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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Página 13 » Mídias para jamais esquecer o golpe militar de 1964

Mídias para jamais esquecer o golpe militar de 1964

1 de abril de 2015
dia_durou_21_anos
No dia de mais um triste aniversário do golpe que instalou a pior ditadura que o Brasil já teve (já se vão 51 anos…), vão os links de dois vídeos e de alguns livros que podem auxiliar no entendimento do que foi o golpe de 1964:
O Dia Que Durou 21 Anos
Aqui para ver onlinehttps://vimeo.com/75162051 79 min.

1964 Um Golpe Contra o Brasil

Se quiserem saber mais, baixem e leiam os livros abaixo:
http://leiturafacil.com/?s=Gaspari&submit=Search os 4 livros de Elio Gaspari sobre o golpe de 1964 e a ditadura de 21 anos

Se quiser saber mais sobre a ditadura você pode ver mais estes outros 5 vídeos:

Ajudem a divulgar!

Lutamos contra três gigantes:
o medo
a injustiça
a ignorância

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Mídias para jamais esquecer o golpe militar de 1964

1 de abril de 2015
dia_durou_21_anos
No dia de mais um triste aniversário do golpe que instalou a pior ditadura que o Brasil já teve (já se vão 51 anos…), vão os links de dois vídeos e de alguns livros que podem auxiliar no entendimento do que foi o golpe de 1964:
O Dia Que Durou 21 Anos
Aqui para ver onlinehttps://vimeo.com/75162051 79 min.

1964 Um Golpe Contra o Brasil

Se quiserem saber mais, baixem e leiam os livros abaixo:
http://leiturafacil.com/?s=Gaspari&submit=Search os 4 livros de Elio Gaspari sobre o golpe de 1964 e a ditadura de 21 anos

Se quiser saber mais sobre a ditadura você pode ver mais estes outros 5 vídeos:

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Altamiro Borges: Desafios contra a ofensiva golpista

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Desafios contra a ofensiva golpista

Editorial do site Vermelho:

Os partidos de esquerda e os movimentos sociais organizados iniciaram nos últimos dias o que se pode considerar uma contraofensiva ao brutal ataque das forças de direita. Nesta terça-feira (31), ocorreram plenárias em diversas capitais, num gesto de resistência e luta, mobilização e unidade. O mais significativo de todos esses atos foi a Plenária Nacional dos Movimentos Populares por Mais Democracia, Mais Direitos e Combate à Corrupção, em São Paulo, que contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sob a liderança das centrais sindicais CUT e CTB e de entidades como a UNE e o MST, cerca de cinco mil militantes, representantes de mais de uma centena de organizações populares, além de vereadores e deputados, debateram a situação política do país, sintonizaram pontos de vista e chegaram à conclusão madura de que é preciso resistir e lutar contra a ofensiva da direita e garantir as conquistas democráticas e sociais, cujo pressuposto é a defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff, contra o qual se volta a ira golpista da oposição neoliberal e conservadora.

Foi notável a presença dos partidos de esquerda, lado a lado com os movimentos populares, numa demonstração de que é possível a unidade, em torno de bandeiras comuns. Ali estavam as suas principais expressões, desde o Partido dos Trabalhadores e o Partido Comunista do Brasil, que formam o núcleo principal da esquerda no governo, no Parlamento e nos movimentos populares, até o Partido Comunista Marxista-Leninista e o Partido da Causa Operária.

Tudo indica que os partidos de esquerda e as organizações do movimento popular tomam consciência da gravidade da situação, que está em curso uma escalada reacionária, que a democracia está em risco, o governo sob ataque, as conquistas sociais ameaçadas de liquidação.

Calou fundo o alerta feito por Lula, que chamou a atenção para o que está de fato em jogo no Brasil de hoje. “Ganhamos as eleições, geramos expectativas, assumimos compromissos, vencemos agressões. É isto que não aceitam, é isto que tentam reverter. Querem tirar a Dilma porque querem tirar o povo do governo”.

