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segunda-feira, 21 de maio de 2012
domingo, 20 de maio de 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
Metacognição: Sobre a consciência – Do livro de John Searle “Men...
Metacognição: Sobre a consciência – Do livro de John Searle “Men...: “É importante aprender a não se aborrecer com opiniões diferentes das suas, mas dispor-se a trabalhar para entender como elas surgiram. ...
sábado, 28 de abril de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
segunda-feira, 23 de abril de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
sexta-feira, 13 de abril de 2012
STF vota legalização de interrupção da gravidez
Vitória do bom senso!Vamos lá que alguém seja contrário ao aborto por princípio, e até se entende que seja contrário à descriminalização, por equivocadamente achar que isso represente estímulo à sua prática; agora, querer que uma mulher carregue em seu ventre um feto sem nenhuma chance de sobrevivência mesmo que venha a nascer, é simplesmente cruel. Coisa de bronco teimoso.
STF vota legalização de interrupção da gravidez
STF vota legalização de interrupção da gravidez
quinta-feira, 12 de abril de 2012
O golpe de abril de 2002 na Venezuela e a integração com o Brasil
Há dez anos atrás, a direita venezuelana golpeou a democracia, rompeu com a legalidade, aprisionou o presidente eleito, depôs governadores e prefeitos igualmente eleitos mas foi escorraçada pelo povo que restituiu o poder a Chávez e impôs o retorno ao Estado de direito. Para o PIG e o inter PIG, no entanto, Chávez é o ditador!
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19938&editoria_id=6
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19938&editoria_id=6
Fabio Libertario compartilhou a foto de Khaleb Bueno.
- COMPARTILHE NO SEU MURAL COM SEUS AMIGOS ><///\\\> خالب بوينوDe: Khaleb Bueno
terça-feira, 10 de abril de 2012
segunda-feira, 9 de abril de 2012
domingo, 8 de abril de 2012
VAMOS SER RACIONAIS: Desconstruindo uma mentira ambientalista
VAMOS SER RACIONAIS: Desconstruindo uma mentira ambientalista: Como praticamente metade do mundo que têm acesso à internet, eu também tenho um perfil no facebook. Lá, uma das minhas maiores diversões (al...
sexta-feira, 6 de abril de 2012
quarta-feira, 4 de abril de 2012
A FUNÇÃO POLÍTICA DA MENTIRA, SEGUNDO VALTON
Quando o gênio se combina à erudição, podemos apreciar a precisão dos raciocínios complexos encarnados nas palavras desse grande psicanalista do Siará Grande, Valton Miranda!
http://www.valtonmiranda.com.br/2010/10/funcao-politica-da-mentira.html
http://www.valtonmiranda.com.br/2010/10/funcao-politica-da-mentira.html
terça-feira, 3 de abril de 2012
segunda-feira, 2 de abril de 2012
O Araibu: INFORMAÇÃO NÃO É ALGO NATURAL, MAS PRODUTO SOCIAL ...
A verdade. Mas afinal, o que é a verdade?
O Araibu: INFORMAÇÃO NÃO É ALGO NATURAL, MAS PRODUTO SOCIAL ...: José Dirceu: se ele fosse o Diabo, seus inimigos seriam invitavelmente corretos, honestos, limpos, santos. São? Desde o episódio d...
O Araibu: INFORMAÇÃO NÃO É ALGO NATURAL, MAS PRODUTO SOCIAL ...: José Dirceu: se ele fosse o Diabo, seus inimigos seriam invitavelmente corretos, honestos, limpos, santos. São? Desde o episódio d...
quarta-feira, 28 de março de 2012
O Pedagogento: VIOLÊNCIA COMO MÉTODO DE ENSINO
O Pedagogento: VIOLÊNCIA COMO MÉTODO DE ENSINO: Sim. O ser humano ainda assusta. Possuímos todo um contexto de erros que fazem parte da nossa evolução, enquanto ser e enquanto sociedade. M...
terça-feira, 27 de março de 2012
ESCOLA BASE- A CALÚNIA... O LINCHAMENTO E AS SEQUELAS!
O caso Escola Base deveria sempre tocar o fundo da consciência nacional. Um caso de combinação infeliz do mau jornalismo com um péssimo trabalho policial, carregando em seu bojo a ambição e vaidade de um delegado inescrupuloso em busca de promoção pessoal ou de servir a interesses ocultos, além da existência de massas suficientemente aptas a servirem de objeto de manobras e manipulações. http://videos.r7.com/jrnews-recorda-o-caso-da-escola-base-apos-18-anos/idmedina/4f7112c392bba9da0933b30c.html
sábado, 24 de março de 2012
sexta-feira, 23 de março de 2012
Brasil! Brasil!: Alckmin acaba com aulas de reforço na rede paulist...
Brasil! Brasil!: Alckmin acaba com aulas de reforço na rede paulist...: Folha.com “A rede estadual de ensino de São Paulo não terá mais atividades de reforço fora do período regular de aula para alunos com ...
quarta-feira, 21 de março de 2012
terça-feira, 20 de março de 2012
Juventude Marxista: Por que os Marxistas se Opõem ao Terrorismo Indivi...
Juventude Marxista: Por que os Marxistas se Opõem ao Terrorismo Indivi...: Leon Trotsky, 1911 Nossos inimigos de classe têm o costume de queixar-se de nosso terrorismo. Eles gostariam de por o rótulo de terror...
