da mídia também. Ficamos muito tempo copiando o modelo de guerra às drogas, um modelo lançado na década de 70 pelos EUA. Na década de 90, os EUA fizeram uma série de pesquisas e constataram que programa de guerra às drogas não valia nada.
Muito se fala sobre uma questão política, se você é petista defende, mas se não é crítica. Isso até pode existir, no entanto eu defendo o programa por questão técnica. Antes dele, nove em cada dez viciados desistiam. O programa tem muitas coisas a serem melhoradas, mas alguma coisa mudou, e para o bem. Está é uma forma menos intolerante de lidar com a população. Um dos programas implementados na Cracolândia chamava dor e sofrimento. Como é possível crer que impondo dor e sofrimento àquela população seria uma forma de ajuda?
SPressoSP – O governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem projeto antagônico. Batizado de “Recomeço”, o modelo estadual trabalha a saída do vício com tratamentos que incluem isolamento em hospitais e comunidades terapêuticas. Esse choque de gestões prejudica de alguma forma?
Dartiu Xavier –
 Prejudica muito. No “Recomeço”, eles medem a taxa de sucesso pelo número de internações. Tem um psicólogo que trabalha comigo e que já atuou no projeto que me conta histórias de arrepiar. Para bater a meta do dia, eles saem com a ambulância pegando qualquer morador de rua. Isso é um afronto aos direitos humanos, prendendo uma pessoa só para atender uma meta diária. Isso me parece uma espécie de comércio humano. O indivíduo é um número para atender o projeto. O “Braço Abertos” é completamente diferente. Você demora semanas e até meses para conquistar a confiança da pessoa, construindo até uma relação afetuosa.
SPressoSP – Os resultados do programa podem representar no futuro o fim da ideia da “internação compulsória”?
Dartiu Xavier –
 As pessoas não chegaram àquela situação de miséria social por causa da droga. Chegaram naquela situação por falta de acesso à moradia, trabalho, educação, saúde, etc. Quando o indivíduo viciado volta para a miséria, ele recai. É preciso melhorar as condições básicas da vida do usuário. E a proposta do Braços Abertos busca atingir a causa do problema, e não só uma consequência, um desdobramento, como no caso do uso da droga. Tem uma questão muito importante que está por trás de tudo isso. O que choca é por ser na população de rua. Ninguém gosta de ver miséria e gente se drogando em público. Quando se vê o usuário de droga na rua, ele já recebe o rótulo de dependente. Mas e aquelas pessoas que ficam dentro de seu apartamento chique no Jardins cheirando cocaína ou fumando maconha? Eles são dependentes? Grande parte delas não, são apenas usuárias, mas elas estão anônimas. O fato das pessoas se drogarem na rua dá muita visibilidade.
Programa Braços Abertos: “Antes dele, 9 em cada 10 viciados desistiam.” | bloglimpinhoecheiroso

CD do PROIFES-Federação decide que ainda não é momento de indicar greve e sim de cobrar resposta do Governo

Por que a Andes precipitou a greve das 

federais em plena vigência do prazo

estabelecido previamente por ela e outras

entidades do setor com o governo para

estabelecimento da mesa de negociação?

Até onde se  sabe, não há nenhuma

justificativa plausível para essa iniciativa

Trata se apenas da política e da prática

irresponsável, leviana e anti sindical do

CSP/Conlutas. .

CD do PROIFES-Federação decide que ainda não é momento de indicar greve e sim de cobrar resposta do Governo

  • 20 MAI 2015 . por PROIFES
  • Enviar por Email
  • Imprimir Página
Em reunião realizada no dia 13 de maio de 2015, na sede da entidade, e após avaliar a conjuntura nacional, os informes feitos pelos sindicatos federados e os relatos das Reuniões de Negociação de 23/04 (Mesa Geral com o Fonasefe) e 06/05 (mesa Setorial dos Docentes), o Conselho Deliberativo (CD) do PROIFES-Federação deliberou, por unanimidade dos conselheiros presentes, que a entidade não deve ainda, neste momento, orientar os sindicatos a proporem aos seus associados indicativo de greve, aguardando a contraproposta do Governo, ainda que respeitando a autonomia dos sindicatos federados, que podem decidir por quaisquer processos de mobilização - que serão apoiados pela Federação.
Esta posição do CD teve como base a aposta que o PROIFES-Federação faz no processo negocial como o melhor método para obter avanços salariais e de condições de trabalho para os docentes. O PROIFES considera que o processo de negociação proposto pelo Governo está em seu início, na medida em que o Governo se comprometeu a realizar 90 dias de negociação e recém se realizou a primeira reunião da Mesa Setorial. Ainda que considere que o Governo já deveria ter avançado nas respostas à pauta apresentada pela entidade (leia pauta aqui), e tenha apenas proposto a discussão de prioridades na proposta, o CD decidiu, dentro do espírito de boa fé das partes que é necessário, para que se possa avaliar os encaminhamentos a serem tomados, que se aguarde resposta do Governo à proposta do PROIFES-Federação, antes de se propor uma ruptura das negociações, com indicativo de greve.
De sorte a deixar clara essa posição e cobrar do Governo essa resposta, o CD decidiu pelo envio de documento ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) com a exigência de que o Governo convoque imediatamente nova reunião da Mesa Setorial, e que neste momento, no mês de junho, traga sua contraproposta (leia oficio aqui).
O PROIFES-Federação considera que junho é o mês em que devem efetivamente avançar as negociações, para que em julho se possa definir os detalhes do Termo de Acordo que se espera firmar, cumprindo o prazo de 90 dias proposto pelo Governo.
Assim, o Conselho Deliberativo do PROIFES-Federação reafirma seu compromisso com os professores do Magistério Superior (MS) e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) de lutar por seus interesses e pela valorização de seus salários e condições de trabalho, mas apostando que a negociação deve ser a forma preferencial de ação de uma entidade sindical.
Entende o PROIFES-Federação que esta forma propositiva de agir, levando ao máximo possível os debates na Mesa, foi a que mais trouxe avanços à categoria, como tem ocorrido desde 2006, com a recuperação da paridade entre ativos e aposentados, com a criação da Carreira de EBTT equiparada à do MS, com a criação da classe de Associado, com a possibilidade de promoção a Titular e com a valorização salarial real, todas conquistas da entidade, em nome dos docentes, nos sucessivos processos de negociação.
Contudo, não abrimos mão de nenhum instrumento legal e legítimo da classe trabalhadora para conquistar seus direitos. Em 2012 deflagramos greve quando o Governo rompeu o processo de negociação e não descartamos essa possibilidade se as negociações não avançarem, mas entendemos que o recurso à greve deve ser usado quando se esgotarem as possibilidades de diálogo, e o entendimento do CD do PROIFES-Federação é que este momento ainda não chegou, e que não devemos adotar atitudes radicais sem que sejam previamente esgotadas as demais formas de pressão sobre o governo, até sob pena de enfraquecermos nossas possibilidades de ação com movimentos esvaziados.
Finalmente, o Conselho Deliberativo, ainda que compreendendo que poderá vir o momento de se avaliar propostas alternativas, deliberou que não é hora de discutir flexibilizações ou mudanças em sua proposta, e que isso só deverá ser debatido após a resposta do Governo. O CD do PROIFES-Federação está em processo extraordinário de mobilização neste período e poderá se reunir a qualquer momento, se necessário for.
Brasília, 15 de maio de 2015.
CD do PROIFES-Federação decide que ainda não é momento de indicar greve e sim de cobrar resposta do Governo