Efetivamente, o objetivo das forças direitistas com toda essa ofensiva é encerrar o ciclo democrático e progressista iniciado em 2003, com a eleição de Lula para a Presidência da República, como assinalou o presidente do Partido Comunista do Brasil, Renato Rabelo, que na Plenária falou pouco antes de Lula. A direita não suporta que as forças progressistas tenham retirado da miséria extrema 36 milhões de brasileiros, assegurado conquistas sociais, fortalecido a nação, contribuído para a paz mundial e a integração soberana da América Latina.

Em posição de vanguarda, pondo a política no posto de comando, o maior líder popular brasileiro indicou aos dirigentes sindicais o caminho da negociação com o governo sobre os termos do ajuste na economia proposto pela presidenta Dilma Rousseff, partindo do pressuposto de que a mandatária tem “compromisso político e ideológico com os pobres e os trabalhadores”.

Na conjuntura de crise e ameaças à democracia, nada é mais importante do que a mobilização popular e a unidade mais ampla possível entre as forças democráticas, progressistas e patrióticas, a constituição de uma ampla frente de partidos, setores partidários progressistas, organizações do movimento popular e sindical, personalidades independentes e sem partido, em torno de bandeiras amplas. Os partidos, os movimentos sociais, os sindicalistas, os democratas e patriotas mostram-se dispostos a fortalecer as agendas estaduais de luta programadas para os meses de abril e maio, notadamente para o dia 7 de abril e as celebrações do 1º de Maio, Dia do Trabalhador. Estas mobilizações têm a perspectiva de desaguar em grandes manifestações de rua, em data ainda a ser marcada.

A hora é de unir o povo e avançar na luta em defesa da democracia e do mandato legítimo e constitucional da presidenta Dilma, em defesa da Petrobras, da economia nacional e da engenharia nacional, pela reforma política democrática, combatendo a influência do poder econômico nas campanhas eleitorais, pelos direitos dos trabalhadores e do povo e por reformas estruturais.
Altamiro Borges: Desafios contra a ofensiva golpista: Editorial do site Vermelho : Os partidos de esquerda e os movimentos sociais organizados iniciaram nos últimos dias o que se pode considera...

O que fazia o líder do “Vem pra Rua” na lista da Stratfor, que o Wikileaks vazou em 2012? | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

O que fazia o líder do “Vem pra Rua” na lista da Stratfor, que o Wikileaks vazou em 2012?

28 de março de 2015 | 15:07 Autor: Fernando Brito
wiki
Em fevereiro de 2012 – muito antes que nascesse o “Vem pra Rua” – o nome de Rogério Chequer apareceu na lista de e-mails da empresa de “inteligência global” Statfor, conhecida como “the Shadow CIA”.
A lista foi hackeada dos computadores da empresa  e divulgada peloWikileaks e, é claro, sua autenticidade nunca foi confirmada. O arquivo do Wikileaks onde consta seu nome pode ser baixado do site do Wikileaks aqui.
Chequer, que até então não teria nenhuma razão para ser envolvido em assuntos políticos, está na 13a. linha do arquivo e  aparece identificado com a companhia “cyranony”.
E existe, de fato, uma companhia Cyrano NY, LLC , registrada como “companhia estrangeira” no Estado de Delaware, um paraíso fiscal dentro do  território americano, e assim reconhecido até pela Receita Federal brasileira.
Não é possível saber, por isso, se a empresa tem a algo a ver com Chequer para ser assim mencionada nos arquivos da Stratfor.
De nada o acusamos, embora ele, como figura pública que é, agora, talvez pudesse explicar o que fez desde que seus negócios saíssem de um estado glorioso que tinha como dono de um fundo de investimento nos EUA e viesse, em 2012, se tornar sócio dos primos numa agência de publicidade especializada em produzir  apresentações de “power point”.
Porque, até 2008, tudo ia de vento em popa para Chequer nos EUA, que lançava novos produtos financeiros e apresentava um categorizado “Advisory Board” de sua Atlas Capital Manegment, que tinha entre os integrantes até um ex-diretor do Banco Central, Luiz Augusto de Oliveira Candiota, que se demitiu do cargo rebatendo denúncias, feitas pela Istoé, de ter uma conta não declarada no exterior.
Mas neste meio tempo, algo aconteceu e não sei se por razões econômicas ou por saudades do Brasil, Chequer se desfez de tudo, inclusive de sua bela mansão de cinco quartos no chique entorno de Nova York, em White Plains, considerado um dos dez melhores lugares para se viver perto da Big Apple.
Repito: ao contrário do que a mídia costuma fazer, aqui não se acusa de nenhuma ilegalidade o sr. Rogério Chequer. Tudo o que está publicado aqui está em documentos públicos, oficiais, na Internet, ao alcance de qualquer cidadão.
Não é transparência o que o “Vem pra Rua” apregoa?
O que fazia o líder do “Vem pra Rua” na lista da Stratfor, que o Wikileaks vazou em 2012? | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