A arte da guerra por Sun Tzu
Muitos falam desse grande mestre da estratégia, normalmente de forma leviana. Citam-no para justificar ações que contrariam seus ensinamentos. Excelente vídeo introdutório ao pensamento estratégico de Sun Tzu, mas é bem melhor ler a obra de mesmo nome.
segunda-feira, 19 de março de 2012
quinta-feira, 15 de março de 2012
A GREVE DOS PROFESSORES DO CEARÁ 2011- A NECESSIDADE DE UM BALANÇO
É unânime entre todos os que participaram e os que testemunharam a greve dos professores do Ceará em 2011, que foi a maior da história das lutas da categoria e talvez a maior na história do movimento sindical em nosso estado. Não foi a mais longa como enganosamente pensam alguns. Aliás, sobre a duração das greves de servidores públicos existem inúmeros estudos que questionam a vantagem de se fazer greves prolongadas nesse setor, ao contrário do que pensam muitos em nosso movimento que insistem em apontar o tempo de duração como critério para medir a vitória de uma greve.
Uma vez encerrada a greve, parece ter ficado em aberto a avaliação que deveríamos fazer dela concluindo sobre sua vitória ou derrota. Afinal de contas foi vitoriosa ou não?Logrou os seus objetivos ou frustrou-se completamente? Acredito que para chegarmos a uma conclusão mais acertada e equilibrada sobre isso teremos de reconhecer o terreno sobre o qual o movimento paredista aconteceu, o seu ambiente e sua conjuntura. Mas isso sem dúvida demandará um esforço muito maior de nossa parte, exigindo uma pesquisa mais penetrante daquele momento tão importante que marcará de forma indelével a história da educação nessa parte do Brasil podendo constituir fonte inesgotável de grandes ensinamentos para os que fazem sindicalismo nos campos da educação e do serviço público em nosso estado.
Uma ressalva se faz necessária. Não somos detentores de verdades absolutas. Em verdade ninguém o é. Nos dias de hoje isso é um lugar comum; no mundo moderno ou pós-moderno, como queiram, existe forte consciência do peso da relatividade e de quanto ela se impõe de forma tão inexorável quanto a lei da gravidade. Portanto, o que se emite aqui é uma opinião, elaborada a partir de um ponto de visualização dos acontecimentos. Entretanto, assim como a nossa, as outras visões também são verdades relativas e possivelmente, o fator diferencial dessa para as demais resida apenas no reconhecimento dos limites que são impostos à razão humana. Afinal, tem sido característica de nossos detratores a forma cabal e categórica como exprimem sua perspectiva das coisas, bem ao modo dos dogmáticos e fundamentalistas. Portanto, não esgotaremos em uma única publicação tudo o que temos para dizer, e o presente texto servirá apenas de abertura para um ciclo mais amplo de exposição da nossa interpretação do que representou essa grande greve.
Antecipando o que deveria ser a conclusão desse trabalho avaliamos os resultados da greve como positivos e, com isso queremos dizer que, levando-se em conta os seus objetivos e os resultados obtidos, podemos sagrá-la como vitoriosa. Entretanto, a se basear no que afirmam os "que se acham mui revolucionários", foi um verdadeiro fracasso. Diante desse impasse, de conclusões que de tão opostas acabam se colocando em perfeita simetria faz-se urgente uma avaliação aprofundada e abrangente desse movimento sob pena de ficarem vigorando as versões derrotistas daqueles que no desenrolar da greve se balizaram por factóides e distorções visando a justificação de seus equívocos e fracassos. Além de fazerem uso de táticas questionáveis em todos os aspectos, desde o ponto de vista de sua eficácia quanto de seus fundamentos éticos e que visavam acima de tudo, desgastar a entidade sindical que, para o bem ou para o mal, representa a categoria. Não lhes interessava a vitória e pouco se importavam que fôssemos derrotados e os professores fossem submetidos às provações das punições e perdas materiais, contanto que tudo ficasse mais uma vez debitado na conta política da APEOC.
Em outra oportunidade já dissemos o quanto essas práticas prosperam no interior de nosso movimento desde períodos que nos remetem ainda à transição do regime autoritário para o de democracia representativa nos inícios dos 90, quando o funcionalismo público adquiriu o direito de se organizar em sindicatos através da constituição de 88. No Ceará instalou-se a disputa pelo espaço da representação sindical da categoria. De um lado a antiga associação dos professores, a APEOC, de maior representatividade, congregando o segmento mais números e dinâmico, que de imediato tratou de converter-se à nova condição de sindicato, e de outro, a proposta de constituição de uma nova entidade a partir da fusão de diversas associações que representavam os outros segmentos da categoria assim como professores também. Erros no debate e nas formas de encaminhá-lo, quando não, pelos golpismos mesquinhos e rasteiros, acabaram por gerar uma cisão que perdura até os dias de hoje. Em outra oportunidade detalharemos esses eventos e suas conseqüências que tendem a se perpetuar na medida em que as novas gerações de educadores permanecem sendo o alvo do proselitismo dos que se alimentam da divisão.
Mas 2011 não foi mais um simples desdobramento dessa disputa de 20 anos. A grande novidade se deu também por conta de uma conjuntura extremamente complexa em que se assistiu ao irromper das revoluções árabes, a crise econômica européia e norte americana acompanhado do surgimento de novas formas de luta dinamizado pelos efeitos dos instrumentos liberados pela rede mundial de computadores, a Internet. Além disso, não se pode desconsiderar que justo nesse contexto se reavivaram correntes políticas ultra revolucionárias assim como também as reacionárias que jaziam latentes no interior dos processos metabólicos da sociedade produtora de mercadorias ou capitalista,conhecendo um novo desabrochar na circunstância da crise atual.