Nota Pública do PROIFES-Federação - Apoio integral à greve deflagrada pelos professores representados pela APUB-Sindicato

Nota Pública do PROIFES-Federação - Apoio integral à greve deflagrada pelos professores representados pela APUB-Sindicato

  • 01 JUN 2015 . por PROIFES
  • Enviar por Email
  • Imprimir Página
A exasperação com a demora do Governo Federal em apresentar resposta às pautas de reivindicação dos docentes federais (o PROIFES-Federação protocolou sua pauta desde o final de 2014), mesmo depois de transcorrido um mês do início do prazo proposto pelo próprio Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) para as negociações (maio a julho), e a reação à situação dramática da Universidade Federal da Bahia (UFBA), atingida por contingenciamento e corte de verbas - foram os motores para que os professores representados pela APUB-Sindicato deflagrassem greve a partir do dia 28 de maio, em massiva Assembleia Geral, com mais de 300 professores e professoras.
Registramos para conhecimento nacional, como indicativo da gravidade da situação, que o próprio Reitor da UFBA no dia 25 de maio, dirigiu Ato Publico em defesa da Universidade, quando centenas de pessoas encheram o Salão Nobre da Reitoria.
O PROIFES-Federação tem dentre seus princípios fundantes a garantia da pluralidade de posições e da autonomia dos sindicatos federados. A Federação tem a APUB-Sindicato como um dos mais combativos de seus sindicatos federados e a reconhece como o sindicato que legítima e legalmente representa os professores e as professoras federais do Estado da Bahia e respeita a decisão de seus filiados, apoiando integralmente a Direção da APUB-Sindicato na condução do Movimento.
Ao tempo que divulga o fato e apoia os colegas baianos, a Federação afirma que seu gesto representa um alerta ao Governo Federal no sentido do atendimento imediato das propostas apresentadas pelos docentes e a defesa da Universidade pública, gratuita, democrática e de qualidade. Alerta tão mais importante quando é proveniente da terra onde nasceu o ensino superior do Brasil e da mais antiga associação de docentes do ensino superior, a hoje APUB-Sindicato.
O PROIFES-Federação, dentro de sua obrigação legal, após solicitação oficial da Diretoria da APUB-Sindicato, comunicará formalmente ao Governo nesta segunda-feira, 1º de junho de 2015, a deflagração da greve por tempo indeterminado pelos professores federais da Bahia, representados por seu Sindicato e pelo PROIFES-Federação. Tal atitude cumpre a decisão do Conselho Deliberativo do PROIFES-Federação, reunido em 13 de maio, de que apesar de ter indicado nacionalmente que ainda não era o momento de discutir o indicativo de greve, apoiaria, como está proclamando nesta Nota Pública, todas as formas de mobilização que seus sindicatos federados tomassem, em seus fóruns legítimos de decisão, conforme sua forma autônoma de organização local.
Igualmente reafirmamos aos professores afiliados à APUB-Sindicato que sua entidade continuará plenamente integrada aos movimentos nacionais da Federação, de mobilização e de negociação, e que o sindicato estará representado nas Mesas de Negociação que forem estabelecidas entre o Governo e o PROIFES-Federação, como ocorreu na reunião da Mesa dos Docentes em 6 de maio, que contou com duas diretoras da APUB-Sindicato, atitude estendida a todos os sindicatos federados e que se manterá no próximo período. 
Na defesa das Universidades e Institutos Federais brasileiros, na defesa dos professores e professoras federais e da educação pública. Contra o contingenciamento dos recursos da educação e contra os ajustes fiscais que penalizam apenas os trabalhadores.
Brasília, 31 de maio de 2015.
Prof. Eduardo Rolim de Oliveira Presidente do PROIFES-Federação
Nota Pública do PROIFES-Federação - Apoio integral à greve deflagrada pelos professores representados pela APUB-Sindicato