É urgente formar uma frente contra o retrocesso — CartaCapital

"Parêntesis. As descobertas da operação Zelotes, um rombo equivalente ou superior ao da Petrobrás, estão sendo devidamente enviadas para o subterrâneo do noticiário. Roubar o Estado sem que os ladrões sejam petistas ou aliados rapidamente vira não notícia, em mais um caso de udenismo seletivo. Fecha-se parêntesis."



É urgente formar uma frente contra o retrocesso — CartaCapital

Diário do Centro do Mundo » A Standard & Poor destruiu o discurso apocalítico da mídia ao trazer ao debate uma coisa: a verdade. Por Paulo Nogueira

A Standard & Poor destruiu o discurso apocalítico da mídia ao trazer ao debate uma coisa: a verdade. Por Paulo Nogueira




Postado em 26 mar 2015
Se você acreditou na Empiricus e se encheu de dólar, más notícias
Se você acreditou na Empiricus e se encheu de dólar, más notícias
Não há muito tempo, o Brasil parecia em estado terminal, no noticiário das grandes empresas jornalísticas.
Com evidente alegria, os editores e comentaristas empilhavam previsões apocalípticas.
O G1 – cujo chefe, Erick Bretas, conclamou os seguidores no Facebook a bater pernas no protesto de 15 de março – lutava para dar o furo do fim do mundo, ou especificamente do Brasil.
Na manchete, várias vezes, você tinha no G1, em tempo real, a marcha do dólar.
A consultoria de investimentos Empiricus contribuía para a atmosfera fúnebre. Anúncios seus espalhados pela internet traziam um título assustador: “O dólar a 4”.
Dentro desse clima, lances teatrais espoucavam aqui e ali. Num deles, um colunista econômico avisou que estava deixando o Brasil. Miami o chamava.
Era um Bolsa Patroa. Sua mulher ganhara uma bolsa e ele pegou carona. Mas, para todos os efeitos, o bilhete aéreo do colunista sugeria o começo de um êxodo dos melhores cérebros nacionais.
Alguns imaginaram: agora até o Lobão vai embora.
Para os que torcem pelo pior, como a mídia, tudo corria bem – até que uma coisa se impôs.
A verdade.
Ela apareceu numa análise que nenhum jornalista da grande mídia tem competência ou coragem para contestar.
Quem a produziu foi a agência de análise de risco S&P. Os colunistas brasileiros podem errar quanto quiserem, desde que seja contra o PT. Não acontece nada.
Mas cabeças rolam na S&P caso as previsões sejam erradas, porque há muito dinheiro em jogo. Se os investidores colocarem recursos em países ou empresas que tenham a chancela de uma agência e se derem mal, as consequências imediatamente se manifestam.
E a S&P disse o seguinte sobre 2015, em linhas básicas: a economia do Brasil deve recuar 1%, para crescer 2% em 2016.
O dólar médio deve ficar em 3,1 reais. (O que quer dizer que quem acreditou na Empiricus e se abarrotou de dólares pode já pensar na hipótese de processá-la.)
Para chancelar essa visão, a S&P manteve a classificação do Brasil como um bom lugar para investir.
Para quem acompanha – e acredita – nas colunas econômicas da imprensa, foi uma surpresa formidável.
Como assim? Quero bater panelas.
A Petrobras, que a mídia transformou num cadáver, recebeu um voto de confiança expressivo da agência. Manteve sua boa classificação.
Como assim? Quero gritar que o patrimônio nacional foi dilapidado e ir para as ruas com a roupa da seleção.
Todo o drama que a mídia anunciava foi pulverizado com uma simples análise de quem é do ramo.
O quadro é aquele para o ano. Uma queda de 1% na economia não deve ser comemorada com champanha, naturalmente, mas está longe de ser um desastre.
Se administrada de tal forma que os mais humildes sejam poupados, sai na urina, como dizia minha Tia Zete.
Sem se dar conta, a S&P tirou a voz dos profetas do apocalipse. Caso insista em dar o dólar em tempo real na primeira página, o G1 vai ficar até dezembro girando pateticamente em torno de 3,1 reais.
Os comentaristas se recolheram, prudentemente.
Sobraram no palco os tolos, como o senador Aécio Aeroporto Neves. Aécio disse que Dilma deve desculpas por tirar perspectiva de futuro melhor para os brasileiros.
Ora, sabemos todos como seriam as “medidas impopulares” que Aécio prometeu à plutocracia que adotaria caso se elegesse.
Sabemos também quem mereceria sua atenção como presidente – ela mesma, a plutocracia que tanto lutou para levá-lo ao Planalto.
Tudo isso posto, quem acredita que os brasileiros se dariam melhor com Aécio acredita em tudo, como disse Wellington.
A S&P reduziu ao silêncio o tom dos gerentes gerais da catástrofe alojados na mídia.
Falta Aécio cair na real.
(