Os nossos detratores, bastante ativos nas redes sociais, buscam empurrar versões tendenciosas dos acontecimentos, de modo a não esclarecer nada e apenas deformar a história. Arriscam permanecer como a última palavra se por acaso a APEOC insistir em manter uma postura de avestruz, com a cabeça enterrada no chão, como tem acontecido com freqüência nos momentos posteriores aos grandes embates que a categoria enfrentou sob sua direção, diante de sucessivos governos de variados matizes. Suas direção parece padecer da ilusão de que os fatos e os atos falam por si e serão suficientes para que as pessoas compreendam suas intenções e avaliem de forma imparcial e criteriosa as suas ações.
Infelizmente a mente humana não funciona assim. Carece de versões, interpretações e demonstrações que ordenem os fatos de maneira que se possa ter uma visão de conjunto dos fenômenos e a partir daí, avaliando-se todos os seus aspectos se chegue a conclusões ao menos verossímeis sobre eles. Muita coisa se diz pelo mundo e, com freqüência, as coisas ditas não representam exatamente o que o mundo é, enquanto o que se faz por ele deveria dizer muito mais sem precisar necessariamente se dizer nada. Dizia Nélson Rodrigues, "se as versões não correspondem aos fatos, pior para os fatos". A linguagem nos leva a caminhos diversos e desencontrados como na Torre de Babel ou no Jardim dos Caminhos que se Bifurcam, imortalizado na obra do escritor argentino Jorge Luiz Borges.
Fazemos esse esforço com o propósito de abrir o diálogo com aquele e aquela que se dispõe a manter a abertura necessária para o debate e o exercício saudável da divergência. Não para trocar farpas com cretinos que reivindicam o debate e o reduzem ao nível do desaforo e da intimidação, como fazem com freqüência os "que se acham...". Esses serão nominados e identificados na seqüência pois merecem ser denunciados pelo que promoveram e continuam promovendo impunemente nos meios educacionais e na sociedade, obedecendo a motivos e interesses escusos.
Por fim, nossa motivação obedece também ao propósito de homenagear a memória de um amigo e companheiro de luta, prematuramente recolhido ao seio de Pacha Mama. No fatídico15 de Março de 2011 deixou de brilhar a estrela do Prof. José Ribamar de Lima, mas sua luz ainda viaja pelo espaço e ilumina nossos ideais de luta por uma educação libertadora e pela escola pública, gratuita, republicana, laica e universal. Dessa aula nunca esteve ausente.
-PROFESSOR RIBAMAR
-PRESENTE!
Uma vez encerrada a greve, parece ter ficado em aberto a avaliação que deveríamos fazer dela concluindo sobre sua vitória ou derrota. Afinal de contas foi vitoriosa ou não?Logrou os seus objetivos ou frustrou-se completamente? Acredito que para chegarmos a uma conclusão mais acertada e equilibrada sobre isso teremos de reconhecer o terreno sobre o qual o movimento paredista aconteceu, o seu ambiente e sua conjuntura. Mas isso sem dúvida demandará um esforço muito maior de nossa parte, exigindo uma pesquisa mais penetrante daquele momento tão importante que marcará de forma indelével a história da educação nessa parte do Brasil podendo constituir fonte inesgotável de grandes ensinamentos para os que fazem sindicalismo nos campos da educação e do serviço público em nosso estado.
Uma ressalva se faz necessária. Não somos detentores de verdades absolutas. Em verdade ninguém o é. Nos dias de hoje isso é um lugar comum; no mundo moderno ou pós-moderno, como queiram, existe forte consciência do peso da relatividade e de quanto ela se impõe de forma tão inexorável quanto a lei da gravidade. Portanto, o que se emite aqui é uma opinião, elaborada a partir de um ponto de visualização dos acontecimentos. Entretanto, assim como a nossa, as outras visões também são verdades relativas e possivelmente, o fator diferencial dessa para as demais resida apenas no reconhecimento dos limites que são impostos à razão humana. Afinal, tem sido característica de nossos detratores a forma cabal e categórica como exprimem sua perspectiva das coisas, bem ao modo dos dogmáticos e fundamentalistas. Portanto, não esgotaremos em uma única publicação tudo o que temos para dizer, e o presente texto servirá apenas de abertura para um ciclo mais amplo de exposição da nossa interpretação do que representou essa grande greve.
Antecipando o que deveria ser a conclusão desse trabalho avaliamos os resultados da greve como positivos e, com isso queremos dizer que, levando-se em conta os seus objetivos e os resultados obtidos, podemos sagrá-la como vitoriosa. Entretanto, a se basear no que afirmam os "que se acham mui revolucionários", foi um verdadeiro fracasso. Diante desse impasse, de conclusões que de tão opostas acabam se colocando em perfeita simetria faz-se urgente uma avaliação aprofundada e abrangente desse movimento sob pena de ficarem vigorando as versões derrotistas daqueles que no desenrolar da greve se balizaram por factóides e distorções visando a justificação de seus equívocos e fracassos. Além de fazerem uso de táticas questionáveis em todos os aspectos, desde o ponto de vista de sua eficácia quanto de seus fundamentos éticos e que visavam acima de tudo, desgastar a entidade sindical que, para o bem ou para o mal, representa a categoria. Não lhes interessava a vitória e pouco se importavam que fôssemos derrotados e os professores fossem submetidos às provações das punições e perdas materiais, contanto que tudo ficasse mais uma vez debitado na conta política da APEOC.