Diário do Centro do Mundo » A Standard & Poor destruiu o discurso apocalítico da mídia ao trazer ao debate uma coisa: a verdade. Por Paulo Nogueira

Ação e Reação na crise da telenovela "Babilônia" ~ Cinema Secreto: Cinegnose

Ação e Reação na crise da telenovela "Babilônia"



O que há em comum entre a física newtoniana e os estudos sobre psicopatologia do psicanalista Wilhelm Reich? Tudo, pelo menos no caso da atual crise de audiência da novela da TV Globo “Babilônia”. A rejeição de telespectadores e grupos evangélicos pregando o boicote à telenovela nas redes sociais (tudo motivado pelo beijo de um casal de idosas lésbicas) tem uma relação direta com a pesada atmosfera política atual alimentada diariamente pela TV Globo através do telejornalismo e teledramaturgia. Lei newtoniana de ação e reação: clima de intolerância e radicalismo político converte-se em conservadorismo moral, sexual e de caráter que atinge em cheio o principal produto da grade da TV Globo – a novela do horário nobre. Além disso, a crise de “Babilônia” guarda paralelos com outra crise global: a da novela “O Dono do Mundo” de 1991, também de Gilberto Braga, em um contexto pré-impeachment de Fenando Collor de Mello.

Toda ação resulta numa reação oposta e de igual intensidade. Não há como deixar de lembrar desse princípio clássico da física newtoniana na atual crise que envolve a novela do horário nobre da TV Globo chamada Babilônia. Depois dos 46 pontos que a novela anterior Império marcou na sua última semana, Babilônia despencou para 23 pontos. Portanto, abaixo da novela das 19h e do reality Big Brother Brasil. Isso, no horário mais caro da TV brasileira.

A novela de Gilberto Braga surge nas telas num momento onde se acirra a contradição vivida pela TV Globo: de um lado, nos últimos anos vem assumindo o papel de partido de ferrenha oposição política ao Governo Federal; e do outro, a necessidade comercial de reerguer a audiência em queda com a crescente concorrência da Internet e os novos dispositivos móveis de comunicação.