Em outra oportunidade já dissemos o quanto essas práticas prosperam no interior de nosso movimento desde períodos que nos remetem ainda à transição do regime autoritário para o de democracia representativa nos inícios dos 90, quando o funcionalismo público adquiriu o direito de se organizar em sindicatos através da constituição de 88. No Ceará instalou-se a disputa pelo espaço da representação sindical da categoria. De um lado a antiga associação dos professores, a APEOC, de maior representatividade, congregando o segmento mais números e dinâmico, que de imediato tratou de converter-se à nova condição de sindicato, e de outro, a proposta de constituição de uma nova entidade a partir da fusão de diversas associações que representavam os outros segmentos da categoria assim como professores também. Erros no debate e nas formas de encaminhá-lo, quando não, pelos golpismos mesquinhos e rasteiros, acabaram por gerar uma cisão que perdura até os dias de hoje. Em outra oportunidade detalharemos esses eventos e suas conseqüências que tendem a se perpetuar na medida em que as novas gerações de educadores permanecem sendo o alvo do proselitismo dos que se alimentam da divisão.
Mas 2011 não foi mais um simples desdobramento dessa disputa de 20 anos. A grande novidade se deu também por conta de uma conjuntura extremamente complexa em que se assistiu ao irromper das revoluções árabes, a crise econômica européia e norte americana acompanhado do surgimento de novas formas de luta dinamizado pelos efeitos dos instrumentos liberados pela rede mundial de computadores, a Internet. Além disso, não se pode desconsiderar que justo nesse contexto se reavivaram correntes políticas ultra revolucionárias assim como também as reacionárias que jaziam latentes no interior dos processos metabólicos da sociedade produtora de mercadorias ou capitalista,conhecendo um novo desabrochar na circunstância da crise atual.
Os nossos detratores, bastante ativos nas redes sociais, buscam empurrar versões tendenciosas dos acontecimentos, de modo a não esclarecer nada e apenas deformar a história. Arriscam permanecer como a última palavra se por acaso a APEOC insistir em manter uma postura de avestruz, com a cabeça enterrada no chão, como tem acontecido com freqüência nos momentos posteriores aos grandes embates que a categoria enfrentou sob sua direção, diante de sucessivos governos de variados matizes. Suas direção parece padecer da ilusão de que os fatos e os atos falam por si e serão suficientes para que as pessoas compreendam suas intenções e avaliem de forma imparcial e criteriosa as suas ações.
Infelizmente a mente humana não funciona assim. Carece de versões, interpretações e demonstrações que ordenem os fatos de maneira que se possa ter uma visão de conjunto dos fenômenos e a partir daí, avaliando-se todos os seus aspectos se chegue a conclusões ao menos verossímeis sobre eles. Muita coisa se diz pelo mundo e, com freqüência, as coisas ditas não representam exatamente o que o mundo é, enquanto o que se faz por ele deveria dizer muito mais sem precisar necessariamente se dizer nada. Dizia Nélson Rodrigues, "se as versões não correspondem aos fatos, pior para os fatos". A linguagem nos leva a caminhos diversos e desencontrados como na Torre de Babel ou no Jardim dos Caminhos que se Bifurcam, imortalizado na obra do escritor argentino Jorge Luiz Borges.
Fazemos esse esforço com o propósito de abrir o diálogo com aquele e aquela que se dispõe a manter a abertura necessária para o debate e o exercício saudável da divergência. Não para trocar farpas com cretinos que reivindicam o debate e o reduzem ao nível do desaforo e da intimidação, como fazem com freqüência os "que se acham...". Esses serão nominados e identificados na seqüência pois merecem ser denunciados pelo que promoveram e continuam promovendo impunemente nos meios educacionais e na sociedade, obedecendo a motivos e interesses escusos.
Por fim, nossa motivação obedece também ao propósito de homenagear a memória de um amigo e companheiro de luta, prematuramente recolhido ao seio de Pacha Mama. No fatídico15 de Março de 2011 deixou de brilhar a estrela do Prof. José Ribamar de Lima, mas sua luz ainda viaja pelo espaço e ilumina nossos ideais de luta por uma educação libertadora e pela escola pública, gratuita, republicana, laica e universal. Dessa aula nunca esteve ausente.
-PROFESSOR RIBAMAR
-PRESENTE!
quarta-feira, 14 de março de 2012
O novo estudo comparativo dos salários pagos aos professores pelo Sindicato APEOC!
O sindicato APEOC mais uma vez brinda a categoria com um aporte importante para entender a luta que desenvolvemos por melhores salários, condições de trabalho e por uma carreira dígna. Isso se faz no contexto de uma campanha mais ampla e profunda pela federalização da educação em nosso país. É a que conclusão lógica a que podemos chegar diante dos impasses gerados pela implantação do PSPN(Piso Salarial Profissional Nacional). Assim como na campanha pelo PSPN em seus momentos iniciais, os detratores diziam que se pretendia desviar o foco da luta, sem deixar claro qual era seu foco,hoje dizem o mesmo sobre essa luta. Amanhã certamente tentarão desvirtuar a história, nos acusando de estarmos atrasados em relação a esse objetivo. No momento apenas desaforos, ameaças e bravatas constituem seu foco. Nos respondam então: Qual é o foco afinal?