Apesar da queda vertical da audiência, a Globo vem mantendo o crescimento da receita publicitária graças ao conhecido BV – “Bonificação por Volume”, propina legalizada onde a Globo adianta para as agências as verbas que elas planejam gastar no ano. Isso garante a fidelidade das agências em colocar dinheiro na TV Globo.
Silvio Santos: "eu também vejo Netflix"

Mas a Globo sabe que essa estratégia que aplica há décadas está com seus dias contados, como sinalizam diversos acontecimentos: o crescimento de uma mídia disruptora como é a Internet; a declaração de Sílvio Santos de que ele próprio assiste ao Netflix; o fantasma da regulamentação da Lei dos Meios; a entrada do instituto de pesquisa alemão GfK que vai medir a audiência quebrando o monopólio do Ibope; e a recente vitória do SBT na Justiça de sentença de 2003 que obriga o Ibope a revelar a sua “caixa preta” – dados confidenciais da sua metodologia de aferição da audiência.

Paralelo a essas ameaças à sobrevivência comercial, ao mesmo tempo se vê compelida a criar em seus telejornais e até em minisséries como Felizes para Sempre e Questão de Família (peças ficcionais que fizeram apologia à judicialização e achincalhamento niilista da Política – sobre isso clique aqui)  um clima de guerra e intolerância política contra Governo, PT, bolivarianos, comunistas, Venezuela, o fantasma do Chavismo e contra qualquer um que tente relativizar a atual onda neoconservadora – o golpismo na política com os desejos incontidos pelo Golpe Militar, intervenção de mariners dos EUA no Brasil ou uma espécie de “golpe paraguaio” por meio da possibilidade do Impeachment.

Ação e Reação


Pois essa intervenção política da TV Globo ignora aquele princípio da física clássica newtoniana: tudo volta com igual intensidade – ou num viés mais espírita “aqui se faz, aqui se paga”.

Depois do jornalista César Tralli incitar estudantes ao ataque no SPTV (“temos que infernizar o MEC”) no caso do FIES e a programação esportiva da emissora no domingo das manifestações Anti-Dima se transformar praticamente numa convocação para os telespectadores saírem às ruas em protesto, vem a volta: o clima de intolerância e acirramento político transforma-se em conservadorismo moral que atinge em cheio o principal produto da grade da TV Globo – a novela do horário nobre.

Redes Sociais: rejeição e fundamentalismo justificados pelo clima de intolerância política

Como apontou em diversas oportunidades o psicanalista Wilhelm Reich em livros como Psicologia de Massas do FascismoEscuta Zé Ninguém! ou Psicopatologia e Sociologia da Vida Sexual, o conservadorismo político tem uma relação direta e proporcional com a rigidez moral, sexual e de caráter.

No atual atmosfera politicamente pesada que a grande mídia diligentemente vem sustentando, o neoconservadorismo político (“conservador” porque golpista) facilmente se converte em conservadorismo psicossexual – o nostálgico assanhamento de muitos pela volta dos militares corresponde ao recrudescimento da moralidade e a intolerância sobre quaisquer formas de prazer sexual.

O beijo de um casal de idosas lésbicas protagonizado por Fernanda Montenegro (Tereza) e Nathália Timberg (Estela)  fez as redes sociais serem tomadas por mensagens de grupos evangélicos organizando um boicote à novela. “Não tenho dúvida que a Rede Globo é a maior patrocinadora da imoralidade e do homossexualismo no Brasil”, bradou o pastor Silas Malafaia com milhares de “likes” e compartilhamentos no Facebook.

O que mais se vê nas redes sociais são mensagens como “A Globo nos quer fazer engolir esta ditadura gay” – com algumas variantes impublicáveis. Para a cabeça neoconservadora, “ditadura gay” ou “ditadura comunista” são equivalentes, assim como para os norte-americanos na década de 1930, a invasão de marcianos ou de nazistas eram sinônimos: o que levou Nova York ao pânico com a transmissão de rádio do “Guerra dos Mundos” em 1938.

                 Fernanda Montenegro e Nathália Timberg nas entrevistas apontam para “caça às bruxas” – ironicamente para Timberg que, acompanhado de outros atores de uma novela anterior, apareceu vestida de preto e cara de luto consternada em uma foto nas redes sociais protestando contra o ministro Celso Melo que assegurou a alguns réus no processo do Mensalão a oportunidade de apelação.