https://docs.google.com/file/d/0B3_JJ7nF1MJxbDdlT044cmJSN1N1R1N5UVNEN1lzZw/edit
https://docs.google.com/file/d/0B3_JJ7nF1MJxbDdlT044cmJSN1N1R1N5UVNEN1lzZw/edit
Justiça condena governo do PSDB a pagar R$ 54 mil por promover racismo - Pragmatismo Político
E há quem se autoproclama revolucionário que se junta a isso:
Justiça condena governo do PSDB a pagar R$ 54 mil por promover racismo - Pragmatismo Político
Justiça condena governo do PSDB a pagar R$ 54 mil por promover racismo - Pragmatismo Político
educa ação: Mais exemplo e menos palavras.
educa ação: Mais exemplo e menos palavras.: A maioria dos professores no Brasil ainda não acordaram para a realidade. Os professores são uns dos poucos profissionais que te...
terça-feira, 13 de março de 2012
Como a ultra-direita ameaça a Europa
Um fenômeno cada vez mais comum que captura franjas de jovens seduzidos pelo discurso agressivo e pelo chamado à ação direta. Não creio que o fenômeno nazi-fascista se reduza à questão do racismo.
Como a ultra-direita ameaça a Europa
Como a ultra-direita ameaça a Europa
PROFESSOR HELDER MOLINA!
EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA: DIGNIDADE PARA QUEM EDUCA
Abaixo publicamos a entrevista do professor da Universidade do Rio de Janeiro Helder Molina concedida ao jornal Folha Dirigida sobre a situação da Educação pública, a luta pela dignidade e valorização dos profissionais da escola pública, baixos salários, precarização, degradação de sua qualidade de vida, enfrentamentos com os poderes públicos, mobilizações, greves, etc:
Folha Dirigida: Qual análise o senhor faz das greves e paralisações feitas pelos professores no Brasil?
Helder Molina: Quando os trabalhadores da educação entram em greve é porque já se esgotaram todos os espaços de mediação, os canais de negociação já estão totalmente obstruídos pela intransigência dos governos. Nenhum trabalhador ou trabalhadora gosta de fazer greve, ela é uma medida extrema. Uma greve desgasta todos que vivem e precisam da escola. Os alunos, os pais, a comunidade, o currículo, o desenvolvimento das atividades pedagógicas, a produção do conhecimento, o planejamento didático, as férias, enfim. Mas a verdade é que, se os professores e funcionários de escola não fazem greve, suas vozes não são ouvidas, suas reivindicações não são seque conhecidas pela sociedade e reconhecidas pelos governos.
Vivemos uma crescente e degradante precarização das condições de trabalho e de salário, principalmente na escola pública. Mas de metade dos professores e funcionários trabalham com contratos temporários, vivem em situação de precarização, são garantias de salários, direitos fundamentais, como férias, 13o terceiro, aposentadoria, previdência, etc. Uma nova escravidão, de salários indignos e condições degradantes de trabalho.
Vejam as condições das escolas, a situação das salas de aulas, faltam equipamentos, materiais. Os concursos públicos são cada vez mais demorados, e só existem a custa de muitas lutas, denúncias, mobilizações dos próprios professores e funcionários. E os concursados ficam meses, até anos, aguardando para serem convocados, e quando são, já praticamente duplicou, ou triplicou, a falta de profissionais, e novamente os governos buscam o "exército intelectual de reserva", isto é, uma enorme quantidade de profissionais que se subordinam a trabalhar por condições precárias e contratos temporários.
Por isso todo ano tem que fazer campanha salarial, mobilização, passeatas, paralizações, greves. A terceirização, precarização, degradação dos direitos, desvio e má gestão dos recursos, e abandono da escola, este é o retrato da escola, o quadro tétrico que temos que, infelizmente, apresentar no dia do professor. A educação como prioridade é uma demagogia barata nas bocas dos candidatos e governantes. A verdade é que a escola pública ainda resiste porque os trabalhadores que nela estão são convocados, dia apos dia, a resistir e defendê-la.
Hoje a educação é tratada como mercadoria, há uma crescente mercantilização do ensino. A escola privada é um grande negócio de empresários, e a escola pública, na visão empresarial, deve ser gerida baseada na meritocracia, produtivismo, mercantilismo, e outros ismos do neoliberalismo
F.D: Fazer greve todo ano, no Brasil, já faz parte do calendário das redes públicas? Pode ter virado uma questão cultural?
H.M: Não se trata de uma questão cultural, se trata de uma luta por direitos, de um grito dos profissionais da escola. A escola pública é uma conquista da sociedade democrática, da luta contra o elitismo que impera na nossa cultura. Uma conquista de muitos movimentos, dos sindicatos, da cidadania democrática, das organizações populares, dos partidos progressistas.
O povo precisa da escola pública, os trabalhadores só terão acesso ao conhecimento, à ciência, à tecnologia, se existir a escola pública, seja ela fundamental, média ou superior. Os ricos não precisam da escola pública, eles já têm acesso aos bens culturais e educacionais, produzidos pela divisão de classes, pela segmentação dos lucros, pelo acesso ao Estado, enfim.
Não há um calendário dizendo que tem greve anotada na agenda, quem diz isso são os sacerdotes da privataria, os intelectuais que defendem a escola como mercado e a educação como mercadoria. Todos os anos nos planejamos para dar o melhor de nós, produzir boas aulas, fazer o melhor para nossos alunos, desenvolver conhecimentos, enfim.
Mas, vejam os salários dos professores e professoras? Vejam os salários dos profissionais de apoio?
Acha que dá apara viver com essa miséria no final do mês? ter que trabalhar em três ou quatro escolas, para poder pagar as contas no final do mês de trabalho?
Como se qualificar? trabalhando em tantos lugares, parecendo mascates, peregrinos andarilhos, de ônibus, de trem, de carona, pagando de seu próprio bolso, pois os penduricalhos que pagam como benefício mal dá para pegar ônibus, muitas viajam de carona, ou mesmo a pé.
Dá para falar em questão cultural? quem diz isso não conhece o cotidiano de quem vivem com R$ 800, 00, R$ 900,00 por mês. Nenhum profissional merece condição tão degradante, sem falar no assédio moral, no adoecimento psíquico, na depressão, insônia, angústia por ver a situação da escola como está, na violência que cerca a escola, e a invade e a domina?
F. D: Por que estes movimentos ainda são tão ineficazes e pouco rentáveis?
H. M: Depende do ponto de vista que se olha. Como disse anteriormente, só existe escola pública porque milhares de profissionais se dedicam a ela, e não é só pelo salário, é pela ideologia da defesa do público, pelo compromisso da garantia do espaço de produção do conhecimento útil aos trabalhadores, aos pobres, único espaço onde os pobres podem sonhar em serem sujeitos, terem futuro.
Pensemos sinceramente: há futuro para os pobres, para os excluídos, se deixam de existir a escola pública? E não se trata de pensar que as greves sejam rentáveis, se trata de lutar pela sobrevivência material, mais que isso, de garantir que o conhecimento, a ciência, a tecnologia seja protagonizada pelos trabalhadores.
E verdade que as greves se arrastam, pois os governos viram as costas, greve de educadores não mexe na taxa de lucros, não produz mais valia, enfim, não se trata de um setor produtivo, do ponto de vista de mercadorias, como uma fábrica, um banco, enfim. Mas se tratam de um setor extremamente importante para a democracia, a cidadania, os direitos sociais.
São eficazes porque denuncia os descasos, os desrespeitos, a escravidão vivida pelos profissionais de apoio, e pelos educadores, nas injustas e indignas condições de vida e de trabalho. Do ponto de vista do mercado, rentável é taxa de juros altos, financeirização da educação, vender ações nas bolsas de valores, trocar professor de carne e osso, por televisão, aulas à distância, tutoria, etc. Não produzimos para o mercado, produzimos para a sociedade, para os setores mais marginalizados, mais abandonados pelo Estado oficial e pela lógica econômica da eficácia e da eficiência.
F. D: A sociedade ainda é insensível às causas da educação e dos professores?
H.M: Há uma espécie de anestesiamento social, de individualismo, de domínio da lógica do consumo, do que vale é o indivíduo, o mérito individual, cada um por si. A lógica da competição, do mercado, do lucro. Vale mais o ter do que o ser. O direito à propriedade está acima do direito à vida. Um banqueiro que lucra 1 bilhão de reais, com juros altos, câmbio e bolsa de valores, não é criminoso, mas um sem teto que pede esmolas na porta de um banco é preso como perigo à propriedade privada e à riqueza individual.
Daí se explica o desprezo pelo público, pelo coletivo, um esvaziamento da esfera pública, a morte da política como bem comum, com vontade geral. Quem pode, paga escola particular, quem não pode, que suporte a degradante escola pública. Greve? coisa de preguiçosos, baderneiros, vagabundos, quem mandou escolher ser professor? O desdém e o desprezo com a "rés” pública, isto é, com a coisa púbica, são grandes aliados da privatização e do elitismo, e da exclusão.
F. D: O senhor acha que os alunos são mesmo os grandes prejudicados nesta queda de braço entre professores e o poder público?
H.M: Não vejo como queda de braços, vejo como uma luta justa por direitos. os alunos são muito mais prejudicados pela falta de professores, pela carência de material, pela degradante condição física da escola atual,, É degradada pela violência, pelo desemprego, miséria social ausência de políticas pública, enfim. Os professores e os alunos não são inimigos, são aliados, parceiros, na defesa da escola pública, inimigos são os que a querem privatizar, ou simplesmente destruí-las, tornar uma escola pobre para os pobres, e outra escola rica, para os ricos, aprofundando o dualismo educacional.
O poder público, com a lógica privatista, é o grande inimigo da escola pública, da universidade pública, veja o caso da UERJ, onde mais de 50% dos professores são precarizados, com contratos de seis meses, sem direito a pesquisa, sem carreira, sem dignidade profissional, não podem sequer votar nas questões que decidem os destinos de universidade onde trabalham, isso não é uma nova forma de escravidão? escravidão neoliberal, fica bonito falar desse jeito pós moderno
F. D: Estamos atrasados nas nossas demandas, e também nas formas de reivindicação?
H.M: Existem muitas formas de lutas, como abaixo assinados, internet, festivais, corridas. passeatas, enfim. Mas a greve ainda é fundamental, não perdeu a validade, e só nela, infelizmente, saímos da invisibilidade, do ostracismo, sem gritar, morremos, matam-nos a voz, depois a alma, depois podem fechar a escola. Nossa alma está no nosso trabalho, nele nos identificamos.
Produzimos nossas vidas, somos dignos pelo nosso trabalho, amamos ser professores, trabalhamos com a produção do conhecimento, com a produção de subjetividade, sensibilidade, buscamos produzir a solidariedade, a troca que gera vida, quer sentido melhor? semear solidariedade, para gerar vida plena?