                Ironicamente, o pequeno gesto da atriz que ajudou a tornar mais densa a atmosfera política, volta-se contra ela mesma na intolerância moral de telespectadores.

Nathália Timberg protestando contra as apelações do Mensalão: ação e reação

Coincidências com o caso “O Dono do Mundo”


                  Tudo parece ser irônico no caso da crise de audiência da novela Babilônia. Principalmente o fato que, mais uma vez, a reprise de Carrossel do SBT assombra o horário nobre global – Carrossel saltou em 31% nos números de audiência.

                  Isso lembra uma outra crise de outra novela de Gilberto Braga: O Dono do Mundo de 1991-2. Coincidentemente, a novela foi ao ar em um período pré-impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, assim como no momento atual apela-se por um impeachment contra a atual presidenta.

Novela "O Dono do Mundo" (1991-92)
               Na oportunidade, a questão foi a perda da virgindade da heroína da trama (Márcia, interpretada por Malu Mader) para o vilão da história logo nos primeiros capítulos – Felipe Barreto, vivido por Antônio Fagundes. Braga esperava um apoio do público para uma futura vingança da protagonista, o que não aconteceu. Os telespectadores ficaram escandalizados pela prazerosa entrega da virgindade de Márcia e ficou perdido sem saber, afinal, quem era mocinho ou bandido na trama.

                Naquela oportunidade a novela caiu de 42% para 38% - sinal dos tempos, comparado com a crise atual de Babilônia.

               “Pobres não querem perder a virgindade”, concluiu o colunista de TV do jornal Folha de São Paulo naquele momento. Assim como tenta-se fazer na atual novela Babilônia tornando o logo menos pesado (ao invés do fundo de concreto, agora o nome da novela está sobre um nascer do sol estilizado e abertura mais clara com nova animação), O Dono do Mundo também foi “relançada” com cenários com atmosferas menos lúgubres e o colorido mais em tons pastéis para dar uma atmosfera mais leve e otimista.

                De ninfomaníaca fria e vulgar, Márcia tornou-se na trama uma menina frágil e com marido assexuado que, por isso, não resistiu a uma forte sedução. Márcia foi sadicamente punida na trama por maldades comparáveis às novelas da Janete Clair nos anos 1970.

               E novamente Carrossel apareceu naquela oportunidade como um fantasma que roubava a audiência: supostamente os telespectadores estavam preferindo o mundo “puro e ingênuo” da professorinha Helena e de seus alunos Cirilo, Maria Joaquina e Jaime ao mundo de mulheres que entregam a virgindade por volúpia como na novela O Dono do Mundo.

              O fato é que ao longo da história da teledramaturgia muitos tabus ligados à sexualidade e moral foram desafiados e quebrados – as ardentes cenas com Maitê Proença em Dona Beija (1986) da extinta Rede Manchete ou o primeiro beijo gay no final da novela Amor à Vida (2013-14).

              Mas, em momentos de pesado clima político e escalada do neoconservadorismo por obra da própria Rede Globo, o extrato mais conservador da sociedade se sentirá estimulado e justificado a protestar violentamente contra uma trama que combina personagens lésbicas, sexo e prostituição.

              Ironicamente a Globo arrisca-se a ter o mesmo destino do intrépido cantor Lobão: depois que tocou fogo e viu o tamanho do incêndio, tentou dizer que não era bem assim (sem milicos ou intervenções dos EUA). A TV Globo começa a sentir as primeiras chamuscadas do incêndio que ela criou.

              Por isso a TV Globo parece criar a pior conjuntura possível: compelida a ser partido de oposição tem ao mesmo tempo, de um lado, as tecnologias de convergência roubando nacos da audiência; e do outro, o recrudescimento do conservadorismo moral que se volta contra ela mesma.

Ação e Reação na crise da telenovela "Babilônia" ~ Cinema Secreto: Cinegnose