F. D: É possível fazer um paralelo entre as ações sindicais no Brasil e no exterior?
H.M: Sim, os trabalhadores continuam lutando, as crises são dos ricos, dos patrões, dos banqueiros, dos governos que gastam o dinheiro público para salvar e aumentar riquezas privadas, e querem que nós paguemos a conta. Os trabalhadores da educação lutam no Brasil, na América Latina, no mundo, em defesa do direito à educação, pela manutenção da escola pública, dos direitos sociais, dos direitos humanos, enfim, da vida. Só a vida se ela for partilhada. Somos trabalhadores da vida partilhada.
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Helder Molina é historiador, professor da UERJ, mestre em Educação, doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana, educador e pesquisador sindical.
Abaixo publicamos a entrevista do professor da Universidade do Rio de Janeiro Helder Molina concedida ao jornal Folha Dirigida sobre a situação da Educação pública, a luta pela dignidade e valorização dos profissionais da escola pública, baixos salários, precarização, degradação de sua qualidade de vida, enfrentamentos com os poderes públicos, mobilizações, greves, etc:
Folha Dirigida: Qual análise o senhor faz das greves e paralisações feitas pelos professores no Brasil?
Helder Molina: Quando os trabalhadores da educação entram em greve é porque já se esgotaram todos os espaços de mediação, os canais de negociação já estão totalmente obstruídos pela intransigência dos governos. Nenhum trabalhador ou trabalhadora gosta de fazer greve, ela é uma medida extrema. Uma greve desgasta todos que vivem e precisam da escola. Os alunos, os pais, a comunidade, o currículo, o desenvolvimento das atividades pedagógicas, a produção do conhecimento, o planejamento didático, as férias, enfim. Mas a verdade é que, se os professores e funcionários de escola não fazem greve, suas vozes não são ouvidas, suas reivindicações não são seque conhecidas pela sociedade e reconhecidas pelos governos.
Vivemos uma crescente e degradante precarização das condições de trabalho e de salário, principalmente na escola pública. Mas de metade dos professores e funcionários trabalham com contratos temporários, vivem em situação de precarização, são garantias de salários, direitos fundamentais, como férias, 13o terceiro, aposentadoria, previdência, etc. Uma nova escravidão, de salários indignos e condições degradantes de trabalho.
Vejam as condições das escolas, a situação das salas de aulas, faltam equipamentos, materiais. Os concursos públicos são cada vez mais demorados, e só existem a custa de muitas lutas, denúncias, mobilizações dos próprios professores e funcionários. E os concursados ficam meses, até anos, aguardando para serem convocados, e quando são, já praticamente duplicou, ou triplicou, a falta de profissionais, e novamente os governos buscam o "exército intelectual de reserva", isto é, uma enorme quantidade de profissionais que se subordinam a trabalhar por condições precárias e contratos temporários.
Por isso todo ano tem que fazer campanha salarial, mobilização, passeatas, paralizações, greves. A terceirização, precarização, degradação dos direitos, desvio e má gestão dos recursos, e abandono da escola, este é o retrato da escola, o quadro tétrico que temos que, infelizmente, apresentar no dia do professor. A educação como prioridade é uma demagogia barata nas bocas dos candidatos e governantes. A verdade é que a escola pública ainda resiste porque os trabalhadores que nela estão são convocados, dia apos dia, a resistir e defendê-la.
Hoje a educação é tratada como mercadoria, há uma crescente mercantilização do ensino. A escola privada é um grande negócio de empresários, e a escola pública, na visão empresarial, deve ser gerida baseada na meritocracia, produtivismo, mercantilismo, e outros ismos do neoliberalismo
F.D: Fazer greve todo ano, no Brasil, já faz parte do calendário das redes públicas? Pode ter virado uma questão cultural?
H.M: Não se trata de uma questão cultural, se trata de uma luta por direitos, de um grito dos profissionais da escola. A escola pública é uma conquista da sociedade democrática, da luta contra o elitismo que impera na nossa cultura. Uma conquista de muitos movimentos, dos sindicatos, da cidadania democrática, das organizações populares, dos partidos progressistas.
O povo precisa da escola pública, os trabalhadores só terão acesso ao conhecimento, à ciência, à tecnologia, se existir a escola pública, seja ela fundamental, média ou superior. Os ricos não precisam da escola pública, eles já têm acesso aos bens culturais e educacionais, produzidos pela divisão de classes, pela segmentação dos lucros, pelo acesso ao Estado, enfim.
Não há um calendário dizendo que tem greve anotada na agenda, quem diz isso são os sacerdotes da privataria, os intelectuais que defendem a escola como mercado e a educação como mercadoria. Todos os anos nos planejamos para dar o melhor de nós, produzir boas aulas, fazer o melhor para nossos alunos, desenvolver conhecimentos, enfim.
Mas, vejam os salários dos professores e professoras? Vejam os salários dos profissionais de apoio?
Acha que dá apara viver com essa miséria no final do mês? ter que trabalhar em três ou quatro escolas, para poder pagar as contas no final do mês de trabalho?
Como se qualificar? trabalhando em tantos lugares, parecendo mascates, peregrinos andarilhos, de ônibus, de trem, de carona, pagando de seu próprio bolso, pois os penduricalhos que pagam como benefício mal dá para pegar ônibus, muitas viajam de carona, ou mesmo a pé.
Dá para falar em questão cultural? quem diz isso não conhece o cotidiano de quem vivem com R$ 800, 00, R$ 900,00 por mês. Nenhum profissional merece condição tão degradante, sem falar no assédio moral, no adoecimento psíquico, na depressão, insônia, angústia por ver a situação da escola como está, na violência que cerca a escola, e a invade e a domina?
F. D: Por que estes movimentos ainda são tão ineficazes e pouco rentáveis?
H. M: Depende do ponto de vista que se olha. Como disse anteriormente, só existe escola pública porque milhares de profissionais se dedicam a ela, e não é só pelo salário, é pela ideologia da defesa do público, pelo compromisso da garantia do espaço de produção do conhecimento útil aos trabalhadores, aos pobres, único espaço onde os pobres podem sonhar em serem sujeitos, terem futuro.
Pensemos sinceramente: há futuro para os pobres, para os excluídos, se deixam de existir a escola pública? E não se trata de pensar que as greves sejam rentáveis, se trata de lutar pela sobrevivência material, mais que isso, de garantir que o conhecimento, a ciência, a tecnologia seja protagonizada pelos trabalhadores.
E verdade que as greves se arrastam, pois os governos viram as costas, greve de educadores não mexe na taxa de lucros, não produz mais valia, enfim, não se trata de um setor produtivo, do ponto de vista de mercadorias, como uma fábrica, um banco, enfim. Mas se tratam de um setor extremamente importante para a democracia, a cidadania, os direitos sociais.
São eficazes porque denuncia os descasos, os desrespeitos, a escravidão vivida pelos profissionais de apoio, e pelos educadores, nas injustas e indignas condições de vida e de trabalho. Do ponto de vista do mercado, rentável é taxa de juros altos, financeirização da educação, vender ações nas bolsas de valores, trocar professor de carne e osso, por televisão, aulas à distância, tutoria, etc. Não produzimos para o mercado, produzimos para a sociedade, para os setores mais marginalizados, mais abandonados pelo Estado oficial e pela lógica econômica da eficácia e da eficiência.
F. D: A sociedade ainda é insensível às causas da educação e dos professores?
H.M: Há uma espécie de anestesiamento social, de individualismo, de domínio da lógica do consumo, do que vale é o indivíduo, o mérito individual, cada um por si. A lógica da competição, do mercado, do lucro. Vale mais o ter do que o ser. O direito à propriedade está acima do direito à vida. Um banqueiro que lucra 1 bilhão de reais, com juros altos, câmbio e bolsa de valores, não é criminoso, mas um sem teto que pede esmolas na porta de um banco é preso como perigo à propriedade privada e à riqueza individual.
Daí se explica o desprezo pelo público, pelo coletivo, um esvaziamento da esfera pública, a morte da política como bem comum, com vontade geral. Quem pode, paga escola particular, quem não pode, que suporte a degradante escola pública. Greve? coisa de preguiçosos, baderneiros, vagabundos, quem mandou escolher ser professor? O desdém e o desprezo com a "rés” pública, isto é, com a coisa púbica, são grandes aliados da privatização e do elitismo, e da exclusão.
F. D: O senhor acha que os alunos são mesmo os grandes prejudicados nesta queda de braço entre professores e o poder público?
H.M: Não vejo como queda de braços, vejo como uma luta justa por direitos. os alunos são muito mais prejudicados pela falta de professores, pela carência de material, pela degradante condição física da escola atual,, É degradada pela violência, pelo desemprego, miséria social ausência de políticas pública, enfim. Os professores e os alunos não são inimigos, são aliados, parceiros, na defesa da escola pública, inimigos são os que a querem privatizar, ou simplesmente destruí-las, tornar uma escola pobre para os pobres, e outra escola rica, para os ricos, aprofundando o dualismo educacional.
O poder público, com a lógica privatista, é o grande inimigo da escola pública, da universidade pública, veja o caso da UERJ, onde mais de 50% dos professores são precarizados, com contratos de seis meses, sem direito a pesquisa, sem carreira, sem dignidade profissional, não podem sequer votar nas questões que decidem os destinos de universidade onde trabalham, isso não é uma nova forma de escravidão? escravidão neoliberal, fica bonito falar desse jeito pós moderno
F. D: Estamos atrasados nas nossas demandas, e também nas formas de reivindicação?
H.M: Existem muitas formas de lutas, como abaixo assinados, internet, festivais, corridas. passeatas, enfim. Mas a greve ainda é fundamental, não perdeu a validade, e só nela, infelizmente, saímos da invisibilidade, do ostracismo, sem gritar, morremos, matam-nos a voz, depois a alma, depois podem fechar a escola. Nossa alma está no nosso trabalho, nele nos identificamos.
Produzimos nossas vidas, somos dignos pelo nosso trabalho, amamos ser professores, trabalhamos com a produção do conhecimento, com a produção de subjetividade, sensibilidade, buscamos produzir a solidariedade, a troca que gera vida, quer sentido melhor? semear solidariedade, para gerar vida plena?
F. D: É possível fazer um paralelo entre as ações sindicais no Brasil e no exterior?
H.M: Sim, os trabalhadores continuam lutando, as crises são dos ricos, dos patrões, dos banqueiros, dos governos que gastam o dinheiro público para salvar e aumentar riquezas privadas, e querem que nós paguemos a conta. Os trabalhadores da educação lutam no Brasil, na América Latina, no mundo, em defesa do direito à educação, pela manutenção da escola pública, dos direitos sociais, dos direitos humanos, enfim, da vida. Só a vida se ela for partilhada. Somos trabalhadores da vida partilhada.
Helder Molina
> Assessoria > Formação Política > Planejamento Estratégico de Gestão >
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Blog: heldermolina.blogspot.com
emails: heldermolina@ig.com.br, professsorheldermolina@gmail.com
fones: 21 9769 4933 - 21 2509 6333
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segunda-feira, 12 de março de 2012
quinta-feira, 8 de março de 2012
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